ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 58

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GINECOLOGIA
ANAIS
a analise dos fatores de risco para malignizaçao foi rea-
lizada uma regressão logística. Resultados: As mulheres
tinham em média 58±11anos, elas estavam 9,6±8,5 anos
na menopausa e tinham índice de massa corpórea médio
de 29,7±5,2kg/m2. A linha endometrial media foi de 10,
8±6,4mm, 11% eram nuligestas, 30% tinham sangramen-
to, 61% eram hipertensas, 21% diabéticas. A histerosco-
pia mostrou 91% pólipos e 9% de lesões malignas. Os
fatores de risco encontrados para malignização foram,
sangramento pós-menopausa (OR:4,0 95%IC1,4-11,4) e
espessamento da linha endometrial ao ultrassom, com
o risco aumentando proporcionalmente ao espessamen-
to (OR:1,11 95%IC 1,03-1,19). Multiparidade se mos-
trou como efeito protetor com OR:0,2 (95%IC0,07-0,9).
Conclusão: Pólipos endometriais são uma desordem gi-
necológica comum, são geralmente benignos, mas po-
dem conter lesões malignas sendo necessário o exame
histológico. A maioria das mulheres foram submetidas
a histeroscopia por achado ultrassonográfico de espes-
samento endometrial, a minoria apresentavam sintomas.
A taxa de malignização foi semelhante a estudos ante-
riores. Os fatores de risco associados foram sangramento
pós-menopausa e espessamento da linha endometrial.
Como fator protetor foi encontrado a multiparidade.
Instituição:
Universidade Estadual de Campinas – UNI-
CAMP – Campinas – SP
FÍSTULA VÉSICO-UTERINA COMPLICANDO
CESARIANA: RELATO DE CASO
Autores:
Campos, T.A.; Florentino, A.V.A.; Ferraz e Silva,
H.; Lopes, R.G.C.; Lippi, U.G.; Sousa, B.M.
Sigla:
G132
Introdução: Fístulas urogenitais são comunicações pa-
tológicas entre o trato urinário e os órgãos genitais.
Dentre elas as fístulas vésico-uterinas são as mais raras,
correspondendo a 1-4% dos casos. A causa mais comum
desta última é cesariana segmentar. Pode-se optar por
tratamento conservador casos selecionados, porém o
tratamento definitivo é cirúrgico. Resumo do Caso: Apre-
sentamos o caso de C.P. paciente de 40 anos, quartigesta
com três cesarianas anteriores, internada para realização
de nova cesariana segmentar com laqueadura tubária.
Evoluindo no 5º dia pós operatório com hematúria ma-
croscópica e queixa de perda de líquido vaginal intermi-
tente. Ao exame especular identificado líquido coletado
em fundo de saco. Realizado aspiração com seringa e
envio para análise laboratorial que identificou o líquido
como sendo urina. Paciente foi então submetida a to-
mografia de abdome total contrastada que observou a
presença de ar na bexiga proveniente de trajeto fistu-
loso útero-vesical, notado pela progressão do contraste
do conteúdo vesical para a cavidade endocervical. Reali-
zou ultrassonografia que também evidenciou solução de
continuidade entre o útero e a bexiga com passagem de
líquido entre as estruturas. O diagnóstico foi confirmado
através de cistoscopia com pielografia retrógrada que vi-
sualizou trajeto fistuloso de aproximadamente 1cm em
transição de parede posterior da bexiga com o interior
do útero. A paciente permaneceu sondada por 45 dias,
sendo submetida a histerectomia subtotal abdominal e
correção de fístula vesicouterina. Em 1957, Youssef des-
creveu a clássica tríade de amenorréia, hematúria cíclica
(menúria) e perda de urina na ausência de incontinência
urinária. A prevalência de fístula vesicouterina tem sido
reportada como 1 a 4%, porém com incidência crescente
em virtude do elevado percentual de cesarianas. Sabe-
-se que o principal fator de risco para o desenvolvimento
deste tipo de fístula é a cesariana, logo a melhor pre-
venção consiste em realizar uma correta indicação bem
como a prática cuidadosa de adequada técnica cirúrgica.
Instituição:
Hospital do Servidor Público Estadual de
São Paulo – SP
NECROSE HIALINA EM PACIENTE
PORTADORA DE LEIOMIOMA UTERINO
Autores:
Abrão, F.; Ferreira, J.L.; Siqueira, A.M.; Junior,
A.X.S.; Silva, A.F.; Martins, D.V.
Sigla:
G133
A necrose hialina é um tipo de degeneração secundária
à interrupção do fluxo sanguíneo direcionado ao leio-
mioma, caracterizada pela presença de tecido tumoral
amolecido com padrão eosinofílico. Existem outras for-
mas de degeneração como a cística, gordurosa, mucoi-
de, sarcomatosa e rubra, sendo esta a mais comum em
gestantes. A irrigação do leiomioma ocorre por difusão,
em sentido central partindo da periferia, ocorrendo des-
sa forma uma diminuição do aporte sanguíneo a partir
do crescimento tumoral. Relato de Caso: Paciente de 37
anos, branca, em puerpério tardio;Teve gestação de 18
semanas interrompida por amniorrexe prematura, que
levou a um abortamento, tendo procurado o pronto so-
corro de ginecologia apresentando dor em região hipo-
gástrica, sangramento vaginal com odor fétido e febre.
Realizou hemograma, com leucocitose (19.000/mm³) e
neutrofílica (89%) com desvio à esquerda; ao ultrassom
foi verificado volume uterino de 757cm³ e nódulo sóli-
do hipoecóico medindo 8,9 x 7,3 x 8,8 cm em parede
corporal posterior, sugestivo de miomatose uterina e
com restos placentários. Apresentou-se como hipóteses
diagnósticas abortamento infectado e endometrite. Foi
realizado tratamento com gentamicina e clindamicina
por 10 dias e realizado curetagem, havendo melhora
parcial dos sintomas, posteriormente agravou o quadro
álgico e com persistência do sangramento, sendo rea-
lizado histerectomia. No exame anatomopatológico do
útero foi revelado alterações compatíveis com necrose
1...,48,49,50,51,52,53,54,55,56,57 59,60,61,62,63,64,65,66,67,68,...209