ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 120

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
Federal de São Paulo devido a achados de cardiomegalia,
ascite, edema subcutâneo e placentomegalia. No setor, a
hidropsia foi confirmada e o Doppler da ACM revelou PVS
elevado na ACM (98,8 cm/s). Com a hipótese de hidropsia
relacionada a anemia fetal, a paciente foi conduzida à inter-
nação hospitalar. Os testes séricos maternos revelaram ti-
pagem sanguínea 0 negativo, eletroforese de hemoglobina
(Hb) negativa e sorologia negativa para HIV, sífilis, hepatites,
toxoplasmose, citomegalovirose e rubéola. A sorologia para
Parvovirus B19 também foi pesquisada. A ecocardiografia
fetal mostrou alargamento de câmaras cardíacas, hipertrofia
miocárdica e derrame pericárdico. Foi realizada cordocente-
se e a hemoglobina fetal resultou em 2,5 g/dl. O tipo san-
guíneo fetal se revelou 0 negativo. O PCR para parvovírus foi
pesquisado no sangue fetal. Uma transfusão intrauterina foi
então realizada (45 ml) e o Hb ao final do procedimento foi
7,1 g/dl. Outra cordocentese com transfusão intrauterina foi
realizada uma semana após (40 ml), com Hb 7,6 e 15,6 g/dl
antes e depois do procedimento. O resultado da sorologia
materna para parvovirus foi positivo para IgG e IgM. A pa-
ciente foi seguida semanalmente com ultrassonografia obs-
tétrica e PVS. Os sinais de hidropsia regrediram totalmente e
o PVS se manteve abaixo de 1,5 múltiplos da mediana. A ce-
sárea eletiva foi agendada com 38 semanas e 4 dias. Ela deu
à luz recém-nascido feminino, com 2869g e Apgar 9/9. O pH
do cordão foi 7,32. O neonato apresentou Hb 19,1 g/dl, bilir-
rubina total 3,65 mg/dl, plaquetopenia e enzimas hepáticas
elevadas. A principal hipótese foi colestase causada por par-
vovirose. O recém-nascido recebeu alta da UTI neonatal em
10 dias e foi acompanhado por equipe multidisciplinar por
6 meses. Relevância e comentários: Conclui-se que o PSV é
uma ferramenta fundamental no diagnóstico e seguimento
da hidropsia fetal por parvovirose.
Instituição:
Universidade Federal de São Paulo/ Escola
Paulista de Medicina – UNIFESP/ EPM – SP
AVALIAÇÃO DO VOLUME E
VASCULARIZAÇÃO PLACENTÁRIOS PELA
TÉCNICA VOCAL EM FETOS COM RESTRIÇÃO
DE CRESCIMENTO SEVERA
Autores:
Dourado, R.M.; Bernardes, L.S.; Doro, G.F.; Zu-
gaib, M.; Francisco, R.P.V.
Sigla:
O086
Objetivo: Avaliar o volume placentário em fetos com
restrição severa de crescimento intra-uterino. Métodos:
Foram incluídos fetos com restrição de crescimento fetal
severa (peso fetal estimado abaixo do percentil 3 para a
idade gestacional) internados na enfermaria de obstetrí-
cia do hospital das clínicas da faculdade de medicina da
universidade de são Paulo no período de julho de 2011
a dezembro de 2012. O volume placentário foi estimado
utilizando-se a técnica VOCAL com rotação de 30 graus
após aquisição tridimensional da placenta por varredura
automática. O volume e índices de vascularização obtidos
foram comparados a curva de normalidade para a idade
gestacional descrita por De Paula e cols. (2008,2009). Re-
sultados: Foram incluídas 27 pacientes com idade gesta-
cional variando entre 26 semanas e 36 semanas e 6 dias
(media 31,3 semanas). Quando comparado à curva de
normalidade, observamos que 15 fetos (55,6%) apresen-
taram volume placentário abaixo do percentil 10 pra a
idade gestacional, 12 fetos (44,4%) apresentavam o Índi-
ce de Vascularização (VI), 14 (51,9%) apresentavam o Ín-
dice de Fluxo (FI) e 19 (70,4%) apresentavam o Índice de
Vascularização e Fluxo (VFI) abaixo do percentil 10 para
a idade gestacional. Os parâmetros placentários foram
comparados por análise de correlação com PI de artéria
uterina. Observamos correlação inversa estatisticamente
significante da média do PI de artérias uterinas com o
volume placentário observado/ esperado para a idade
gestacional, (R -0.461, p 0.018), VI (R -0.401, p 0.042) e
VFI (R -0.421, p 0.032) No grupo de gestantes que apre-
sentavam incisura protodiastólica bilateral de artérias
uterinas o volume placentário observado/ esperado para
a idade gestacional [Mediana 0.58 (0.33 – 1.36), p 0.014]
e o VI [Mediana 9.43 (3.33 – 22.85,) p 0.044] foram signi-
ficativamente mais baixos. Conclusões: O volume e a vas-
cularização placentários apresentam-se diminuídos nos
fetos com RCF severa. Essa redução é mais acentuada
nas placentas de gestantes com incisura protodiastólica
bilateral de artérias uterinas.
Instituição:
Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo – SP
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR COMPLETO:
RELATO DE 2 CASOS
Autores:
Watanabe, E.K.; Carmignani, M.C.G.E.; Honora-
to, D.J.P.; Sardinha, C.G.; Sanchez, N.R.; Bressan Filho, N.P.
Sigla:
O087
Cerca de 60% dos bloqueios atrio-ventriculares (BAV)
são causados por doenças do tecido conectivo materno
como lúpus eritematoso sistêmico (LES), na maioria des-
conhecida no momento do diagnóstico. A ocorrência de
BAV é de 1: 11.000-22.000 nascidos vivos (NV) na popu-
lação geral e de 1-2% NV em mães com anticorpos an-
tiSSA/Ro; resulta de resposta inflamatória, com lesão do
miocárdio e do sistema de condução em fetos suscep-
tíveis, desencadeados por anticorpos (AC) maternos. A
lesão cardíaca manifesta-se por disfunção do miocárdio,
cardiomiopatia, fibroelastose endocárdica e anomalias
de condução. A maioria não necessita de terapia intra-
-útero, quando a frequência cardíaca fetal (FCF) é < 50
batimentos por minuto (bpm) há risco de hidropsia. O
tratamento com betametsona ou dexametasona melho-
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