REVISTA - MULHER SOGESP

| MULHER 20 “Exatamente pelo caráter assintomático ou oligossintomático da infecção, o rastreamento é absolutamente necessário para o controle da ‘epidemia silenciosa’. Países como a Suécia e Austrália, que implementaram as medidas de rastreamento há vários anos, tiveram como resultado a redução acentuada de casos e, consequentemente, de suas complicações”, diz a especialista. “No Brasil, o rastreamento ainda não faz parte da normatização de atendimento do pré-natal, contrariando o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, que orienta testagem de todas as gestantes para Chlamydia trachomatis na fase inicial da gestação”. Embora ainda existam controvérsias na literatura, a maioria dos estudos científicos registra associação entre infecção por clamídia na gestação e risco de abortamento espontâneo, parto prematuro, ruptura precoce de membranas, entre outras. A transmissão ao recém-nascido se dá em 40% dos casos e os principais sintomas são conjuntivite purulenta e pneumonia, comumente de difícil tratamento. Caso a conjuntivite não seja diagnosticada e tratada adequadamente, pode causar grave dano ocular. “A única maneira de interromper a cadeia de transmissão é rastrear as pessoas infectadas e ministrar o tratamento adequado. Isso envolve cuidados com os parceiros, o aconselhamento sobre as infecções de transmissão sexual, além do uso constante e adequado de preservativos. Certamente a educação em saúde, aliada à designação de recursos adequados e tão necessários para o controle da infecção por Chlamydia trachomatis, assim como das demais infecções sexualmente transmissíveis, é urgente e trará benefícios inestimáveis às mulheres, às famílias e, consequentemente, à população de nosso país”, finaliza Iara Linhares. “Estudos registram associação entre infecção por clamídia na gestação e risco de aborto espontâneo, parto prematuro, ruptura precoce de membranas, entre outras.”

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