ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 96

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
res negras, multíparas, maiores de 30 anos. Caracteriza-se
pelo desenvolvimento de insuficiência cardíaca congesti-
va (ICC) entre o último mês de gestação e os cinco me-
ses pós-parto, sendo admitidos como fatores de risco a
gestação gemelar, obesidade, pré-eclampsia e doença
hipertensiva gestacional. Relato de Caso: Os autores apre-
sentam um caso clínico de mulher de 42 anos, multípara,
hipertensa, com pré-eclâmpsia necessitando de parto de
urgência, que após 3 meses apresentou quadro de ICC.
Identificou-se cardiomegalia e infiltrado peribrônquico ao
raio X de tórax e sinais de sobrecarga de câmara esquer-
da ao eletrocardiograma. Ao ecocardiograma foi confir-
mada fração de ejeção (FE) de 32% e hipocinesia difusa
de ventrículo esquerdo. Diagnosticada CMP, foi instituído
tratamento convencional, com melhora dos sinais clínicos.
Após 45 dias, nova ecocardiografia mostrou FE de 47% e
hipocinesia difusa de VE, com função diastólica normal.
Discussão: O diagnóstico é confirmado pelo ecocardio-
grama com presença de disfunção ventricular esquerda.
O tratamento é semelhante ao da ICC de outras etiolo-
gias e o prognóstico depende da recuperação da função
ventricular esquerda ao fim de seis meses, com taxa de
mortalidade entre 18% e 56%. Em casos de persistência da
disfunção cardíaca gestações futuras são contraindicadas.
Conclusão: A definição da etiologia da CMP é dificulta-
da devido à sua raridade e à menor incidência em países
desenvolvidos (onde há mais recursos para pesquisas),
sendo fundamentais mais estudos sobre a doença que
possam orientar um tratamento específico, levando a uma
melhor evolução das pacientes portadoras.
Instituição:
Faculdade deMedicina de Itajubá – Itajubá – MG
SÍNDROME HELLP: REVISÃO DE LITERATURA
Autores:
Vechiato, C.; Silva Filho, P.R.; Moraes, F.R.R.
Sigla:
O032
Objetivos: Revisar a literatura acerca da Síndrome HELLP
(SH), (do inglês, “hemolysis, elevated liver enzymes, low
platelets”). Métodos: Realizou-se a busca no Portal CA-
PES por artigos científicos publicados em todas as lín-
guas após 2009 sobre SH, retornando 5687 artigos. A
busca foi refinada para artigos cujo tema principal era
pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia/SH, disponíveis integral-
mente, retornando 45 artigos ao final. Após, foi realizada
a revisão da literatura. Resultados: A SH é uma complica-
ção hipertensiva gestacional grave, com hemólise, eleva-
ção de enzimas hepáticas e plaquetopenia. A SH ocorre
em cerca de 0,2 a 0,9% das gestações, principalmente
em nulíparas. A taxa de recorrência da SH varia de 3 a
27%. O 3º trimestre de gestação é o mais acometido pela
síndrome. Cerca de 80% das pacientes apresentam pro-
teinúria e hipertensão antes do início do quadro clínico.
As principais complicações maternas são insuficiência re-
nal, hematoma hepático e hemorragias maternas. Já as
fetais são: restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e
prematuridade. A literatura aponta mortalidade fetal de
até 40% e elevadas taxas de morbimortalidade materna.
O tratamento da SH consiste na interrupção da gesta-
ção associada a suporte clínico obstétrico e neonatal. Em
casos selecionados de gestações abaixo de 34 semanas
pode-se realizar a maturação pulmonar fetal com cor-
ticoide. O tratamento expectante não é recomendado,
pois apresenta altas taxas de desfechos desfavoráveis.
O uso do Eculizumab, imunobiológico, no tratamento
de SH está em estudo, entretanto, ainda são necessá-
rias mais pesquisas para embasar sua prescrição. A via de
parto preferencial pelos obstetras é a cesárea, mas o par-
to normal pode ser realizado se houver condições clíni-
cas, sendo a via cirúrgica mandatória apenas quando há
hematoma hepático. Conclusão: A SH é uma doença gra-
ve, com altas taxas de morbimortalidade materno-fetal.
Está indicada a interrupção da gestação imediatamente
ou a realização da maturação pulmonar em gestações
com menos de 34 semanas em casos selecionados com
estabilidade clínica materno-fetal.
Instituição:
Universidade Federal do Tocantins – Palmas
– TO
PACIENTES EM USO DE ANTICOAGULAÇÃO
PRÉVIA À INTERNAÇÃO NUMA
MATERNIDADE DE ALTO RISCO:
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E
DEMOGRÁFICAS.
Autores:
Santos, R.K.; Barros, V.I.P.V.L.; Baptista, F.S.; Fran-
cisco, R.P.V.; Zugaib, M.
Sigla:
O033
O tromboembolismo venoso (TEV) tem alta morbidade
e mortalidade na gestação e puerpério. Um grande con-
tingente de pacientes já tem indicação de anticoagulação
no pré natal. Objetivos Avaliar as pacientes que já fazem
uso de anticoagulação prévia no momento da hospitali-
zação numa maternidade de alto risco, bem como seus
dados clínicos. Métodos De dezembro/2013 a abril/2014
todas as pacientes internadas na clínica obstétrica foram
submetidas a uma ficha de avaliação para o risco do TEV
através de um protocolo elaborado pelo serviço. Os da-
dos foram armazenados em um banco de dados e a partir
deste foram selecionadas as pacientes que já faziam an-
ticoagulação prévia. Resultados Neste período ocorreram
636 internações, sendo que 42(6%) pacientes já faziam
uso de anticoagulante. A idade média foi de 28 anos(19–
45), sendo que 4 pacientes tinham idade ≥40 anos(9%)
e 7 com idade ≥35 e ≤39 anos(16%), o IMC médio foi
de 36(19–53), sendo que o IMC ≥40mg/m2 ocorreu em
5(12%) pacientes, 6(14%) pacientes eram multíparas e
1...,86,87,88,89,90,91,92,93,94,95 97,98,99,100,101,102,103,104,105,106,...209