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XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
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GINECOLOGIA
trióide. Tumores malignos da tuba uterina correspondem
a 0,14-1,8% das neoplasias do trato genital feminino,
acometem mulheres entre 4ª e 6ª década de vida (média
55 anos), o subtipo histológico mais comum é o seroso.
O diagnóstico é incidental na abordagem cirúrgica dos
tumores com suspeição de etiologia ovariana. São acom-
panhados de elevação de CA125. A abordagem cirúrgi-
ca é o tratamento padrão e realizada como nos tumores
malignos de ovário. Exceto para doença restrita a tuba, há
necessidade de quimioterapia adjuvante (a base de pla-
tina). O estudo dos produtos de histerectomia e salpin-
gooforectomia profilática em mulheres com reconhecida
mutação para os genes BRCA1/BRCA2, mostrou que os
tumores serosos de tuba uterina surgem na transição do
epitélio ciliado da tuba com o mesotélio do peritônio em
sua porção fimbrial e são mais frequentes do que se pre-
via, tendo clara relação etiológica com o carcinoma sero-
so de ovário. No presente caso pode ter sido possível que
células neoplásicas do endométrio, por fluxo retrógrado,
tenham se fixado ao epitélio da tuba e evoluírem com
progressão neoplásica, entretanto o fato de os tipos his-
tológicos serem diferentes (seroso x endometrióide) fala
contra o fato de haver uma única doença com dois focos
distintos, e sim dois tumores sincrônicos.
Instituição:
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo
Pinotti/CAISM – Faculdade de Ciências Médicas – Univer-
sidade Estadual de Campinas / UNICAMP – Campinas – SP
CARCINOMA VERRUCOSO DE VULVA PODE
CAUSAR CONFUSÃO DIAGNÓSTICA COM
TUMOR DE BUSCHKE-LOWENSTEIN
Autores:
Fernandes, G.L.; Campaner, A.B.; Cardoso, F.A.;
Pascalicchio, J.C.; Aldrighi, J.M.
Sigla:
G045
Introdução: O câncer de vulva corresponde a menos de
1% das neoplasias malignas da mulher. Acomete mulheres
em dois grupos etários: 85% dos casos ocorrem na 6ª e 7ª
décadas de vida pela via das atipias epiteliais não asso-
ciadas a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (líquen e
hiperplasia sucedidas pelas NIV diferenciadas); 15% dos
casos estão relacionados à infecção do HPV – NIV usual
– e incidem nas mulheres com média etária de 40 anos.
O carcinoma verrucoso da vulva é uma variação histoló-
gica rara, constituindo menos de 1% dos casos de câncer
de vulva. Caracteriza-se por ser invasora localmente po-
rém sem disseminação metastática. A lesão se apresenta
como tumoração verrucosa, ulcerada e sangrante, poden-
do atingir grandes dimensões. Este tipo de tumor pode
ser confundido com condilomas, tanto na macroscopia
quanto na microscopia. Descrição do caso: Neste artigo
relatamos caso de uma paciente com tumoração vulvar
de grande volume que inicialmente foi aventada a pos-
sibilidade de tratar-se de tumor de Bushke-Löwenstein. A
paciente de 81 anos, com lesão vulvar há 8 anos que apre-
sentava aproximadamente 15 cm de diâmetro e a biópsia
da lesão vulvar que evidenciou carcinoma espinocelular
verrucoso com área de microinvasão de 1mm. A paciente
foi submetida a vulvectomia radical com margem de 2 cm,
sendo realizado retalho com avanço de pele (técnica “V-Y).
Comentários: Devemos lembrar desta entidade quando
nos depararmos com lesões condilomatosas que não res-
pondem ao tratamento habitual e com ulceração. No caso
relatado, a primeira impressão diagnóstica foi de tratar-se
de um condiloma gigante (Bushke-Löwenstein), o que foi
descartado após o resultado da biópsia. Este tumor vege-
tante benigno seria tratado apenas com destruição local.
Por sorte a paciente desenvolveu um carcinoma verruco-
so, que apesar do grande tempo de evolução, a lesão per-
maneceu com invasão restrita e sem disseminação linfáti-
ca. Caso a mesma apresentasse o carcinoma espinocelular
invasor, provavelmente haveria grande destruição tecidual
local, impossibilitando o tratamento cirúrgico inicial.
Instituição:
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo – SP
CARCINOSSARCOMA UTERINO: RELATO
DE UM CASO COM DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO PRECOCE
Autores:
Pantoja, G.A.; Pazinatto, D.B.; Ishikawa, V.N.; Gi-
menez, D.F.; Martins, D.C.; Neto, A.B.
Sigla:
G046
Introdução: Sarcomas uterinos são neoplasias pouco fre-
quentes e representam 3 a 7% dos tumores malignos do
corpo uterino. Carcinossarcoma, também conhecido como
Tumor Mulleriano Misto Maligno (TMMM), é o tipo de sar-
coma mais prevalente. Acomete habitualmente mulheres
na pós menopausa tendo como principal manifestação
clínica a metrorragia. Atualmente, o TMMM é considera-
do um carcinoma metaplásico de endométrio, ou seja, um
carcinoma de endométrio tipo II com áreas de metaplasia
sarcomatosa; sendo seu estadiamento e tratamento con-
duzido como tal. Objetiva-se no presente estudo relatar um
caso de carcinossarcoma uterino e abordar a importância
do diagnóstico e tratamento precoce no prognóstico da
doença, assim como o tratamento cirúrgico empregado no
serviço. Descrição do caso: I.D.S, sexo feminino, 51 anos,
nuligesta, atendida no ambulatório de ginecologia geral
do Hospital Universitário São Francisco com queixa de leu-
corréia há 6 meses. Exame ginecológico: lesão vegetante
sangrante e friável saindo pelo orifício do colo uterino (le-
são acetobranca e iodo negativa). Durante a investigação
com a realização de colposcopia e exame anatomopato-
lógico, foi sugerida a hipótese de TMMM. Após diagnós-
tico clínico e avaliação da tomografia computadorizada de
abdome e pelve, foi proposto o tratamento cirúrgico com
histerectomia total abdominal, salpingooforectomia bilate-
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