ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 60

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GINECOLOGIA
ANAIS
ro, tubas uterinas e ovários são preservados e funcionais,
enquanto a vagina e o cérvix uterino estão ausentes. A
incidência é estimada em 1: 80 000 a 1: 100 000 nasci-
dos vivos do sexo feminino. A transmissão genética não
é bem esclarecida, porém é descrita a ocorrência fami-
liar. Uma herança poligênica e multifatorial é a hipótese
etiológica mais plausível. Relatamos caso sem descrição
prévia na literatura de adolescente com agenesia cervi-
covaginal com irmã gêmea monozigótica sem malforma-
ções genitais. Descrição de caso: HSRS, 13 anos, natural
de SP, procura atendimento com queixa de dismenorreia
mensal e progressiva. Ao exame físico apresentava geni-
tália externa sem alterações e canal vaginal curto, com
cerca de 2 cm. A USG pélvica mostrou útero com dimen-
sões aumentadas com conteúdo ecogênico com ecos
em suspensão comunicando-se com o terço superior da
vagina, compatível com hematocolpo e hematometra
(volume: 294 ml). Após 3 tentativas prévias de drenagem
com sucesso parcial, foi realizada a formação de canal
vaginal (neovaginoplastia a McIndoe) seguida de drena-
gem da coleção, guiada por USG pélvica, com saída de
piometra (200 ml). Realizada incisão em cruz na porção
inferior do útero e sutura de bordas em fundo vaginal.
Após a cirurgia, paciente manteve uso de molde vaginal
com bom resultado pós-operatório (10 meses de segui-
mento). Anamnese, dados pré-natais e de nascimento e
exames de imagem confirmam que possui irmã gêmea
monozigótica com sistema reprodutor feminino normal.
Relevância: Caso raro de agenesia cervicovaginal con-
gênita em uma paciente com irmã gêmea monozigótica
sem malformação genital. Comentários: Esse estudo cor-
robora o caráter controverso da etiologia das agenesias
müllerianas e exclui a hipótese de que esta se baseie em
uma transmissão exclusivamente genética. A investiga-
ção acerca da causa etiológica das agenesias müllerianas
colaboraria com a detecção precoce da doença e suas
manifestações mais raras, como o caso acima descrito,
trazendo, portanto, benefícios no tratamento e qualida-
de de vida dessas pacientes.
Instituição:
Departamento de Ginecologia da Universi-
dade Federal de São Paulo – SP
QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM
QUEIXA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA
ATENDIDAS NO HOSPITAL DA MULHER MÃE
LUZIA -MACAPÁ/AP
Autores:
Rego, A.D.; Rocha, L.L.B.; Nunes, L.M.; Teixeira,
R.L.; Teixeira, T.A.; Rego, L.F.
Sigla:
G137
Objetivos: Analisar o impacto da Incontinência Urinária
de Esforço (IUE) sobre a qualidade de vida de mulheres
atendidas no Ambulatório de Uroginecologia do Hospi-
tal da Mulher Mãe Luzia (HMML), em Macapá, no Estado
do Amapá, no período de abril e maio de 2010. Métodos:
A amostra analisada envolveu 60 pacientes atendidas em
primeira consulta. Todas as mulheres atendidas apresen-
tavam a IUE como queixa clínica. Nenhuma paciente ha-
via realizado estudo urodinâmico e também não haviam
passado por qualquer procedimento cirúrgico para cor-
reção de IUE. Após a realização da anamnese detalhada,
bem como exame físico geral e ginecológico foi empre-
gado o Questionário de Qualidade de Vida King’s Health
(KHQ) traduzido e validado para o português, onde se
avalia 9 domínios, , . Para a análise estatística foi utilizado
o programa BioEstat 5.0. A pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade SEAMA de
Macapá-AP, no 067/10 e autorizado pela diretoria clínica
do HMML. Resultados: A faixa etária das mulheres aten-
didas foi entre 29 a 69 anos, sendo 50% acima de 48
anos, o grau de escolaridade mais frequente foi ensino
fundamental Completo (48.3%) e com média de 4 par-
tos. Do total de pacientes entrevistadas, 95% relataram
IUE, 90% urgência urinária, 91,7% noctúria e 78,3% urge-
-incontinência. A comparação entre o numero de partos
e avaliação funcional do assoalho pélvico, mostrou que
o maior numero de partos esta diretamente relaciona-
do a redução do valor do AFA (p-valor=0,0459), eviden-
ciando que o numero de partos prejudica a função dos
músculos do assoalho pélvico. Em relação à avaliação da
incontinência urinária e da qualidade de vida, o domínio
I (impacto da Incontinência) foi associado a influências
negativas sobre a qualidade de vida das mulheres (média
de 74,4), pois quanto maior a pontuação pior a quali-
dade de vida. As demais variáveis estão em uma faixa
entre regular e boa qualidade de vida. Conclusões: A IUE
é responsável por um impacto negativo importante na
qualidade de vida das pacientes. A maioria das pacientes
atendidas possuía entre 48 e 58 anos, ensino fundamen-
tal incompleto e uma média de 4 partos.
Instituição:
Hospital da Mulher Mãe Luzia – Macapá –
AP
SÍNDROME DE HERLYN-WERNER-
WUNDERLICH: UM DIAGÓSTICO POR
IMAGEM
Autores:
Jorge, E.S.; Corrêa, F.F.M.; Sequeira, T.N.; Carva-
lho, F.B.; Giordano, L.A.; Martins, C.D.P.
Sigla:
G138
Introdução: As malformações müllerianas estão frequen-
temente associadas a anormalidades do sistema renal e
do esqueleto axial. A síndrome de Herlyn-Werner-Wun-
derlich é uma variante rara das anomalias müllerianas
caracterizada pela presença de septo hemivaginal, úte-
ro didelfo e agenesia renal ipsilateral. As pacientes com
esta síndrome são assintomáticas até a menarca eà partir
1...,50,51,52,53,54,55,56,57,58,59 61,62,63,64,65,66,67,68,69,70,...209