ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 115

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OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
idade gestacional e bem-estar fetal, além das causas mais
associadas à gravidez ou relacionadas a complicações
obstétricas. Exames de imagem e intervenções devem ser
realizados precocemente, pois o atraso no diagnóstico e
tratamento pode aumentar a morbimortalidade materna
e fetal. Relato do Caso: VBS, 18 anos, G2P1, IG: 32 sema-
nas, admitida no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida
(ISEA) com dor abdominal em hipocôndrio direito (HD) e
hipertensão arterial (PA 160x90mmHg). Ao exame físico,
dor à palpação e descompressão em HD, com fáscies de
sofrimento. Ultrassonografia abdominal demonstrou co-
lelitíase e boa vitalidade fetal. Encaminhada ao Hospital
de Emergência e Trauma (HET) e avaliada por cirurgião
geral, a associação de dor em HD e hipertensão levou à
hipótese de pré-eclâmpsia grave (PEG) ou iminência de
eclâmpsia. De volta ao ISEA, com proteinúria de fita ne-
gativa e batimentos cardíacos fetais rítmicos e dentro da
normalidade (160/min), excluiu-se PEG. Reencaminhada
ao HET, optou-se pela intervenção cirúrgica, por possível
colecistite aguda. À abordagem, sob anestesia geral e inci-
são de Kocher (posteriormente convertida para Chevron),
se observaram alças intestinais necrosadas. O diagnóstico
intraoperatório de isquemia mesentérica focal secundária
à brida (passado de apendicectomia há dois anos) levou à
enterectomia com anastomose término-terminal. Durante
a cirurgia, verificou-se ausência de movimentos fetais, e a
interrupção imediata da gestação foi feita através de his-
terotomia segmentar, com retirada de feto morto, Capurro
compatível com 32 semanas. Encaminhada à enfermaria
com antibioticoterapia (ceftriaxona e metronidazol), evo-
luiu sem intercorrências e recebeu alta no oitavo dia de
pós-operatório. Conclusão: alterações fisiológicas e ana-
tômicas da gestação podem dificultar o diagnóstico de
abdome agudo. Exames subsidiários e decisões clínicas
não devem ser postergadas, pois o tempo perdido pode
ser decisivo para o desfecho materno e fetal.
Instituição:
IPESQ – Campina Grande – PB
QT LONGO DIAGNOSTICADO NO PÓS-
PARTO NORMAL: RELATO DE CASO
Autores:
Modesti, R.T.; Amorim, M.M.R.; França Neto,
A.H.; Florentino, A.V.A.; Costa, M.A.; Katz, L.
Sigla:
O075
INTRODUÇÃO: A forma mais comum da síndrome do QT
longo (SQTL), doença da condução elétrica que altera a
repolarização ventricular, é a taquicardia ventricular poli-
mórfica (Torsades de Pointes – TP). Alterações em puér-
peras com SQTL genético podem ser gatilhos para TP. RE-
LATO DE CASO: MCS, 16 anos, G1P1, no 11° dia pós-parto
normal, com dor em baixo ventre, secreção vaginal puru-
lenta e 4 episódios de síncope associados à taquicardia
ventricular não sustentada (TVNS), revertidos com amio-
darona. Episódios diarréicos pouco antes do início das
queixas. Negou uso de medicação e história pessoal ou
familiar de episódios anteriores. Chegou à UTI obstétrica
consciente, desorientada, estado geral comprometido, PA
100x60mmHg, FC 98bpm, FR 20irpm e SpO2 88%. Colo
pérvio para 1 polpa digital, secreção purulenta drenan-
do pelo canal vaginal. Alternava momentos de lucidez e
desorientação, com episódios de taquicardia associada a
tremores. Ao ECG, intervalo QTc longo (539ms). Mantida
amiodarona e iniciado MgSO4, ceftriaxona e metronida-
zol. Apresentou PCR revertida com massagem, com TV
mesmo após dose máxima de amiodarona e MgSO4 e
outras 2 PCR revertidas nas próximas 4 horas, uma com
desfibrilação, outra com massagem. Gasometria com
hipocalemia (2,5mEq/ml) corrigida com KCl, mantendo
ritmo anárquico com TP. Evoluiu com dor torácica na ma-
drugada, associada à TV com pulso e QRS largo e poli-
mórfico, cardiovertida a ritmo sinusal. Após 20 minutos,
TV com pulso, QRS largo monomórfico e extremidades
frias. Indicada nova cardioversão, administrados atenolol
e lidocaína e programada colocação de MP provisório na
função overdrive. Ao ecocardiograma, dimensões cardía-
cas normais, VE com hipocontratilidade miocárdica difu-
sa, disfunção sistólica discreta e disfunção diastólica grau
I, FE=48%. Substituído atenolol por metoprolol. Instalado
Holter após estabilização do quadro, com nova TVNS res-
ponsiva à amiodarona e crise convulsiva no mesmo dia.
Instalado MP provisório em VSCD, sem intercorrências.
Colocado CDI após 7 dias. CONCLUSÃO: a hipocalemia
provavelmente foi o gatilho do QT longo. Sua persistência
após normalização do potássio sérico sugere uma prová-
vel SQTL genético, indicando o CDI.
Instituição:
IMIP – Recife – PE
TERAPIA A VÁCUO APLICADA À FASCIÍTE
NECROSANTE EM INCISÃO PFANNENSTIEL:
RELATO DE CASO
Autores:
Modesti, R.T.; Amorim, M.M.R.; França Neto,
A.H.; Florentino, A.V.A.; Costa, M.A.; Leal, N.V.
Sigla:
O076
Introdução: Fasciíte necrosante (FN) é uma infecção de
tecidos profundos que destrói progressivamente fáscia
muscular e tecido subcutâneo adjacente, causada por
flora bacteriana mista ou estreptococos do grupo A,
levando à hiperemia, edema, calor, endurecimento e
dor. Em 4 ou 5 dias há drenagem de exsudato purulen-
to e necrose cutânea. Na infecção avançada há febre,
taquicardia e toxicidade sistêmica. O curativo vácuo-
-assistido (VAC – vacuum assisted closure) é terapia
adjuvante usada em feridas abertas aplicando pressão
subatmosférica à sua superfície, o que reduz o edema,
aumenta a circulação local, retrai a ferida, estimula a
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