REVISTA - MULHER SOGESP

| MULHER 6 Outro dado: 92% avaliaram como péssimo/ruim/regular o acesso dos pacientes aos serviços especializados de ní- vel ambulatorial. São 9 em cada 10 os que fazem conside- ração igual sobre o acesso dos pacientes à atenção secundária ou terciária. “Em função das dificuldades financeiras que o País atraves- sa, temos muita gente perden- do empregos e migrando para o SUS. O resultado é que o serviço público fica ainda mais sobrecarregado.  Aqui tam- bém estamos perdendo profis- sionais”, pondera Luciano de Melo Pompei, secretário-geral da SOGESP. “Em 2012, 78% atendiam no SUS, agora são 45%. Creio que não exista po- lítica de reposição, que não es- tejam ocorrendo contratações. Mas é fato também que a ine- xistência de progressão para a carreira e a remuneração vil são outros agravantes”. Em virtude de tantos entraves à assistência, não é difícil compreender os motivos que mantém o País bem distante de ser um bom exemplo em saúde. Dados do Ministério da Saúde apontam aumento da mortalidade ma­ terna após anos de queda. Em 2016, os índices subiram para 64 óbitos de gestantes por cem mil. Assim, se distan- ciaram ainda mais da meta acordada pelo Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU), que era de 35 mortes por cem mil nascidos vivos, para 2015. Ficaram mais longe ainda do limite tido como aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 20 óbitos para cada cem mil nascidos vivos. A situação no Estado de São Paulo tam- bém não é diferente, são observadas 47 mortes maternas para cada cem mil nascidos vivos. “A grande maioria das mortes maternas po- deria ser evitada se tivéssemos condição para fazer o diagnóstico rápido, além de investi- mento na qualificação contínua de recursos humanos”, afirma Rossana. Segundo a presidente da SOGESP, as prin- cipais causas das mortes de gestante são hi- pertensão, hemorragia e infecção pós-parto. Outro fato muito importante é a falta de in- fraestrutura para atendimento adequado des- sas mulheres. m o r t e M AT E R N A