REVISTA - MULHER SOGESP

MU L H E R SOGESP Leitor, tenha fácil acesso à revista através de seu dispositivo móvel ANO XXXIII – EDIÇÃO 14 - MARÇO A JUNHO DE 2022 – ISSN 2317-3920 Marcelo Justo/Folhapress FLÁVIA CINTRA OSTEOPOROSE Prevenção faz toda a diferença Uma história de superação e amor pela vida

| MULHER 2 ÍNDICE RECADO 03 ESPECIAL FLÁVIA CINTRA 04 HUMANIZAÇÃO DA ASS I STÊNCIA OBSTÉTRICA 18 CÂNCERES DE MAMA E COLO DE ÚTERO 23 ATENDIMENTO GINECOLÓGICO PARA MULHERES COM DEF ICIÊNCIA 10 OSTEOPOROSE NA MULHER 26 DOR PÉLVICA 30

MULHER | 3 Cara leitora, é uma honra inenarrável escrever a você nesta primeira edição de 2022 da Mulher SOGESP. Faço questão de agradecer sua fidelidade a nossa revista, além de me apresentar: sou o novo presidente da SOGESP e terei essa responsabilidade por três anos, junto com a diretoria recém-empossada. Para que nos conheça um pouco melhor, esclareço que a SOGESP é uma associação de médicos ginecologistas e obstetras do estado de São Paulo. Trabalhamos em prol dos especialistas e, em especial, por assistência e saúde de qualidade a você, mulher. Aliás, a revista Mulher SOGESP, que está completando três anos, tem justamente o intuito de compartilhar com você informações de confiabilidade no campo da saúde e da medicina. O que você lê aqui não é nem nunca será fake. É notícia confiável, baseada na experiência de profissionais de altíssimo nível, assim como é também o seu ginecologista-obstetra. Portanto, desfrute de nossas reportagens sem contraindicação. Obrigado. Luciano de Melo Pompei, presidente da SOGESP RE ca do

| MULHER 4 Marcelo Justo/Folhapress

MULHER | 5 Repórter do Fantástico desde 2010, a jornalista Flávia Cintra é referência entre os colegas de imprensa pela qualidade de seu trabalho, assim como admirada pelos telespectadores. Suas reportagens são sempre em prol de boas causas. Trazem à discussão questões sociais relevantes, chamando a atenção para abusos, desrespeito e discriminação. FLÁVIA CINTRA, uma história de superação e brilho ESPECIAL Repórter do Fantástico desde 2010, ela tornou-se referência de jornalismo de excelência após ficar tetraplégica. Saiba a seguir um pouco mais dessa incrível mulher, mãe e profissional de imprensa Flávia é muito do bem, comprometida com o bom jornalismo e com a defesa dos direitos individuais e coletivos das pessoas. É ainda exemplo de superação: é uma das poucas profissionais cadeirantes a conquistar espaço fixo em nossa principal mídia televisiva, a Rede Globo. SEM MEDO DE SER FELIZ Tetraplégica desde os 18 anos, ela adquiriu a condição de PcD (pessoa com deficiência) após um acidente automobilístico na rodovia Anchieta, ligação entre a capital paulista e o litoral sul do estado de São Paulo. O então namorado, ao vo-

| MULHER 6 lante, viu-se obrigado a desviar repentinamente de um corpo estendido no meio da estrada. O carro, descontrolado, capotou diversas vezes. Flávia ficou presa no meio das ferragens, já não sentia o corpo do pescoço pra baixo. Eles foram socorridos rapidamente. A jornalista destaca que foi salva pelo cinto de segurança. Assim, de uma hora para outra, viuse cadeirante. Com o passar do tempo e as sessões de fisioterapia, Flávia recuperou alguns movimentos dos braços e das mãos. Mesmo prevendo que preconceitos poderiam ocorrer em seu percurso, decidiu cursar a faculdade de jornalismo. Certa feita, em entrevista ao Altas Horas, atração global comandada por Sérgio Groisman, ela confidenciou que boa parte de suas principais realizações no âmbito pessoal, profissional e emocional aconteceram após a tetraplegia. Como, por exemplo, se formar, virar repórter do Fantástico, casar e dar à luz, por parto natural, aos gêmeos Mateus e Marina. Reprodução/Instagram flaviacintraoficial

MULHER | 7 A condição de tetraplégica em momento algum foi impeditivo para Flávia se entregar e desfrutar os melhores momentos da vida. Veio a gravidez, nem sequer planejada, trazendo surpresa maravilhosa: teria gêmeos. Nem na família de Flávia ou na do marido havia histórico de gestações gemelares. Em vídeo para o portal deficienteciente.com.br (disponível em www.deficienteciente.com.br/um-pouco- -da-historia-da-tetraplegica. html), a jornalista relata experiências inspiradoras desMATERNIDADE E MÉDICOS sa época e outras nem tanto. Conta, por exemplo, que o primeiro médico a atendê-la deu-lhe uma bronca; a consulta não foi fácil. “Uma pessoa menos orientada talvez tivesse saído daquele consultório pensando em aborto”. No início da gravidez, fez um ultrassom, já com outro médico. Ele exultou junto com ela, ao transmitir o achado: “Parabéns, parece que temos dois bebês aqui.” A sequência da história é o nascimento de seus gêmeos, 100% saudáveis. Ela se

| MULHER 8 adaptou da melhor maneira possível para criá-los, participando de todas as fases do crescimento e ensinando-os a comer, a tomar banho e até mesmo a andar. Com o propósito de incentivar e informar mulheres cadeirantes que tenham o sonho de ser mãe, Flávia escreveu um livro, em parceria com três outras mães tetraplégicas, tratando da maternidade em uma cadeira de rodas. Em “Maria de Rodas - Delícias e desafios na maternidade de mulheres cadeirantes”, elas descrevem suas trajetórias até a decisão de serem mães e abrem detalhes das relações com seus filhos. O livro é uma afirmação e reafirmação do poder das pessoas com deficiência. Mais um acerto de Flávia Cintra, mais um serviço que ela presta para a construção de uma sociedade melhor, com justiça e respeito. Reprodução/Instagram flaviacintraoficial

MULHER | 9 O Podcast Saúde Mulher SOGESP é sua pausa na rotina para se informar sobre seu corpo e bem-estar. Os assuntos mais relevantes para as mulheres são colocados em pauta pelos especialistas da SOGESP. Disponível nas plataformas de streaming: Spotify e Deezer. Escute e informe-se! Quer se informar mais sobre a saúde feminina? PODCASTSOGESP Acesse já! CLIQUE AQUI

| MULHER 10 Atendimento ginecológico para mulheres com deficiência De acordo com o mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o Brasil teria cerca de 24% da população com algum nível de deficiência. Ou seja, dificuldades de visão, audição, da fala ou para se movimentar. São mais de 45 milhões de brasileiros. Fica evidenciado, pela grandeza em números, a importância de se pensar em técnicas e abordagens para tornar a vida em sociedade o mais acessível e confortável possível a essa grande parcela da comunidade. No campo da medicina, e mais especificamente da ginecologia e obstetrícia, tratando-se de mulheres PcDs, a gineco-

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| MULHER 12 logista e médica do esporte da UNIFESP Maíta Poli de Araújo destaca que essas pacientes devem ter acesso aos mesmos serviços e tratamentos que as demais. “Mulheres com deficiência e mobilidade reduzida têm os mesmos direitos sexuais e reprodutivos de qualquer outra mulher. O principal aspecto a ser considerado neste atendimento é conhecer a habilidade de cada paciente para saber o que e quanto tempo será necessário para o atendimento ginecológico”, esclarece a profissional, que completa dizendo que as pacientes devem ser atendidas por médicos capazes de realizar quaisquer exames e procedimentos necessários.

MULHER | 13 DICAS PARA PACIENTES E ACOMPANHANTES Para além da dedicação e cuidado dos profissionais, pacientes e acompanhantes também podem tomar algumas medidas e iniciativas que auxiliam no atendimento. Uma das recomendações principais indicada por Maíta é que, caso a pessoa faça uso de alguma tecnologia assistiva, informe o médico e explique o funcionamento da mesma, para que assim a troca entre paciente e profissional seja o mais clara possível. No caso de um acompanhante estar presente, é importante que o mesmo tenha o cuidado de não invadir o espaço que deve ser da mulher atendida. É comum que familiares e parceiros se sintam na responsabilidade de ajudar ao máximo a paciente, mas muitas vezes, ao responderem e se posicionarem no

| MULHER 14 lugar dela, acabam dificultando a compreensão das informações passadas. Por isso, é muito importante um diálogo entre paciente e acompanhante para entender o local de cada um na consulta, colaborando para uma interação satisfatória, em que todas as dúvidas possam ser sanadas. Por fim, mas não menos importante, a informação é uma chave essencial. Tanto as pacientes quanto as pessoas que fazem parte da rede de apoio devem, sempre que possível, buscar informações atualizadas sobre os direitos das mulheres PcDs para estarem preparadas diante de situações capacitistas ou até mesmo criminosas. GRAVIDEZ E PARTO O ideal é que a paciente realize o parto em hospitais preparados, desde a recepção. Isto inclui, por exemplo, um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para acompanhar portadoras de deficiência auditiva. Ou então, um acompanhante que faça a audiodescrição para aquelas com deficiência visual. Em cadeirantes, é fundamental avaliar o nível da lesão para evitar a síndrome simpático reflexa. O planejamento do parto deve ser cuidadoso e levar em conta todas as limitações da gestante, para que o momento seja o mais confortável e seguro.

MULHER | 15 O planejamento do parto deve ser cuidadoso e levar em conta todas as limitações da gestante, para que o momento seja o mais confortável e seguro. Infelizmente, a realidade observada em parte dos hospitais e maternidades brasileiras se distancia da adequada. Um levantamento realizado em 2021 pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a Universidade Federal do Maranhão, mostrou que de 606 maternidades públicas apenas 4,3% (26) contavam com recursos de acessibilidade motora como corrimões, barras nos banheiros e portas com tamanhos corretos para a passagem de cadeira de rodas. Já para deficiência auditiva, só 3,3% tinham sinalização adequada com textos, imagens ou placas. Por fim, nenhum dos locais apresen-

| MULHER 16 tou acessibilidade para mulheres com deficiência visual: nas mais de seiscentas maternidades, a sinalização tátil inexistia. Os números, preocupantes, intensificam o papel dos médicos na luta de mulheres PcD pelo acesso à saúde. Um atendimento planejado, humanizado e livre de preconceitos é um grande passo na trajetória para que essas pacientes possam se sentir seguras e confortáveis em um momento tão importante como a gestação.

MULHER | 17 Enquanto a acessibilidade de ambientes médicos não é universal, uma boa alternativa para pacientes com deficiência é frequentar centros especializados em atendimento a PcDs. De acordo com Andrea Jacusiel Miranda, médica de atletas paraolímpicos no Comitê Paralímpico Brasileiro há 15 anos, nas cidades maiores há um número considerável de estabelecimentos que oferecem serviços públicos específicos para pessoas com deficiência. “Para ingressar na maioria destes serviços, o encaminhamento costuma ser feito a partir de uma unidade básica de saúde. No entanto, há alguns em que a entrada é por livre demanda, ou seja, a pessoa com deficiência pode procurar diretamente o serviço e agendar um atendimento”, explica a médica, que aconselha fortemente que as mulheres busquem sempre se informar junto ao local de atendimento para entender a forma de entrada no serviço. Entretanto, Andrea destaca que o grande problema se encontra na escassez desses locais em municípios menores. “Infelizmente, a concentração ainda se dá nos grandes centros e capitais do país, entretanto é válido que cada paciente faça uma busca rápida na internet, para verificar a possibilidade de existir um local especializado na região”, finaliza. ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA

| MULHER 18 assistência obstétrica HUMANIZAÇÃO DA A temática faz parte do dia a dia das mulheres e dos ginecologistas-obstetras. Humanizar o parto e todos os demais procedimentos é tarefa que exige perseverança dos envolvidos, assim como compreensão sobre problemas estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS), determinação para solucioná-los e ainda para reverter quaisquer outros eventuais equívocos no processo de assistência às pacientes. Excessos e desrespeitos em atendimentos obstétricos são exceções. “Hoje existem diversas situações de desrespeito; a

MULHER | 19 maioria delas lamentavelmente é inerente ao próprio sistema de saúde, à falta de políticas públicas competentes. Para nossa reflexão: se uma grávida perambula de maternidade em maternidade para conseguir vaga para internação, isso é uma violência contra a parturiente que o sistema de saúde promove. Se a maternidade não tem ambiência apropriada para o acompanhamento do parto e se transforma em casa de cesárea, impossibilitando condições a ter um parto normal, é uma violência da instituição. E assim por diante”, pontua César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira”. Para Caio Prado, ex-diretor técnico do Centro de Re- “Quando bem indicadas, com adequado consentimento esclarecido e demais cuidados, temos uma intervenção que é a base da boa assistência à saúde, que salva vidas e é desejável.”.

| MULHER 20 “A quase totalidade dos ginecologistasobstetras atua respeitosa e eticamente em relação às pacientes, colocando o bemestar em primeiro lugar ferência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto e médico assistente do Setor de Gestação de Alto Risco e Medicina Fetal do HC de Ribeirão Preto, os ginecologistas-obstetras devem ter em mente sempre, que é indispensável, a cada passo do atendimento, trabalhar com clareza na indicação clínica, embasamento em evidências científicas e consentimento da gestante. “Quando bem indicadas, com adequado consentimento esclarecido e demais cuidados, temos uma intervenção que é a base da boa assistência à saúde, que salva vidas e é desejável.”. No campo da humanização, o plano de parto é outro elemento imprescindível. Desenhado a partir das diversas possibilidades de desfecho da gravidez, permite à gestante expor suas preferências, valorizando a autonomia dela dentro de parâmetros de segurança, evidentemente. A SOGESP, por meio de sua Comissão de Valorização, EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS

MULHER | 21 POSTURA DE RESPEITO tem posicionamento firme sobre o binômio humanização x violência obstétrica. De acordo com Fernando Sansone, diretor de Defesa Profissional, é repudiável qualquer excesso contra a gestante e parturiente, bem como contra qualquer pessoa. Ele reforça a importância de uma comunicação respeitosa, assertiva e esclarecedora dos profissionais envolvidos na assistência obstétrica em cada ação ou intervenção, sempre solicitando o consentimento da paciente para execução dos atos propostos. Por fim, Sansone enfatiza que “a quase totalidade dos ginecologistas-obstetras atua respeitosa e eticamente em relação às pacientes, colocando o bem-estar em primeiro lugar e procurando se atualizar permanentemente a fim de oferecer as melhores condutas na assistência médica”.

| MULHER 22 Informações de fonte segura sobre os assuntos que mais englobam a saúde da mulher, como hábitos saudáveis, gravidez, puerpério, métodos contraceptivos, menstruação e muito mais! Siga a nas redes sociais e informe-se mais sobre o universo feminino! @sogesp.sp SOGESP SOGESP SOGESP - São Paulo www.sogesp.com.br SOGESP

MULHER | 23 Faz cerca de dez anos, a mastectomia era uma simples e desconhecida cirurgia preventiva de câncer de mama. Porém, em 14 de maio de 2013, quando Angelina Jolie assumiu em artigo ao jornal americano “The New York Times” que fizera o procedimento para retirar os seios, com receio de um tumor, ela - a mastectomia! - ganhou luzes, notoriedade e os noticiários de todo o mundo. CÂNCERES DE MAMA E COLO DE ÚTERO O poder da genética e das cirurgias preventivas

| MULHER 24 Os cinco minutos da fama passaram. Contudo, essa cirurgia preventiva para câncer de mama segue sendo da maior importância para a saúde das mulheres de todo o mundo. Fácil explicar: de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, Inca, o controle dos cânceres de mama e de colo do útero, mesmo sendo um desafio para as políticas de saúde voltadas para as mulheres, têm significativas chances de sucesso na prevenção, no tratamento e mesmo de cura quando detectados precocemente. Os exames de rotina são uma estrada segura para o diagnóstico precoce, entre eles, a mamografia e o papanicolau. A consulta de rotina ao ginecologista também é primordial, segundo o mastologista Fabrício Palermo Brenelli, da Unicamp e Beneficência Portuguesa de São Paulo. Por importante, é indispensável registrar que temos ainda alta incidência desses tipos de tumores mais comuns do sexo feminino, tanto no Brasil quando mundialmente. Em nosso país, a distribuição geográfica da incidência dessas neoplasias reflete diferenças regionais, atesta o Inca em seu portal: “No Sul e Sudeste, a incidência do câncer de mama é mais importante – fato associado ao nível de desenvolvimento. No Norte, reside o principal desafio para o

MULHER | 25 controle do câncer de colo de útero. No ranking geral de neoplasias entre as mulheres brasileiras, mama e colo de útero são as mais incidentes (excetuando-se os tumores de pele não melanoma), seguidas por cólon e reto; traqueia, brônquio e pulmão; e estômago”. Na saúde, como um todo, e no câncer, em especial, a informação continua sendo uma estratégia de prevenção fundamental. Saiba você, então, que 10% dos tumores de mama são de origem genética, ou seja, herdados de gene que pode vir do pai ou da mãe, aumentando o risco. “Se a mulher tiver antecedentes de câncer, principalmente de mama e/ou de ovário na família, em particular com casos em idades muito jovens, ela deve procurar conversar com seu ginecologista sobre a consulta a um profissional especializado. Fica o alerta. Lembrando que uma cirurgia reduz de noventa a cem por cento a chance de um câncer”, finaliza Fabrício Brenelli. “A quase totalidade dos ginecologistas-obstetras atua respeitosa e eticamente em relação às pacientes, colocando o bem-estar em primeiro lugar

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MULHER | 27 Osteoporose na mulher prevenção pode fazer toda a diferença Mais comum em mulheres acima de 45 anos, a osteoporose tem a característica de deixar os ossos frágeis e porosos. À medida em que progride, com o avançar da idade, aumenta o risco de fraturas, especialmente vertebral e de quadril. Doença crônica, afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. A cada três segundos, ocorre uma fratura osteoporótica, totalizando aproximadamente 9 milhões de fraturas anuais. A osteoporose acomete a ambos os sexos. Estima-se que, acima dos 50 anos, 1 a cada 3 mulheres e 1 a cada 5 homens terão ao menos uma fratura relacionada a ela. De acordo com especialistas, as mulheres são mais propensas a ter osteoporose devido a fatores diversos, sendo um dos principais as mudanças hormonais que ocorrem na menopausa, em consequência da parada da produção de estrogênio pelos ovários. A osteoporose é na maioria das vezes uma doença silenciosa. Assim, pode passar despercebida e só ser identificada quando ocorrer a fratura óssea. Além disso, um sinal comum que pode servir de in-

| MULHER 28 dicativo é a diminuição da estatura em 2 ou 3 centímetros, somada a presença de cifose anormal, uma curvatura exagerada da coluna vertebral. A osteoporose não tem cura. Porém, o tratamento pode propiciar melhoria de qualidade de vida, além de diminuir o risco de fraturas e de doenças associadas. De acordo com Adriana Orcesi Pedro, presidente da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose da Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo, há bons caminhos para a prevenção. “Existem uma série de cuidados precoces, para ganhar o máximo de conteúdo mineral ósseo durante a adolescência; preservar este “Existem uma série de cuidados precoces, para ganhar o máximo de conteúdo mineral ósseo durante a adolescência; preservar este conteúdo durante a vida reprodutiva, com especial atenção durante a gestação e lactação e evitar a perda óssea decorrente da menopausa

MULHER | 29 conteúdo durante a vida reprodutiva, com especial atenção durante a gestação e lactação e evitar a perda óssea decorrente da menopausa. Desta forma, poderemos contribuir para prevenção de fraturas durante todo o ciclo de vida da mulher”, pondera a professora. “As importantes recomendações são para prática de atividade física regular e adequada para faixa etária e condições de saúde; nutrição saudável com ingestão ou suplementação (quando necessária) de nutrientes benéficos ao osso como cálcio, vitamina D e proteína. A exposição ao sol em horários seguros contribui para a obtenção de vitamina D; orientação para adoção de um estilo de vida que vise a manutenção de um peso saudável, além de evitar etilismo e tabagismo. Sempre é fundamental e principalmente após a menopausa, reconhecer os fatores de risco para osteoporose para que se faça um diagnóstico precoce e se institua um tratamento oportuno e individualizado para preservação da massa óssea e desta forma, evitar fraturas por fragilidade.

| MULHER 30 DOR PÉLVICA o que você precisa saber

MULHER | 31 A dor pélvica é responsável por grande parte das queixas das mulheres nos consultórios ginecológicos. Surge na região do baixo ventre e normalmente está associada às pacientes portadores de alguma alteração prévia. Existem mais de cem causas descritas para a queixa dolorosa na pelve. Em mulheres que menstruam, a endometriose é responsável por quase metade dos casos. As dores pélvicas podem ser classificadas em agudas e crônicas, conforme explica o dr. Nucelio Luiz Lemos, médico chefe do Setor de Neurodisfunção Pélvica do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina, além de Professor Associado do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Toronto, Canadá. “As agudas, são dores de início repentino e intenso. As crônicas, em geral, se desenvolvem ao longo de meses, o que pode causar os fenômenos de hipersensibilização e coativação. Em outras palavras, a cronificação gera mais dor”, comenta. Suas causas, muitas vezes, são difícieis de identificar. Isso porque pode decorrer de problemas em diversas partes do corpo, o dificultando o trabalho dos médicos.

| MULHER 32 “O maior desafio no tratamento da dor pélvica crônica é o diagnóstico correto, uma vez que, para ser efetivo, o tratamento deve ser específico”, afirma dr. Nucelio. O tratamento para a dor pélvica depende do diagnóstico e pode incluir medicamentos para o alívio do desconforto, exercícios físicos regulares, terapias nutricionais ou cirurgia em caso de mulheres que não respondem bem a outros tratamentos. “O principal fator de risco para dor pélvica crônica é um estilo de vida estressante, sedentário e com maus hábitos alimentares e urinários. A busca por um estilo de vida saudável é a melhor maneira de prevenir dores crônicas”, alerta Nucelio. Em muitos casos, a fisioterapia e acupuntura são tratamentos essenciais para trabalhar a postura e a tensão muscular do paciente, manifestações que agravam o quadro. Por fim, fica um alerta às mulheres: em caso de suspeita dor pélvica crônica, consulte um especialista para o diagnóstico adequado e tratamento oportuno.

MULHER | 33 Presidente: Luciano de Melo Pompei Primeira vice-presidente: Marair Gracio Ferreira Sartori Segunda vice-presidente: Silvana Maria Quintana Secretária-geral: Maria Rita de Souza Mesquita Primeiro-secretário: José Maria Soares Júnior Segunda-secretária: Carla Muniz P. de Carvalho Diretor-tesoureiro: Carlos Alberto Politano Primeiro-tesoureiro: José Luis Crivellin Segunda-tesoureira: Vera Therezinha Medeiros Borges Diretor de Defesa Profissional: Fernando Sansone Rodrigues Diretor científico: Rogério Bonassi Machado Coordenadora científica de Ginecologia: Lucia Helena Simões da Costa Paiva Coordenadora científica de Obstetrícia: Rosiane Mattar Diretor dos representantes coordenados: Luiz Alberto Ferriani Coordenador dos representantes credenciados da capital: Mario Henrique Burlacchini de Carvalho Coordenador dos representantes credenciados interior: Carlos Alberto Maganha Comissão Editorial: Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva, Andrea da Rocha Tristão, Daniela Cristina Feliciano Ferreira Nacaratto, Giuliane Jesus Lajos, Luiz Gustavo Oliveira Brito, Marcelo Luis Steiner, Fernanda Spadotto Baptista REGIONAIS Regional Campinas Presidente: Ilza Maria Urbano Monteiro E-mail: campinas@sogesp. org.br Regional Ribeirão Preto Presidente: Suzi Volpato Fabio E-mail: ribeirao@sogesp.org.br Regional Presidente Prudente Presidente: Rogério Cesar Bocardo E-mail: presidente.prudente@ sogesp.org.br Regional Vale do Paraíba Presidente: José Américo Chaddad de Carvalho E-mail: vale@sogesp.org.br Regional Santos Presidente: Samira El Maerrawi Tebecherane Haddad E-mail: santos@sogesp.org.br Regional Centro-Oeste Presidente: Daniel Spadoto Dias E-mail: centro-oeste@sogesp.org.br M U L H E R SOGESP EXPEDIENTE Regional Sorocaba Presidente: Renato José Bauer E-mail: sorocaba@sogesp.org.br Regional Grande ABC Presidente: Maria Ascension Pallares Varela de Almeida E-mail: abc@sogesp.org.br Regional São José do Rio Preto Presidente: Guaraci Silveira Garcia E-mail: sjrpreto@sogesp.org.br MULHER SOGESP Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 2.729 cj. 1001 a 1006 | Jd. Paulista | São Paulo/SP | CEP 01401-000 Tel./Fax: (11) 3884-7100 | site: www.sogesp.com.br e-mail: sogesp@sogesp.org.br Projeto gráfico e produção editorial: Acontece Comunicação e Notícias Equipe: editor, Chico Damaso, MTB 17.358; estagiárias sob supervisão, Andrezza Ferrigno e Giulia Castro; diagramação: Henrique Artuni. Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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