M U L H E R SOGESP Leitor, tenha fácil acesso à revista através de seu dispositivo móvel ANO XXXII – EDIÇÃO 13 - NOV/DEZ DE 2021 E JAN/FEV DE 2022 – ISSN 2317-3920 Zô Guimarães/Folhapress EXEMPLO DE CIDADANIA CONTRACEPÇÃO NO PÓS-PARTO IMEDIATO Tudo o que você precisa saber Como Taís Araújo e celebridades de todas as áreas se dedicam às causas sociais
| MULHER 2 ÍNDICE RECADO 03 CIDADANIA E SAÚDE 04 CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA 14 CHLAMYDIA TRACHOMATIS 17 BEXIGA HIPERATIVA 21 CONTRACEPÇÃO NO PÓS-PARTO IMEDIATO 25 IMPACTO DA OBESIDADE NA SAÚDE DA MULHER 27
MULHER | 3 Amiga leitora, antes de tudo, desejo boas festas a você e a seus familiares. Que 2022 traga a todas nós dias de mais segurança, o retorno à normalidade plena, além de boas perspectivas, conquistas e saúde, muita saúde! Talvez não saiba, mas a Mulher SOGESP, é uma publicação da Associação de Obstetrícia e Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo. Somos entidade que representa os especialistas dá área, o seu médico e milhares de outros. Mulher SOGESP nasceu há quatro anos para oferecer a você, na sala de espera do seu gineco-obstetra, informação precisa e de qualidade sobre aspectos diversos da saúde da mulher. O que relato agora, isso, muito provavelmente, nem imagina. Na SOGESP, assim como nas demais associações de médicos, trocamos nossas diretorias a cada dois anos, por meio de votação democrática. Agora mesmo, tivemos eleição e, a partir de janeiro de 2022, um médico e especialista brilhante, Luciano de Melo Pompei, assumirá como presidente, passando, por consequência, a ocupar esse espaço editorial da revista Mulher SOGESP. Assim, essa é minha mensagem de despedida, na condição de presidente. Registro a honra e o prazer de contribuir com esse processo de oferecer a você o melhor em informação sobre a saúde da mulher, a nossa saúde. Seguimos juntas na luta para vencer a Covid-19 e por uma vida plena. Use máscaras e siga as orientações de prevenção, conforma a orientação das autoridades sanitárias. Obrigada, felicidade sempre. Rossana Pulcineli Vieira Francisco, presidente da SOGESP RE ca do
| MULHER 4 Uma parte deles figura no ranking dos melhores atores e atrizes do cinema e da televisão brasileira. Outros são esportistas, ídolos, campeoníssimos. Há ainda vozes poderosas, que cantam e encantam, além daqueles 100% carismáticos, o que lhes vale celebridade, admiração e uma legião de fãs. Taís Araújo, Lázaro Ramos, Ana Maria Braga, Ivete Sangalo, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Isabela Garcia, Malu Mader, Fofão, Viviane Senna, Betty Faria... Basta um olhar rápido nas redes sociais e lá estão eles - e tantos mais - defendendo, voluntariamente, melhorias para a saúde, respeito e vaMais do que famosos, gente, exemplos! CIDADANIA & SAÚDE Redes sociais/Reprodução
MULHER | 5 lorização dos cidadãos, combatendo à poluição e seus efeitos danosos, brigando em favor dos direitos das mulheres e por aí segue. Diferentemente do que alguns julgam, não buscam luzes. Isso todos já têm de sobra. Estão única e exclusivamente focados em colaborar com o próximo e com o bem coletivo. BRILHAM E FAZEM Estrela de obras inesquecíveis, como Anos Dourados, Anos Rebeldes, Celebridade, Irene Ravache em sessão fotográfica para a campanha Mulher Coração (Divulgação SBCM) Malu Mader viralizou nas redes sociais em vídeo destacando compromisso e grandeza dos profissionais de saúde no auge da luta contra a Covid-19 Redes sociais/Reprodução Redes sociais/Reprodução
| MULHER 6 Fera Radical, Força de um Desejo e Top Model, trabalhos de teatro como Vestido de Noiva e Dores de amores, filmes como Mauá, Feliz Ano Velho, Belini e a esfinge, a global Malu Mader sempre abraça causas nobres. Na fase mais crítica da Covid, Malu saiu a público em defesa de vacina para todos, corajosamente se contrapondo a interesses poderosos. REALIZAÇÃO Siga-nos nas redes sociais Crédito: Bob Wolfenson UMA MEDIDA SIMPLES PARA SALVAR VIDAS MEÇA SUA PRESSÃO APOIO Isabela Garcia, Ana Maria Braga e Marisa Orth na campanha Menos Pressão nas Mulheres, para alertálas da importância de medir a pressão arterial periodicamente e adotar cuidados preventivos (Divulgação SBCM)
MULHER | 7 Também tomou a palavra publicamente para parabenizar os profissionais de saúde pela postura na luta contra o SARS-Cov-2. Ela ainda apoia outras questões de relevância, como a luta contra o inimigo invisível que conhecemos por... poluição. E mais: Malu é uma das madrinhas da campanha Mulher Coração, que visa conscientizar a todos sobre a relevância da prevenção de doenças cardiovasculares entre elas. Tema importantíssimo, pois hoje cerca de 30% dos acidentes cardiovasculares no Brasil ocorrem na população feminina. Crédito: Sergio Zalis S O Glória Vanique, jornalista atualmente na CNN, em campanha da SOGESP, SBP e AMB de conscientização sobre a síndrome alcoólica fetal (Divulgação) Redes sociais/Reprodução Redes sociais/Reprodução
| MULHER 8 Essa, aliás, é uma bandeira empunhada por um time especial de celebridades, como Helena Ranaldi, Alinne Moraes, Irene Ravache, Maitê Proença, pela campeã do vôlei Sandra Pires, Viviane Senna Lalli, aliás, a embaixadora da causa. CONHECIMENTOS COMPARTILHADOS Viviane, irmã do inesquecível Ayrton Senna, atua fortemente no campo social. Preside o Instituto Ayrton Senna, que ajudou a fundar com sua família, em 1994. É um centro de inovação, pesquisa e desenvolvimento de novos conhecimentos – com base nos melhores achados científicos – para fazer avançar a fronteira da qualidade da educação. Ela assessora redes de ensino na formatação de políticas públicas educacionais inovadoras. Anualmente, beneficia 3,3 milhões de estudantes em aproximadamente 900 municípios de 26 Estados de todas as regiões do país. Redes sociais/Reprodução Fofão com a SOGESP por saúde às gestantes e seus bebês (Divulgação)
MULHER | 9 SELEÇÃO DO BEM Isabela Garcia também é defensora convicta da qualidade do ar e da vida dos brasileiros. Em 2019, foi embaixadora oficial da campanha Meça sua Pressão, enquanto brilhava na novela O Sétimo Guardião, da Globo, no papel de Judith. Gravou um vídeo alertando os cidadãos sobre a importância de verificar em todas as consultas a quantas anda a pressão arterial e a manter hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática de exercícios, para prevenir-se de surpresas desagradáveis. Isabela é da seleção sempre pronta para o bem. Redes sociais/Reprodução Engajamento dos craques: Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo já levaram aos gramados a campanha #GravidezSemAlcool. Beber durante a gravidez é um gol contra a saúde do seu bebê. Iniciativa da SOGESP e entidades médicas coirmãs (Reprodução)
| MULHER 10 Preconceito, não O embate para vencer preconceitos todos os dias une figuras especiais da música, dos esportes, da TV e jornalistas, só para ficar em poucos exemplos. Taís Araújo enfrenta toda e qualquer forma de intolerância. Nas redes, já deixou recado sobre racismo e discriminação: “São gerações após gerações, filhas após mães, filhos após pais, lágrima após lágrima, sofrimento após sofrimento. Perdas após perdas. Se você se diz antirracista, é importante que você saiba que você vai ter que ser firme. Vai ter que ter coragem e que você tem muito trabalho pela frente, seja bem-vindo”. Lázaro Ramos, marido de Taís, um dos mais completos atores do Brasil, é parceiro nessa luta, também se posiciona de maneira contundente, sem se esconder. Jéssica Ellen, jovem e qualificada atriz da nova geração, compõem esse time, sem meias palavras: “As pessoas precisam sair da zona de conforto. É desconfortável explicar o óbvio, dizer ao diretor que não posso fazer a cena daquela maneira porque corrobora com tal ideia. O racismo não pode mais ser um assunto só de preto. Os brancos precisam se questionar”, afirmou recentemente. Redes sociais/Reprodução Redes sociais/Reprodução
MULHER | 11 Que f iquem os bons Fera da dramaturgia e caráter do mais alto nível, Bruno Gagliasso promoveu uma programação de ocupação negra em seu perfil no Instagram, faz um ano e meio. A iniciativa ocorreu logo após o assassinato de George Floyd, em 25 de maio de 2020, nos Estados Unidos. Recordar é essencial para mudar: Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se no pescoço de Floyd durante oito minutos e quarenta e seis segundos. “Todos os meus convidados estão trocando experiências e conquistando seguidores interessantes e interessados em aprender. Os seguidores que foram embora por isso nem deveriam estar me seguindo antes, mas realmente não estou preocupado com número, estou conhecendo seguidores novos maravilhosos e eles estão conhecendo essas pessoas incríveis”, destacou Gagliasso na ocasião. Respeita as “mina” Voltando a Taís Araújo: ela é voz ativa igualmente no combate ao assédio sexual. Inclusive fez uma campanha no Instagram com Grazi Massafera, Débora Nascimento, Sophie Charlotte, Andreia Horta, Bianca Bin, Astrid Fontenelle. Ressaltando que esse tipo de violência, assim como a truculência doméstica, não escolhe casa de simples mortais ou de famosos. Assalta sem distinção. Inclusive, inúmeras Redes sociais/Reprodução
| MULHER 12 celebridades já sofreram e denunciaram abertamente, até como um sinal de alerta e solidariedade às demais vítimas. Na lista, estão Luiza Brunet, Luana Piovanni, Cristiane Machado. Corajosas, honradas e solidárias, merecem aplausos generalizados. Felizmente, há uma união de defesa das mulheres no universo das celebridades. E elas se colocam com clareza e rapidamente, com vistas a coibir novos ataques e a denunciar os agressores. Pouco antes de sua precoce morte, Marília Mendonça - assim como Juliette, Pocah e outras stars – foram à internet condenar as agressões do DJ Ivis à esposa, Pamela Gomes de Holanda, divulgadas pela própria Pamela nas redes sociais. Para fechar, uma justa homenagem, assim como nosso registro de admiração: Marília, consciente e militante, até gravou música sobre essa questão: “Você Não Manda em Mim”, junto com Maiara e Maraisa. “A gente entendeu que nem era mais sobre a gente e que a gente tinha que passar essa mensagem para as mulheres que estão passando por isso. É uma música forte, sobre agressão física, agressão verbal, psicológica, fala de relacionamento abusivo numa questão ampla”, relatou em entrevista ao Splash-Uol. Como bem define o título da reportagem, eles são mais, muito mais do que famosos. São gente como a gente, exemplos a seguir. Redes sociais/Reprodução Redes sociais/Reprodução
MULHER | 13 O Podcast Saúde Mulher SOGESP é sua pausa na rotina para se informar sobre seu corpo e bem-estar. Os assuntos mais relevantes para as mulheres são colocados em pauta pelos especialistas da SOGESP. Disponível nas plataformas de streaming: Spotify e Deezer. Escute e informe-se! Quer se informar mais sobre a saúde feminina? PODCASTSOGESP Acesse já! CLIQUE AQUI
| MULHER 14 CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA, o papel de pacientes e familiares Até hoje existe uma visão bem romântica sobre os cuidados paliativos. Há quem os veja somente por esse lado, como gesto de entrega, de amor, de respeito, uma celebração à existência. Claro, os cuidados são tudo isso, e muito mais! Na Medicina, compõem relevante área de atuação para a assistência a pacientes em situação terminal e/ou de outros quaisquer episódios de ameaça à vida e à saúde. Aliás, essa é a base da conceituação da Organização Mundial de Saúde (OMS). No caso da Obstetrícia, ganha conotação particularmente delicada por envolver bebês, o bem-estar deles e de suas mães, os sonhos e as expectativas de todos os familiares. Também pede atenção qualificadíssima em casos oncológicos, conforme afirma Mariana Siqueira, geriatra do Ambulatório de Cuidados Paliativos do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, CAISM/Unicamp, fala com exclusividade para a Revista SOGESP. “O diagnóstico de uma doença incurável ou mesmo de doenças sérias em fase precoce naturalmente altera LUTO VERSUS QUALIDADE DE VIDA
MULHER | 15 totalmente a vida das pessoas: dos pacientes, dos familiares, de amigos, colegas de profissão etc. Por exemplo, um câncer de mama, mesmo ainda não definido como incurável, afeta o psicológico, causa dor, muda a perspectiva de presente e futuro. Esse é um quadro para o qual se faz indispensável o cuidado paliativo. Compreendo que o câncer por si só, seja qual for, já mereceria, sempre, atenção e cuidados paliativos.” É fato que esses cuidados são administrados em casos sem possibilidade de reversão. Porém, também são indicados para estágios iniciais e não apenas quando já existe a perspectiva de morte. É equivocado considerar que devem ser oferecidos apenas aos pacientes em vias de morte. Estudos comprovam a melhora da qualidade de vida, da sobrevida, assim como benefícios quando ocorrem simultaneamente em fase precoce da doença, como em quimioterapia, por exemplo.
| MULHER 16 No dia a dia da Medicina, são mais recorrentes em pacientes com cirrose hepática em uma fase avançada, pessoas com insuficiência cardíaca grave, cânceres, quadros crônicos de doença de Alzheimer e Parkinson. Entre os doentes, a maioria não tem bom nível de informação a respeito. Há aqueles, poucos, que até possuem e respondem bem. Porém, o grosso tira a precipitada conclusão de que já está morrendo. “No Sistema Único de Saúde, onde mais trabalho, é assim. Então, requer todo um preparo, explicar bem o que é esse campo da Medicina, ganhar o paciente para a causa, o que aumenta a possibilidade de respostas positivas. Nos cânceres, durante o tratamento, a pessoa passa por várias fases. Uma é o denominado luto Elisabeth Kubler-Ross, que inclui negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Aliás, conforme a doença avança, aumenta a aceitação ao diagnóstico e tudo flui melhor”, pontua Mariana Siqueira, que completementa: “Se existe entendimento de que a doença não tem mais cura e os cuidados paliativos são o remédio para uma sobrevida melhor, por mais qualidade da vida, tudo fica mais leve para o paciente e familiares.” Os cânceres ainda instigam forte associação com morte, é mais arraigada do que em outras doenças que podem ameçar a continuidade da vida. São momentos em que as famílias ganham papel especial, pois a aceitação dos entes queridos meio ajuda a amenizar a carga emocional do paciente. Normalmente, os pacientes aderem bem à ideia, afinal os cuidados paliativos visam a controlar a dor, melhorar o apetite, a disposição, atuam para ofertar mais qualidade e bem-estar no dia a dia. DESINFORMAÇÃO E CONCLUSÕES PRECIPITADAS
MULHER | 17 A sexualidade é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos indicadores de qualidade de vida. O contato íntimo é bom e saudável. Porém, é indispensável cuidado para que o prazer não se transforme castigo, ou seja, em doença e dor. ALTA INCIDÊNCIA A Chlamydia trachomatis, por exemplo, é a infecção bacteriana sexualmente transmissível (IST) mais incidente no mundo. Afeta homens e mulheres, podendo ser contraída por meio do sexo vaginal, anal e oral ou ainda passada de mãe para o feto. Chlamydia trachomatis UMA INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL DE ALTO RISCO
| MULHER 18 Por ter caráter assintomático em 80% das mulheres e 50% dos homens, é de difícil diagnóstico, fator que retarda e prejudica o tratamento. Quando apresenta sintomas, estes variam entre corrimentos, ardência ao urinar, dor durante a relação sexual e, nas mulheres, eventualmente podem ocorrer sensação de desconforto no baixo ventre e/ou discretos sangramentos espontâneos fora do período menstrual. A clamídia pode afetar os órgãos genitais, a uretra e a região anal. Na ausência de diagnóstico e tratamento adequados, a infecção localizada no colo traz sequelas como infertilidade, aumento da possibilidade de gravidez ectópica (quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero) e dor pélvica crônica. Estudos epidemiológicos têm sugerido associação da infecção por clamídia e câncer de colo uterino. “Ao desconhecer seu estado e, portanto, sem recorrer a assistência médica, o paciente portador da IST fica sujeito às consequências da infecção. Outra agravante é que continua a manter a cadeia de transmissão, infectando seus parceiros sexuais”, alerta Iara Moreno Linhares, livre-docente da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), chefe do Ambulatório de Imunologia, Genética e Infecções do Trato Reprodutivo da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, membro da Comissão de Doenças Infec-
MULHER | 19 tocontagiosas em Obstetrícia e Ginecologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Em regra, o perfil de risco para a clamídia é faixa etária jovem, pessoas com mais de um parceiro sexual, com início precoce da atividade sexual e que não utilizam ou fazem uso irregular de preservativos. Sangramentos intermenstruais, particularmente em adolescentes e mulheres jovens, por vezes atribuídos aos contraceptivos orais, também devem ser investigados como sinais da infecção. RASTREAMENTO NECESSÁRIO O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos recomenda que a testagem para a bactéria seja feita anualmente em mulheres de até 25 anos ou que se relacionem com vários parceiros. Mas, logicamente, aquelas acima dos 25 anos também podem contrair a infecção, particularmente quando apresentam comportamento de risco.
| MULHER 20 “Exatamente pelo caráter assintomático ou oligossintomático da infecção, o rastreamento é absolutamente necessário para o controle da ‘epidemia silenciosa’. Países como a Suécia e Austrália, que implementaram as medidas de rastreamento há vários anos, tiveram como resultado a redução acentuada de casos e, consequentemente, de suas complicações”, diz a especialista. “No Brasil, o rastreamento ainda não faz parte da normatização de atendimento do pré-natal, contrariando o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, que orienta testagem de todas as gestantes para Chlamydia trachomatis na fase inicial da gestação”. Embora ainda existam controvérsias na literatura, a maioria dos estudos científicos registra associação entre infecção por clamídia na gestação e risco de abortamento espontâneo, parto prematuro, ruptura precoce de membranas, entre outras. A transmissão ao recém-nascido se dá em 40% dos casos e os principais sintomas são conjuntivite purulenta e pneumonia, comumente de difícil tratamento. Caso a conjuntivite não seja diagnosticada e tratada adequadamente, pode causar grave dano ocular. “A única maneira de interromper a cadeia de transmissão é rastrear as pessoas infectadas e ministrar o tratamento adequado. Isso envolve cuidados com os parceiros, o aconselhamento sobre as infecções de transmissão sexual, além do uso constante e adequado de preservativos. Certamente a educação em saúde, aliada à designação de recursos adequados e tão necessários para o controle da infecção por Chlamydia trachomatis, assim como das demais infecções sexualmente transmissíveis, é urgente e trará benefícios inestimáveis às mulheres, às famílias e, consequentemente, à população de nosso país”, finaliza Iara Linhares. “Estudos registram associação entre infecção por clamídia na gestação e risco de aborto espontâneo, parto prematuro, ruptura precoce de membranas, entre outras.”
MULHER | 21 O que é e como tratar BEXIGA HIPERATIVA: A Síndrome da Bexiga Hiperativa (BH) é caracterizada pela necessidade urgente de urinar. É acompanhada do aumento da frequência miccional, uma vontade súbita, e noctúria, levando ao acordar à noite para ir ao banheiro. Em um terço dos casos, as mulheres podem apresentar incontinência urinária. O diagnóstico de bexiga hiperativa idiopática é realizado na ausência de infecção urinária. O problema se manifesta quando há hipercontratilidade do músculo detrusor que reveste a bexiga. Ou seja, uma maior pressão interna, fazendo com que se tenha constante vontade de urinar, mesmo quando existe pouco líquido a ser expelido. Aliás, é comum que a paciente necessite ir ao banheiro mais de oito vezes durante o dia e mais de uma vez à noite.
| MULHER 22 COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO Em situação de normalidade, a bexiga está sempre relaxada e quando há precisão de urinar, é dado um comando de contração e esvaziamento. Na BH é como se este comando fosse acionado sem controle. Segundo Emerson Oliveira, professor assistente, doutor e responsável pelo Setor de Uroginecologia e Disfunções do Assoalho Pélvico da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), uma em cada quatro mulheres acima de 40 anos que passam em consulta com ginecologistas têm bexiga hiperativa. “A prevalência aumenta com o evoluir da idade e tem impacto negativo nas atividades diárias. A BH prejudica, sobremaneira, vários domínios da qualidade de vida, promovendo restrições na vida social e profissional, além de demandar maior uso e recursos do sistema de saúde”, destaca Emerson. A avaliação do histórico da paciente, além de exames físicos e de urina, são os primeiros passos para se chegar ao diagnóstico. Para descartar outras causas de sintomas urinários, como infecções, pedras na bexiga, tumor de bexiga e diabetes, podem ser solicitadas a ultrassonografia renal e de vias urinárias, avaliação urodinâmica, cistoscopia e outros exames. A bexiga hiperativa pode decorrer de sinais nervosos transmitidos do cérebro para a bexiga sem exatidão. Além do que, doenças que afetam o cérebro e/ou a medula espinhal, distúrbios neurológicos, espasmos musculares e alterações hormonais podem ser gatilho. São casos chamados de bexiga neurogênica, com comportamento diferente da idiopática. Ainda é possível a mulher desenvolver sintomas da BH, como a incontinência urinária, durante o período gestacional. É consequência da maior produção de urina, assim como da pressão que o útero exerce sobre
MULHER | 23 a bexiga. Consequentemente, há mais dificuldade para controlar e segurar o fluxo. A ginecologista Cássia Raquel Teatin Juliato, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Uroginecologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, explica o tratamento da BH “Uma primeira linha se refere a intervenções comportamentais, como a suspensão do tabagismo, adequação do peso, controle da obesidade e da diabetes. Deve-se ainda evitar alimentos que estimulam o músculo detrusor da bexiga, tais quais a cafeína, álcool, pimenta, chocolate, refrigerantes e alimentos ricos em potássio. Treinamentos musculares do assoalho pélvico também melhoram o quadro. Outra vertente inclui tratamento medicamentoso com anticolinérgicos ou B3 adrenérgicos. Em mulheres na pós-menopausa, pode-se utilizar estrogênio vaginal associado a estas medicações. Por sua vez, a terceira linha de tratamento é reservada para casos mais graves, nos quais falharam os anteriores. Nesta etapa são opções a aplicação de toxina botulínica intravesical, neuroestimulação sacral e estimulação do nervo tibial percutâneo”. “Não tenha vergonha dos sintomas. Todos os ginecologistas estão aptos a realizar o diagnóstico e o tratamento adequado.”
| MULHER 24 Ao notar frequência urinária elevada (intervalo menor do que duas horas), urgência miccional, noctúria, incontinência e vontade de ir ao banheiro mesmo com a bexiga vazia, a paciente deve procurar ajuda. Cássia frisa uma vez mais que a bexiga hiperativa é uma síndrome com grande impacto na qualidade de vida das mulheres. “Não tenha vergonha dos sintomas”, diz. “Todos os ginecologistas estão aptos a realizar o diagnóstico e o tratamento adequado. Mas, caso haja falha no tratamento, se deve buscar um especialista, que é o uroginecologista”, completa. Emerson de Oliveira reafirma que a BH afeta fortemente o dia a dia da paciente, impactando nos campos físico, social e psicológico. “Então, se você possui ou conhece alguém que demonstra sintomas, fale com um médico. A bexiga hiperativa tem tratamento e isso faz toda a diferença em qualidade de vida”, finaliza. QUALIDADE DE VIDA
MULHER | 25 A contracepção no pós-parto imediato é ainda é um assunto pouco abordado na rotina do pré-natal. De acordo Mariane Nunes de Nadai, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, - Bauru, especialista em reprodução humana e anticoncepção, trata-se de questão de suma relevância, devendo ser proposta para discussão pelas pacientes aos seus ginecologistas já no início da gestação. CONTRACEPÇÃO NO PÓS-PARTO IMEDIATO: vale sua atenção
| MULHER 26 De acordo com a FEBRASGO, a gravidez não planejada atinge grande número de mulheres no Brasil e no resto do mundo. Mais de 100 milhões ou aproximadamente 18% daquelas que vivem com seus parceiros, em países em desenvolvimento, desejam evitar, mas não fazem uso de métodos contraceptivos. Em nosso país, cerca de 55% das mulheres engravidam sem planejar. Isso reforça a importância da cultura do planejamento familiar, com medidas instituídas desde o pré natal, também podendo ser realizadas no pós-parto imediato. É certo que causará grande impacto na reversão deste cenário, levando à redução das gravidezes não planejadas e ao aumento do intervalo intergestacional. Métodos seguros existem em fartura, cabendo a seu ginecologista-obstetra a indicação do que mais se adequa às suas necessidades e particularidades em saúde. Podemos destacar entre os métodos reversíveis e altamente eficazes
MULHER | 27 disponíveis no país os DIUs (dispositivos intrauterinos, tanto de cobre quanto de levonorgestrel) e os implantes de etonogestrel. Os anticoncepcionais orais, também conhecidos como pílula,são um dos métodos mais usados pelas mulheres, sendo no entanto contraindicados em algumas situações clínicas. O “inconveniente”, por assim dizer, é ter de lembrar de tomar diariamente, para garantir a eficácia. Quanto aos métodos contraceptivos de longa ação libera íons de cobre que imobilizam os espermatozoides e dificultando a fecundação. A eficácia é de 99,4% e podendo ter duração de 3 a 10 anos. DIU HORMONAL Semelhante ao de cobre, atuam no muco cervical impedindo a passagem dos espermatozoides, alterando também a motilidade das trompas. Basicamente, libera doses baixas de progesterona, de forma controlada, deixando a camada do útero fina, diminuindo ou até mesmo cessando o fluxo menstrual. O DIU hormonal não possui estrogênio em sua composição e sua eficácia é de 99,7% IMPLANON O Implante Contraceptivo Subdérmico é um dispositivo anticoncepcional inserido no antebraço, que libera o hormônio etonogestrel, que é um progestagênio, na corrente sanguínea. Esse reversíveis que podem ser inseridos no puerpério imediato, podemos citar os DIUs de cobre e de progestagênio, e o Implante de etonogestrel. A puérpera, inclusive, já poder sair da maternidade com o método inserido na grande maioria dos casos, quando da alta do parto. COBRE O DIU de cobre é um dispositivo em T introduzido no interior da cavidade endometrial. Desta forma,
| MULHER 28 hormônio bloqueia a ação ovulatória dos ovários, além de aumentar a hostilidade do muco cervical, reduzindo a motilidade do espermatozoide, ou seja, a capacidade de o espermatozoide se mover para dentro da cavidade uterina. CUIDADOS Mariane Nadai informa que, nas primeiras semanas pós-parto, a paciente não deve usar nada com estrogênio, pois há um risco maior de trombose. Aliás, as mulheres que amamentam não devem usar estrogênio por 6 meses após o parto. Por fim, ela reforça a relevância de se aumentar o intervalo intergestacional, ou seja, de ter distanciamento maior entre as gestações, pois quanto mais curtas essas janelas de tempo, mais riscos existem para a mãe e para o bebê, ampliando riscos de morbimortalidade materna e fetal.
MULHER | 29 Informações de fonte segura sobre os assuntos que mais englobam a saúde da mulher, como hábitos saudáveis, gravidez, puerpério, métodos contraceptivos, menstruação e muito mais! Siga a nas redes sociais e informe-se mais sobre o universo feminino! @sogesp.sp SOGESP SOGESP SOGESP - São Paulo www.sogesp.com.br SOGESP
| MULHER 30 IMPACTO DA OBESIDADE NA SAÚDE DA MULHER
MULHER | 31 Segunda maior causa de morte evitável no mundo, a obesidade já atinge proporções epidêmicas. No Brasil, afeta 19,8% da população, segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Ou seja, 1 em cada cinco de nós sofre dessa doença. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a obesidade entre as mulheres mais que dobrou, de 2003 a 2019, passando de 14,5% para 30,2%. Ou 3 em 10, para ficar bem claro. Fatores genéticos, de estilo de vida e emocionais são motivadores. Da mesma forma, colaboram para doenças cardiovasculares, além de provocar ou aumentar o risco para outras 229 doenças, como hipertensão, apneia do sono e transtornos psicossociais, só para citar exemplos. “Nas mulheres a obesidade é facilitador para cânceres, de mama e de endométrio. Também é gatilho para a incontinência urinária e está associada à Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), podendo diminuir a fertilidade, assim como aumentar complicações na gravidez”, adverte Luciano Melo Pompei, secretário-geral da SOGESP e professor de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC. A gravidez da mulher obesa requer maior atenção, devido a distúrbios clínicos e obstétricos. “A paciente tem mais chance de diabetes gestacional, pressão alta, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, trombose, de parto prematuro, entre outras complicações”, informa Cristiano Barcellos, doutor em Ciências na área de Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro do Departamento de Pré-diabetes e Síndrome Metabólica da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
| MULHER 32 Para realizar o diagnóstico em adultos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea). A fórmula é dividir o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) elevada ao quadrado: IMC = peso ÷ altura². Por exemplo, se o seu peso é 65kg e a altura é 1,60m, o IMC será calculado assim: IMC = 65 ÷ 1,60² IMC = 65 ÷ 2,56 IMC = 25,39 Uma maneira alternativa para o cálculo e mais simples: basta pegar e dividir duas vezes consecutivamente pela altura: 65 ÷ 1,60 ÷ 1,60 Se o resultado variar entre 18,5 e 24,9 o peso está na faixa ideal; de 25 a 29,9 é considerado sobrepeso; e acima de 30 configura obesidade. “Vale lembrar que existem diferentes graus de obesidade. A de grau 1 vai até 34,9; a grau 2 até 39,9; e a grau 3, chamada de mórbida, é igual ou superior a 40. Durante a anamnese, o especialista médico recorre a exames complementares, além de medir a circunferência abdominal, para entender onde a gordura está localizada. O acúmulo na região abdominal remete à gordura visceral e é associado a distúrbios metabólicos, como resistência à insulina, hipertensão, pré-diabetes, diabetes tipo 2, gordura no fígado, no pâncreas, no coração, nos rins e nos músculos, podendo levar à morte”, alerta o Barcellos. IMC
MULHER | 33 Uma doença que causa mais de 13 tipos de câncer e transtornos psicológicos não pode ser ignorada. É essencial tratar adequadamente inclusive os fatores desencadeantes. O endocrinologista da SBD explicita que maus hábitos alimentares e de estilo de vida contribuem bastante para o ganho de peso. “O ser humano passou a comer em demasia alimentos processados, gordura hidrogenada e gordura trans, alto teor de carboidratos e de açúcares e excesso de calorias. Isso somado ao fato de que a população está cada vez menos ativa é gatilho para a obesidade. Estima-se que mais de 60% da população brasileira seja sedentária.” Algumas pessoas herdam a predisposição para a obesidade. Fatores genéticos podem estimular o ganho de peso por meio das oscilações hormonais ou pelo metabolismo lento, enquanto aspectos psicológicos podem ser desencadeantes da compulsão alimentar. Mudança de hábitos, com uma dieta menos calórica, aliada a exercícios físicos, é a melhor forma de tratar a obesidade e garantir qualidade de vida. Também pode ser feito o uso de medicamenHábitos
| MULHER 34 tos, tanto os que reduzem a absorção de gordura pelo organismo quanto os controladores de apetite, desde sob prescrição médica. “A reeducação alimentar para pessoas obesas visa a reduzir a quantidade total de calorias, se deve consumir menos do que o gasto. É fundamental que haja acompanhamento médico e nutricional para garantir o consumo de proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis, tudo com equilíbrio e na quantidade adequada. Embora a redução das calorias globais seja a meta, é preciso manter os pilares da boa alimentação: a ingestão de micronutrientes, vitaminas, minerais e outros”, orienta Pompei. A cirurgia bariátrica deve ser considerada somente para pessoas com IMC maior ou igual a 40 kg/m2 ou IMC maior ou igual a 35 kg/m2 na presença de comorbidades. O acompanhamento médico é essencial sempre. “Existe valorização grande e frequente da magreza nas mídias, mas para os profissionais da saúde não é essa a preocupação. É indispensável que a paciente perceba que a obesidade aumenta o risco de doenças e de uma morte precoce. Vale atentar para o fato de que ninguém fica acima do peso por falta vontade, e sim, por se tratar de doença crônica. A obesidade demanda tratamento e cuidados para o resto da vida. Hoje temos conhecimento, cirurgias e medicamentos aprovados, testados e comprovados... Então, que sejam usados para salvar e melhorar a vida das pessoas”, finaliza Luciano Pompei. “Existe valorização grande e frequente da magreza nas mídias, mas para os profissionais da saúde não é essa a preocupação.”
MULHER | 35 Presidente: Rossana Pulcineli Vieira Francisco Primeiro vice-presidente: Luiz Alberto Ferriani Segundo vice-presidente: Manoel B. C. Girão Secretário-geral: Luciano de Melo Pompei Primeiro-secretário: Jorge Nahás Neto Segundo-secretário: Carlos Alberto Maganha Diretor-tesoureiro: José Maria Soares Júnior Primeiro-tesoureiro: Carlos Alberto Politano Segunda-tesoureira: Marcia Fuzaro Terra Cardial Diretora científica: Rosiane Mattar Coordenadora científica de Obstetrícia: Silvana Maria Quintana Coordenador científico de Ginecologia: Rogério Bonassi Machado Diretor dos representantes credenciados: José Luis Crivellin Coordenador dos representantes credenciados da capital: André Luiz Malavasi L. Oliveira Coordenador dos representantes credenciados do interior: Carla Muniz P. de Carvalho Diretora da Defesa Profissional: Maria Rita de Souza Mesquita Comissão Editorial da revista Mulher SOGESP: Elaine Christine Dantas Moises (coordenação), Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva, Andrea da Rocha Tristão, Cristiane de Freitas Paganoti, Daniela Cristina Feliciano Ferreira Nacaratto, Giuliane Jesus Lajos, Luiz Gustavo Oliveira Brito e Marcelo Luis Steiner REGIONAIS Regional Campinas Presidente: Francisco Eduardo Prota E-mail: campinas@sogesp.org.br Regional Ribeirão Preto Presidente: Paulo Ricardo de Oliveira Pagnano E-mail: ribeirao@sogesp.org.br Regional Presidente Prudente Presidente: Giuliano Tavares Tosello E-mail: presidente.prudente@sogesp.org.br Regional Vale do Paraíba Presidente: Ângelo de Lima Guedelha E-mail: vale@sogesp.org.br Regional Santos Presidente: Roberto César Nogueira Júnior E-mail: santos@sogesp.org.br Regional Centro-Oeste Presidente: José Roberto Salina E-mail: centro-oeste@sogesp.org.br M U L H E RSOGESP EXPEDIENTE Regional Sorocaba Presidente: Henri Augusto Korkes E-mail: sorocaba@sogesp.org.br Regional Grande ABC Presidente: Elizabeth Jehá Nasser E-mail: abc@sogesp.org.br Regional São José do Rio Preto Presidente: Wagner Vicensoto E-mail: sjrpreto@sogesp.org.br REVISTA MULHER SOGESP Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 2.729 Cj. 1001 a 1006 | Jd. Paulista | São Paulo/SP | CEP 01401-000 Tel./Fax: (11) 3884-7100 Site: www.sogesp.com.br E-mail: sogesp@sogesp.org.br Edição: Chico Damaso – MTB 17.358 Projeto gráfico: Acontece Comunicação e Notícias Diagramação: Henrique Artuni Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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