ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 80

239
GINECOLOGIA
ANAIS
liar da FCM/Unicamp. Foram utilizados o WHO Quality
of Life Questionnaire (WHOQOL bref) e o Female Se-
xual Function Index (FSFI), ambos validados no Brasil.
Os grupos foram comparados utilizando os testes de
qui-quadrado com correção de continuidade, testes de
Fisher e Mann Whitney, e análise de regressão múlti-
pla para as variáveis que poderiam estar associadas ao
escore de DS. O estudo obteve a aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados: A mé-
dia de idade das mulheres foi de 33,2 e 30, 8 anos nos
grupos com e sem antecedente de VS, respectivamente
(p=0,027). As mulheres com antecedente de VS eram
em maior frequência não brancas, com ≤1 ano de rela-
cionamento, tinham antecedentes mais frequentes de
doença psiquiátrica, uso de medicamentos e doenças
sexualmente transmissíveis; e apresentavam mais quei-
xas de dispareunia. A prevalência do escore de DS foi
significativamente maior no grupo com antecedente
de VS, 57,7% em relação ao grupo de comparação com
23,4% (p=0,0001). Os escores de qualidade de vida fo-
ram significativamente menores em todos os domínios
nas mulheres com antecedente de VS em relação ao
outro grupo. As variáveis associadas à DS foram o ante-
cedente de VS, ejaculação precoce, menor escolaridade
e IMC ≥25. Conclusões: Mulheres com antecedente de
VS tiveram mais frequentemente escores de DS e mos-
traram piores escores na qualidade de vida. Os profis-
sionais de saúde devem estar atentos para diagnosticar
mulheres com antecedente de VS e facilitar o acesso
dessa população de mulheres para acompanhamento
de apoio psicossocial e tratamento de saúde mental.
Instituição:
Unidade de Reprodução Humana do De-
partamento de Tocoginecologia, Faculdade de Ciências
Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
– Campinas – SP
DISGERMINOMA EM PACIENTE COM ÚTERO
DIDELFO E AGENESIA RENAL DIREITA:
RELATO DE CASO
Autores:
Delmanto, L.R.M.G.; Delmanto, A.; Tonon, A.F.S.;
Traiman, P.; Pontes, A.; Cruz, P.T.
Sigla:
G185
Os tumores germinativos são responsáveis por 70%
dos casos de neoplasia ovariana nas primeiras décadas
de vida. O disgerminoma é um tumor raro, originário
da célula primordial germinativa do ovário. Malforma-
ções müllerianas acometem 1-6% das mulheres, sen-
do causadas por falha na diferenciação embriogênica,
com alteração anatômica de trompas, útero e vagina.
Frequentemente, estão associadas a agenesia renal
ou rim ectópico. M. A. M., 21 anos, negra, nuligesta,
encaminhada ao HC- UNESP Botucatu devido massa
abdominal. O exame físico evidenciou massa pélvica
palpável em região de cicatriz umbilical. Ao exame ul-
trasonográfico transvaginal e abdominal, foram visu-
alizados duplicação uterina completa e grande massa
pélvica heterogênea, lobulada e com vascularização in-
tensa, medindo 1121 cm3. Não foram visualizados ová-
rio e rim direitos. A ressonância magnética confirmou
os achados ultrassonográficos e a urografia excretora
evidenciou exclusão renal direita. Os achados labora-
toriais foram: B-hCG de 165 e DHL de 3780. Os demais
marcadores (CA 125, CEA, alfa-feto proteína e CA 19,9)
foram normais. Realizada laparotomia exploradora,
com constatação de grande disgerminoma pela conge-
lação. Visualizado útero didelfo e observado agenesia
renal direita. Realizado lavado peritoneal, salpingoo-
forectomia direita e linfadenectomia pélvica. Aguarda
laudo anatomopatológico para concluir estadiamento
e necessidade de quimioterapia adjuvante.
Instituição:
UNESP – Botucatu – SP
DOENÇA DE BEHÇET: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE ÚLCERA GENITAL – RELATO
DE CASO
Autores:
Almeida, C.M.A.; Zanette, V.C.Z.; Cardial, M.F.T.C.;
Almeida, M.A.P.V.A.; Bastidas, P.L.B.; Fernandes, C.E.F.
Sigla:
G186
Introdução: A Doença de Behçet (DB) é uma desordem
inflamatória sistêmica e multigenética, associada a fa-
tores ambientais, imunológicos e etiologia desconhe-
cida. Os sinais clínicos de doença branda são úlceras
orais e genitais e manifestação articular. A idade usual
de início é em torno de 30 anos. O diagnóstico se ba-
seia em critérios clínicos e o tratamento é sintomático
e empírico, habitualmente com corticosteróides e te-
rapia imunomoduladora nos casos graves, quando há
envolvimento ocular, neurológico e vascular. Descrição
do caso: L.H.A.S, 11 anos, feminino, estudante, com
quadro de dor, edema e lesões em vulva há seis dias,
além de disúria e conteúdo vaginal branco mucóide.
Dor em joelho direito com posterior irradiação para
todo membro inferior. Negava lesões orais. Ao exame
físico: lesão ulcerada única em mucosa oral superior à
esquerda, com bordo hiperemiado e sobrelevado. Ins-
peção genital: ulcerações vulvares extensas, com se-
creção de fibrina, em região de fúrcula vaginal e sulcos
profundos. Gânglios inguinais palpáveis. O diagnóstico
clínico foi de DB e a paciente fez uso de corticosterói-
de sistêmico até remissão de sinais e sintomas clínicos.
Relevância: O diagnóstico precoce da doença permite
introdução rápida da terapêutica, contribuindo para
manifestações mais brandas e evitando progressão da
doença para outros órgãos. Comentários: A DB é uma
patologia rara em nosso meio. Entretanto, no manejo
das úlceras genitais, deve-se pensar nesse diagnóstico,
1...,70,71,72,73,74,75,76,77,78,79 81,82,83,84,85,86,87,88,89,90,...209