ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 114

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
SÍNDROME DE OLGIVE PÓS CESÁREA – UM
RELATO DE CASO
Autores:
Lopes, L.D.F.; Araújo, M.L.M.F.N.; Santos, M.A.A.;
Souza, M.A.C.
Sigla:
O072
INTRODUÇÃO: A Sindrome de Olgive (pseudo-obstrução
aguda do colon) é uma entidade rara, caracterizada por um
conjunto de sinais e sintomas de obstrução do cólon sem
uma causa mecânica identificável. A síndrome deve ser sus-
peitada em qualquer pós operatório de cesariana apresen-
tando distensão abdominal com dor, dificuldade de elimina-
ção de gases ou fezes e diminuição dos ruídos hidroaéreos.
O presente relato visa destacar a importância desta síndrome
na prática obstétrica. DESCRIÇÃO DO CASO: M.S.P., 34anos,
GIIIPIAI, no curso de 33 semanas e três dias de gestação, an-
tecedentes de diabetes tipo I e parto cesárea há 08 anos sem
intercorrências; deu entrada na emergência com trabalho
de parto prematuro. Submetida à cesárea por iteratividade
I e apresentação pélvica; evoluiu no segundo dia pós-ope-
ratório apresentando vômitos incoercíveis, distensão e dor
abdominais, ruídos hidroaéreos ausentes, parada da elimi-
nação de gases ou fezes, além de desconforto respiratório.
Foi submetida à lavagem intestinal com saída de pequena
quantidade de fezes. Após piora da sintomatologia, foi ad-
mitida na Unidade de Terapia Intensiva da MEJC. Diante da
clínica e alto índice de suspeição para a síndrome, indicou-se
a laparotomia exploradora de urgência e descompressão à
céu aberto de alça cecal. Evoluiu com melhora evidente no
pós-operatório imediato e obtenção gradativa de ruídos hi-
droaéreos. RELEVÂNCIA E COMENTÁRIOS: Trata-se de uma
síndrome grave, pois não sendo interrompida, a distensão
da parede intestinal pode levar à necrose, ruptura cecal (área
que atinge maior dilatação) e peritonite fecal com alto índice
de mortalidade (40 a 50%). A cesárea parece ser o proce-
dimento cirúrgico mais comum associado a esta síndrome.
Terapias conservadoras e farmacológicas são eficazes em
muitos doentes, mas a intervenção cirúrgica imediata pode
ser necessária. Alto índice de suspeita clínica e avaliação ade-
quada do sistema gastrointestinal no paciente pós-cirúrgico
são vitais para a gestão desta condição rara, mas potencial-
mente grave. Dessa forma é enfatizada a importância do co-
nhecimento da síndrome e diagnóstico precoce, devendo a
mesma fazer parte da prática obstétrica.
Instituição:
Maternidade Escola Januário Cicco – Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal – RN
MIOCARDIOPATIA PUERPERAL – RELATO DE
CASO
Autores:
Bottura, B.F.; Reis, G.C.; Souza, C.A.; Oshikata,
C.T.; Ferreira, S.R.
Sigla:
O073
Introdução: A miocardiopatia puerperal (MP) é uma do-
ença rara de etiologia desconhecida, definida por 4 crité-
rios: insuficiência cardíaca congestiva (ICC) no último mês
de gestação ou até 5 meses pós parto, diminuição da fun-
ção sistólica ventricular esquerda, ausência de cardiopatia
prévia e exclusão de outras causas de ICC. Complicações
obstétricas comuns são: restrição de crescimento fetal e
óbito materno por tromboembolismo pulmonar (TEP),
ICC e arritmias. Descrição de caso:LDS, feminino, 26 anos,
G1P1A0, atendida no Hospital da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas no 40º dia de puerpério. Queixava-
-se de dispnéia súbita, com piora há 3 dias e sudorese.
Apresentava-se com pressão arterial de 90x60 mmHg,
frequência respiratória de 28 irpm, saturação de oxigê-
nio de 92%, pulso de 120 bpm. Exames complementares:
gasometria mostrando hipoxemia com hipocapnia, raio X
de tórax com derrame pleural bilateral, ecocardiograma e
tomografia de tórax normais. Após 6 horas, evoluiu com
piora do quadro hemodinâmico e febre, sendo realizado
entubação orotraqueal. Após 3 dias e 3 paradas cardía-
cas foi a óbito com as hipóteses diagnósticas: MP, TEP,
ICC, insuficiência respiratória e infecção por Influenza A.
Relevância:A MP caracteriza-se por alta letalidade (9%-
50%), principalmente nos 3 primeiros meses pós parto.
Durante a gestação há mudanças no sistema cardiovas-
cular materno, submetendo-o a uma sobrecarga hemo-
dinâmica e mecânica, que junto a doenças cardíacas pre-
gressas podem aumentar a morbimortalidade materna. A
fisiopatologia é pouco conhecida, porém, há fatores de
risco (FR) como: autoimunidade, má resposta adaptativa
hemodinâmica á gestação, citocinas ativadas pelo stress,
infecção viral, uso prolongado de tocolíticos. A paciente
não apresentava patologias prévias e/ou FR. A necrópsia
demonstrou MP com alterações degenerativas das fibras
miocárdicas e edema intersticial. Comentário: A MP é
uma doença cujas alterações hemodinâmicas podem es-
tar ocultas pelas modificações gravídicas, dificultando o
diagnóstico. O início precoce do tratamento com drogas
inotrópicas cardíacas, diminuição da pré-carga, diuréti-
cos, vasodilatadores e digitálicos melhoram a sobrevida.
Instituição:
Pontifícia Universidade Católica de Cam-
pinas – SP
ISQUEMIA MESENTÉRICA E GESTAÇÃO:
RELATO DE CASO
Autores:
Modesti, R.T.; Amorim, M.M.R.; França Neto,
A.H.; Florentino, A.V.A.; Costa, M.A.; Carvalho, Y.O.
Sigla:
O074
Introdução: A abordagem da dor abdominal e do abdo-
me agudo na gestação é semelhante à das pacientes não
grávidas, com desafios adicionais, considerando altera-
ções fisiológicas e anatômicas relacionadas à gravidez,
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