ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 4

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GINECOLOGIA
ANAIS
co/mamário. Ao exame encontrou-se massa abdominal
móvel projetando-se até rebordos costais. Exames de
imagem de agosto a novembro de 2013 apresentaram
aumento da massa de provável origem ovariana direita
de 13x8x10 (580cc) para 25x14x20 (3955cc). A classifica-
ção ultrassonográfica pelas regras simples do IOTA suge-
riam um tumor maligno: imagem anecóica, multilocular,
componente sólido, septos finos, escassa vascularização
ao Doppler. CA 125 (24 U/ml) e CEA (2,3ng/mL) normais.
Fora submetida à anexectomia direita da lesão ovaria-
na de 35cm, completamente cística e integra com con-
gelação de teratoma. Completada histerectomia total e
salpingo-ooforectomia esquerda. O anátomo-patológico
por parafina mostrou teratoma maduro cístico do ovário
com extenso componente de cistoadenoma mucinoso
do tipo intestinal com foco microscópico de adenocarci-
noma mucinoso (1x1mm). Teve evolução pós-operatória
adequada. Não tem indicação de estadiamento cirúrgico
nem quimioterapia adjuvante.
Instituição:
Universidade Estadual de Campinas – Hospi-
tal da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti – CAISM /
UNICAMP – Campinas – SP
ADENOFIBROMA SEROSO BILATERAL DO
OVÁRIO SIMULANDO CÂNCER DE OVÁRIO –
RELATO DE CASO
Autores:
Coscia, E.B.; Benini, T.; Freitas, B.Z.P.; Issa, D.S.;
Trindade, A.C.T.; Hidalgo, G.S.
Sigla:
G006
O adenofibroma seroso de ovário é um tumor epitelial
benigno raro tendo o estroma fibroso como componen-
te dominante e conteúdo seroso. É bilateral em 10 a 20%
dos casos. Seu aspecto morfológico pode causar dificul-
dade na diferenciação com adenocarcinoma seroso de
ovário que, quando bem-diferenciado, é predominante-
mente cístico ou misto, como o adenofibroma. Relata-
-se o caso de uma paciente com 58 anos, assintomática
e menopausada aos 47 anos. Sem alterações ao exame
físico geral e ginecológico. A ultrassonografia transva-
ginal revelou a presença de cistos ovarianos bilaterais,
medindo 7 cm à direita e 6 cm à esquerda, sólido-císticos
e com septos grosseiros. O estudo com doppler foi su-
gestivo de câncer de ovário. Ressonância magnética da
pelve confirmou o aspecto complexo dos tumores. A do-
sagem de CA 125 de 49 U/ml. Submetida à laparotomia
com biópsia de congelação conclusiva de tumor benig-
no dos ovários. Foi realizada ooforectomia bilateral com
resultado anatomopatológico de adenofibroma seroso
bilateral. A literatura define que o risco de malignidade
dos tumores ovarianos deve ser baseado em suas carac-
terísticas aos exames de imagem, marcadores tumorais e
de dados clínicos. Dessa forma, as pacientes são classi-
ficadas como de alto ou baixo risco para neoplasia ma-
ligna. A ultrassonografia transvaginal com doppler é o
método mais utilizado para o diagnóstico de câncer de
ovário. O estudo com doppler baseia-se no fenômeno de
neovascularização que acompanha a carcinogênese. Os
tumores benignos apresentam fluxos de alta resistência
e vascularização em sua periferia, diferente dos tumores
malignos que apresentam vascularização na periferia e
no interior com fluxo de baixa resistência. Os aspectos
ecográficos que sugerem malignidade são: paredes e
septos irregulares; projeções papilares e áreas sólidas.
A incidência do câncer de ovário aumenta com a idade,
sendo raro antes dos 50 anos. O quadro clínico é ines-
pecífico e as pacientes inicialmente são assintomáticas.
O CA 125 é o marcador mais relacionado e encontra-se
elevado em 80% dos casos. A relevância do estudo está
em discutir a dificuldade do diagnóstico diferencial do
adenofibroma seroso com o câncer de ovário.
Instituição:
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. PUC-SP –
Sorocaba – SP
ALTERAÇÕES DA FLORA VAGINAL EM
USUÁRIAS DE PESSÁRIO
Autores:
Florentino, J.O.; Giraldo, P.C.; Coelho, S.; Castro,
E.B.; Riboldi, R.; Juliato, C.R.T.
Sigla:
G007
O prolapso genital feminino é uma condição grave, de
alta prevalência, que acomete mulheres idosas e com
poucas condições clínicas para correção cirúrgica. O uso
dos pessários vaginais parece ser uma opção razoável
para solucionar os prolapsos extensos. No entanto, são
escassos os estudos sobre seus efeitos adversos. OBJE-
TIVOS – Avaliar as alterações clínicas e microbiológicas
vaginais em mulheres usuárias de pessários vaginais há
mais de um mês. MÉTODOS – Estudo piloto descritivo
selecionou 60 mulheres usuárias de pessário. Um ques-
tionário detalhado coletou informações sócio demográ-
ficas e ginecológicas das pacientes, que a seguir foram
submetidas a exame ginecológico e coleta de bacterios-
copia vaginal para estudo microbiológico da flora vagi-
nal. A análise estatística simples mostrou a frequência e
percentual dos achados. RESULTADOS PARCIAIS – Até
o momento, das 20 mulheres usuárias de pessário, 12
queixaram-se de corrimento (60%), 17 apresentaram
leucorréia no exame ginecológico (85%) e 9 (45%) apre-
sentaram esfregaço vaginal compatível com alterações
patológicas (4 candidíases e 5 vaginoses bacterianas).
A literatura aponta uma prevalência de vaginose bacte-
riana em mulheres menopausadas de aproximadamen-
te 6%. CONCLUSÕES – Mulheres com prolapso genital
usuárias de pessário apresentaram alta prevalência de
leucorréia, com queixa clínica evidente e alterações bac-
terioscópicas vaginais muito superiores às mulheres com
1,2,3 5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,...209