ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 87

246
OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
acompanhamento pré-natal exercem papel importante
no fortalecimento dessas mulheres para aderirem novos
hábitos. Conclusões: Os achados trazem contribuições
à saúde materna e adesão ao tratamento. Na gestação
a mulher pode perceber conflitos, que dificilmente se-
riam percebidos em outra condição. As transformações
no corpo possibilitam algumas mulheres a iniciarem
processo de autocuidado e integralização corpo/mente.
Profissionais da equipe de saúde devem compreender a
mulher na sua integralidade.
Instituição:
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo
Pinotti- CAISM e Laboratório de Pesquisa Clínico-Quali-
tativa. Faculdade de Ciências Médicas Universidade Esta-
dual de Campinas – UNICAMP – Campinas – SP
PROGESTERONA NATURAL MICRONIZADA
NA PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO
EM GESTAÇÃO GEMELAR: ESTUDO
RANDOMIZADO, DUPLO CEGO, PLACEBO
CONTROLADO
Autores:
Hernandez, W.; Brizot, M.L.B.; Liao, A.W.; Bittar,
R.E.; Francisco, R.P.V.; Zugaib, M.
Sigla:
O012
Objetivo: Avaliar a eficácia do uso de progesterona na-
tural micronizada na prevenção de parto abaixo de 34
semanas (sem.) em gestação gemelar. Método: Estudo
prospectivo, randomizado, duplo cego em centro único
envolvendo gestações gemelares, no período de junho
de 2007 a outubro de 2013. Critérios de inclusão: con-
cepção espontânea, idade gestacional entre 18 e 216/7
sem., fetos vivos, ausência de história prévia de prema-
turidade, não uso de progesterona anterior à randomi-
zação, ausência de malformação fetal, ausência de sinais
da síndrome da transfusão feto-fetal (STFF), ausência de
disfunção hepática grave, porfiria, otoesclerose ou qua-
dros depressivos maternos graves. Critérios de exclu-
são: ocorrência de STFF, óbito intra-útero (OIU) de um
ou ambos os fetos, desistência/descontinuidade do uso
dos óvulos, uso de progesterona vaginal. As pacientes
foram orientadas a usar os óvulos vaginais (contendo
200mg de progesterona ou placebo) até 346/7 sem. O
nível de significância foi de 0,05. Resultado: Foram ran-
domizadas 390 pacientes, 195 no grupo progesterona
e 195 no grupo placebo. Foram excluídas 16 (8,20%)
no grupo progesterona (abandonou estudo=11, OIU=3,
STFF=1, sem seguimento=1) e 12 (6,50%) no grupo pla-
cebo (abandonou estudo=10, OIU=2). Fizeram parte
da análise final 179 (91,8%) pacientes no grupo pro-
gesterona e 183 (93,8%) no grupo placebo. Não hou-
ve diferença nas características dos dois grupos (idade
gestacional média da randomização, idade materna,
nuliparidade, índice de massa corpórea, corionicidade,
comprimento do colo uterino, presença de vaginose
bacteriana). A idade gestacional média do parto não
diferiu entre os grupos (progesterona= 35,30±2,96;
placebo= 35,52±2,88, p=0,24). Não foi observada dife-
rença entre os grupos em relação ao número de partos
espontâneos abaixo de 34sem. de gestação (proges-
terona=17,3%; placebo=14,8%, p=0,50), partos abaixo
de 32sem. (progesterona=8,9%; placebo=9,3%, p=0,98)
ou abaixo de 28sem. de gestação (progesterona=3,9%;
placebo=3,3%, p=0,74) Conclusão: Em gestação geme-
lar, população não selecionada, o uso de progesterona
natural micronizada 200mg/dia não reduz a incidência
de parto espontâneo abaixo de 34 sem.
Instituição:
Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas
da FMUSP – São Paulo – SP
GESTAÇÃO EM ÚTERO DIDELFO: RELATO DE
CASO
Autores:
Kehde, B.H.; Provatti, C.M.; Provatti, C.M.; Aldri-
ghi, J.M.
Sigla:
O013
Quando ocorre falha na fusão dos ductos müllerianos,
origina-se o chamado útero didelfo (com dois cornos
uterinos e duas cérvices) sendo que cada útero rece-
be uma tuba uterina. O útero didelfo tem prevalência
de 25% de todas as malformações uterinas congênitas.
Em muitas pacientes, essas malformações tem sido rela-
cionadas com abortamento recorrente, prematuridade,
apresentação anômala e outras complicações obstétri-
cas. O estudo relata um caso de diagnóstico de útero
didelfo durante a gestação, em vista de sua raridade e
da dificuldade diagnóstica. JAC, 23 anos, deu entrada
no Pronto Socorro de Obstetrícia com queixa de san-
gramento vaginal e dor abdominal. G4 P2N (1TPP) 1C
(apresentação pélvica), idade gestacional cronológica
de 12 semanas e 1 dia. Ao exame físico: abdome fla-
cido, pouco doloroso a palpação de hipogastro, DB-.
Especular: saída de material sugestivo de restos ovula-
res (enviado para anatomia-patológica). Toque vaginal:
colo pérvio 2cm, útero intrapélvico. Solicitada ultrasso-
nografia (USG) que evidenciou: eco endometrial de 0,8
cm, em região anexial esquerda, nota-se saco gesta-
cional íntegro contendo concepto vivo. Sob a hipótese
diagnóstica de gestação ectópica, a paciente foi sub-
metida a laparotomia exploradora. No intra-operatório,
foram observados dois corpos uterinos, cada um com
sua respectiva tuba uterina e ovário, separados por pe-
ritônio; sendo fechada a cavidade abdominal logo após
o inventário. A paciente evoluiu bem no pós-operató-
rio. Realizado novo USG evidenciando duas cavidades
uterinas, com dois colos, sendo o útero à esquerda
contendo saco gestacional, sem alterações. O anáto-
1...,77,78,79,80,81,82,83,84,85,86 88,89,90,91,92,93,94,95,96,97,...209