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GINECOLOGIA
ANAIS
deformado, com nódulos aderidos externamente de te-
cido lobulado e amarelado, além de incontáveis implan-
tes disseminados por omento e intestino com mesmo
aspecto nodular. Foi realizada histerectomia total e sal-
pingooforectomia bilateral (citorredução). O anatomo-
patológico diagnosticou sarcoma indiferenciado, com 21
cm no maior eixo; região de miométrio de aspecto par-
dacento e firme; endométrio com superfície granulosa
com presença de massa tumoral de 126 cm3; infiltração
de tecido adiposo epiplóico aderido; tumor sugestivo
de leiomiossarcoma e/ou sarcoma de estroma endome-
trial de alto grau (aguardando confirmação por imuno-
-histoquimico). Determinado estágio IIIB, considerando
ausência de invasão angio-linfática. Relevância e Comen-
tários: Embora ainda se aguarde a confirmação histoló-
gica do tumor, este caso é relevante pela disseminação
tumoral na cavidade peritoneal, além da possibilidade de
coexistirem dois tipos de sarcoma, visto as diferentes ca-
racterísticas do miométrio e endométrio. A citorredução
ótima não foi possível, devido à disseminação peritoneal,
sendo que esta seria a melhor conduta independente do
tipo histológico. Mesmo que a radioterapia adjuvante e
a quimioterapia não tenham sido associadas a benefícios
sobre as taxas de recorrência ou sobrevida, a determi-
nação imuno-histoquímica ajudará na escolha da adju-
vância e no prognóstico, considerando este padrão não
habitual de disseminação peritoneal.
Instituição:
Universaidade de Santo Amaro – SP
SEPTOPLASTIA VAGINAL EM ÚTERO
SEPTADO COM DUPLICAÇÃO CERVICAL
Autores:
Chiamulera, N.A.; Barbanti, S.H.; Botelho, B.
Sigla:
G150
Introdução: Os distúrbios anatômicos do sistema repro-
dutor feminino ocorrem com frequência variando desde
ausência congênita da vagina ou útero até os defeitos de
fusão dos ductos de Müller. De maneira geral as altera-
ções estão associadas às mutações genéticas, deficiência
do desenvolvimento ou causas ambientais. Descrição do
caso: Paciente primigesta, 17 anos, internada por abor-
to retido (idade gestacional de 9 semanas) apresentava
genitália externa normal e septo vaginal longitudinal
com a presença de dois colos uterinos. Referia desen-
volvimento puberal normal com queixa de dispareunia
de penetração. A paciente foi submetida a esvaziamento
uterino sem intercorrências. Na propedêutica da ano-
malia realizou-se ressonância magnética nuclear (RMN)
que evidenciou duplicação cervical com útero septado
completo. Retornou ao serviço para ressecção do septo
vaginal para a melhora da dispareunia, com evolução no
pós-operatório relatando melhora clínica. Relevância e
Comentários: Tradicionalmente os eventos embriológi-
cos descrevem as fusões dos dutos de Müller ocorrendo
no sentido crânio-caudal. No entanto, a teoria tem sido
questionada pelos relatos de raras anomalias, como as
descritas nesse trabalho, sugerindo que a fusão e a re-
absorção dos ductos podem ocorrer em ambos os sen-
tidos, caudal e cranial, não podendo ser explicada pela
teoria unidirecional. Nas pacientes sintomáticas com
útero septado, com duplicação cervical e septo vaginal,
a ressecção do septo é importante para a melhora da
clínica. Entretanto, os protocolos de tratamento clínico/
cirúrgicos ainda não foram definidos nos casos de infer-
tilidade. Nossa expectativa com a descrição deste caso é
contribuir com o relato de casos raros de anomalias de
Müller, que ainda não foram classificadas pela Sociedade
Americana de Medicina Reprodutiva, e que necessitam
de investigação adicional.
Instituição:
Hospital Metropolitano – Sarandi – PR
SEXUALIDADE EM MULHERES COM CÂNCER
DO COLO UTERINO
Autores:
Grion, R.C.; Baccaro, L.F.; Vaz, A.F.; Martins, J.;
Costa-Paiva, L.; Pinto-Neto, A.M.
Sigla:
G151
Objetivos: Avaliar a função sexual e os fatores associa-
dos em mulheres portadoras de câncer do colo uterino
antes da radioterapia. Métodos: Estudo transversal com
79 mulheres portadoras de câncer de colo uterino, com
idades entre 18 e 75 anos, encaminhadas para radiotera-
pia no Hospital da Mulher da UNICAMP entre 01/2013
e 03/2014. A variável dependente foi a função sexual,
avaliada através dos domínios do índice de função sexu-
al feminina (IFSF). Para as mulheres sexualmente inativas
no mês prévio à entrevista foi avaliado apenas o domí-
nio “desejo” do IFSF. As variáveis independentes foram os
dados sociodemográficos, hábitos e condições de saúde,
além das características da neoplasia. A análise estatís-
tica foi realizada através do teste de Mann-Whitney e
regressão linear múltipla. Resultados: a média etária das
mulheres foi de 48,0 (±13,6) anos. Trinta e três mulheres
(41,8%) estavam na pós-menopausa e 55,7% com está-
dio clínico IIIB. Dezoito mulheres (22,8%) relataram que
mantiveram relações sexuais no mês prévio ao início da
radioterapia. As mulheres sexualmente inativas no últi-
mo mês apresentaram piores escores no domínio “dese-
jo” quando comparadas às mulheres sexualmente ativas
(p<0,01). Com relação às mulheres sexualmente ativas no
último mês, as fumantes (p<0,01) e que não realizaram
cirurgia antes da radioterapia (p<0,01) apresentaram pio-
res escores no domínio “excitação”. Mulheres com maior
escolaridade (p<0,01), fumantes (p<0,01) e que não re-
alizaram cirurgia (p<0,01) apresentaram piores escores
no domínio “orgasmo”. Apresentar maior renda familiar
(p=0,04), estadiamento mais avançado do tumor (p=0,03)
e fumar (p=0,04) se associaram a piores escores no domí-
