ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 104

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
PACIENTES E MÉTODOS. Trata-se de estudo retrospecti-
vo, tipo coorte não concorrente, colaborativo interinsti-
tucional, realizado nos Centros de Referência em Doença
Trofoblástica Gestacional da SCMRJ, HUAP-UFF, ME-UFRJ
e o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goi-
ás. Foram analisados prontuários médicos de pacientes
com DTG acompanhadas nesses Serviços, entre os anos
de 2002 e 2013. Das 3353 pacientes atendidas nos Cen-
tros de Referência participantes desse estudo, entre 2002
e 2013, foram excluídas 673, entre as quais 652 (96%)
pacientes devido seguimento pós-molar incompleto e
21 pacientes que engravidaram durante o seguimento
pós-molar. RESULTADOS. Foram estudadas 2680 pacien-
tes com MH acompanhadas nos Centros de referência
participantes dessa investigação entre os anos de 2002
e 2013 (1795 (67%) casos de MHC com 25% (448) de
progressão para NTG; 872 (32,6%) casos de MHP com
7% (61) de evolução para NTG e 13 (0,4%) casos de gra-
videz molar gemelar (GMG) com progressão de 15%
(2) para NTG). Quando se analisa o risco de NTG após
a normalização de hCG nos diferentes tipos de gravidez
molar, observou-se sua ocorrência em 1/1795 dentre as
pacientes com MHC,de 1/872,dentre as pacientes com
MHP (p<0,0001; IC 95%: 0,02-0,6%) e em nenhuma das
pacientes com GMG. Intervalo de tempo para remis-
são da mola hidatiforme teve mediana de 84 dias Já o
intervalo de tempo para o diagnóstico de NTG após a
normalização de hCG foi de 18 meses. Por ocasião do
diagnóstico da NTG após a normalização de hCG, 100%
das pacientes apresentaram alguma sintomatologia: 5/9
(56%) relataram amenorreia, 2/9 (22%) cursaram com
hemorragia uterina, 1/9 (11%) com dispneia e 1/9 (11%)
com hemoptise. Sobrevida livre da NTG após normaliza-
ção de hCG foi consignada em 89% (8/9) das pacientes,
com 1 caso de morte materna, cuja necropsia diagnos-
ticou coriocarcinoma hepático metastático .Conclusões.
O risco de NTG após a normalização de hCG é ínfimo e
quando ela ocorre dificilmente o seguimento habitual de
6 meses será capaz de diagnosticá-la.
Instituição:
Hospital Universitario Antonio Pedro – RJ
USO DE CONTRACEPÇÃO HORMONAL
ANTES DA REMISSÃO DE HCG NÃO
AUMENTA O RISCO DE NEOPLASIA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL PÓS- MOLA
HIDATIFORME COMPLETA
Autores:
Braga Neto, R.A.; Maestá, I.; Short, D.; Obeica,
B.; Seckl, M.; Savage, P.
Sigla:
O050
INTRODUÇÃO. Existem dados conflitantes sobre o risco
de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) após mola
hidatiforme (MH) quando contraceptivos hormonais
(CH) são iniciados enquanto o hCG ainda está elevado
no seguimento pós-molar. OBJETIVO. Avaliar o risco de
NTG pós-mola hidatiforme completa (MHC) entre usu-
árias de CH. MÉTODOS. Coorte de 2423 pacientes com
MHC acompanhadas no Charing Cross Trophoblastic Di-
sease Center – Charing Cross Hospital – Imperial Colle-
ge School of Medicine (London, Reino Unido), entre os
anos de 2003 e 2013. Nessa população, 154 pacientes
eram usuárias de CH (de baixa dosagem) e 2269 utiliza-
vam outros métodos contraceptivos (não hormonais). O
desenho do estudo pode ser avaliado na Figura 1. Vari-
áveis do estudo: intervalo de tempo para normalização
do hCG, ocorrência de NTG pós-molar e FIGO escore. Foi
utilizado o teste de Mann-Whitney para comparar a du-
ração do seguimento usuárias de HC e não-usuárias. A
relação entre o uso do HC e desenvolvimento NTG foi
avaliada pelo teste do Qui-quadrado e um modelo de
regressão logística ajustada por idade foi utilizado para
corrigir essa variável de confundimento. A relação entre
o uso de CH e o FIGO escore de risco foi avaliada pelo
teste exato de Fisher. RESULTADOS. Os resultados dessa
investigação podem ser analisados nas tabelas 1 e 2. O
intervalo para remissão da MH: 12 semanas vs 12 sema-
nas, p = 0,192; ocorrência de NTG: 20 % VS 16,7%, p =
0,266; e escore de risco FIGO (p = 0,152) não diferiram
entre os usuários de CH e não-usuários de contracepção
hormonal no seguimento pós-molar, respectivamente.
Não foi observada nenhuma associação entre o uso de
CH antes de remissão e a ocorrência de NTG pós-molar.
CONCLUSÕES. Nossos resultados mostram que o uso de
CH em baixas doses antes da remissão de hCG não está
associada com o desenvolvimento de NTG pós-MHC.
Consequentemente, HC pode ser seguramente utilizada
em pacientes com MH a fim de evitar nova gravidez, in-
dependentemente do nível de hCG.
Instituição:
Hospital Universitário Antonio Pedro – RJ
EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE DOENÇA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL DO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Autores:
Braga Neto, A.R.; Obeica, B.; Marcolino, L.; Vas-
ques, F.; Moraes, V.; Lozoya, C.
Sigla:
O051
OBJETIVO: Apresentar a epidemiologia da doença trofo-
blástica gestacional (DTG) do Hospital Universitário An-
tonio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense
(UFF). PACIENTES E MÉTODOS. Foram acompanhadas
390 pacientes com DTG no HUAP/UFF entre janeiro de
1990 e dezembro de 2013. Esse hospital terciário atende
pacientes oriundas dos municípios da Região Metropo-
litana II do Estado do Rio de Janeiro, municípios de Ni-
1...,94,95,96,97,98,99,100,101,102,103 105,106,107,108,109,110,111,112,113,114,...209