ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 112

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
com pelo menos uma CS prévia, gestação única, cefáli-
co, a termo) com 18.2% e pelo grupo 3 (multíparas sem
CS prévia, gestação única, cefálico, a termo, trabalho de
parto espontâneo) com 16.5%. O grupo 5 foi o que mais
contribui para as taxas relativa e geral de CS, com 27.3%
e 12.7%, respectivamente, seguido pelo grupo 2(nulípa-
ras, gestação única, cefálico, a termo, trabalho de parto
induzido ou CS antes do início do trabalho de parto) com
17.6% e 8.2%, e pelo grupo 1 com 15.9% e 7.4%. O grupo
10 (gestação única, cefálico, pré-termo, incluindo CS an-
terior) ocupou a quarta colocação em prevalência(13.4%)
e também na taxa relativa de CS (15.5%). Apresentaram,
proporcionalmente, mais internação em UTI os grupos
10 (46.8%), 5 (13.3%) e 2 (9.8%). Conclusão: Políticas de
saúde que visam diminuir as taxas de CS deveriam focar
em grupos que tenham alta taxa de CS e sejam também
bastante prevalentes. Nesse contexto, a diminuição de
parto via alta em primigestas (grupos 2 e 4), o estímulo
ao parto vaginal após cesárea prévia (VBAC) e uma dimi-
nuição no número de CS eletivas causaria grande impac-
to nos índices de CS.
Instituição:
Universidade Estadual de Campinas – UNI-
CAMP – Campinas – SP
ROTURA ESPONTÂNEA DE HILO ESPLÊNICO
EM GESTANTE DE 37 SEMANAS PORTADORA
DE HIPERTENSÃO PORTAL NÃO CIRRÓTICA
Autores:
Florentino, J.O.; Moreno, M.T.; Milanez,
H.M.B.P.M.; Fava, M.L.
Sigla:
O068
A ocorrência de gestação em pacientes com hipertensão
portal é um evento incomum, devido a sua baixa inci-
dência durante o período reprodutivo da mulher. Contu-
do, ela aumenta significativamente a morbimortalidade
materno fetal. A complicação mais observada nestas pa-
cientes é a hemorragia digestiva alta, mas ela também
pode favorecer outros desfechos. A rotura espontânea
(não traumática) de hilo esplênico durante a gestação
ocorre mais comumente em pacientes com patologias
esplênicas pré-existentes, tais como aneurisma de artéria
esplênica, hipertensão portal, talassemia e infecções por
malária, tifo ou mononucleose, mas também acomete
mulheres previamente hígidas. Em revisão da literatura
sobre outros casos de rotura espontânea de hilo esplêni-
co, foram encontrados 25 casos descritos, em 22 publica-
ções no PUBMED/MEDLINE. Analisando estes trabalhos,
é possível observar que trata-se de evento que ocorre
preferencialmente em mulheres jovens, na terceira dé-
cada de vida, multíparas e durante o terceiro trimestre
da gestação. Em 20% dos casos as gestantes evoluíram a
óbito e em 75% deles, o feto não sobreviveu. Descreve-
mos o caso de gestante de 37 semanas, com hipertensão
portal desde a infância e múltiplos episódios de hemor-
ragia digestiva alta, que apresentou rotura espontânea
de hilo esplênico evoluindo a óbito mãe e feto, apesar da
intervenção cirúrgica e cuidado clínico intensivo. Nas pa-
cientes com hipertensão portal é clara a importância do
acompanhamento pré-natal especializado em centro ter-
ciário, com atenção especial ao diagnóstico e tratamen-
to das varizes esofágicas e ao planejamento do parto.
Embora mais rara, a rotura espontânea de hilo esplênico
é um grave desfecho associado que necessita de inter-
venção cirúrgica rápida e intensiva.
Instituição:
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo
Pinotti – CAISM/UNICAMP – Campinas – SP
TAXAS DE ÓBITO MATERNO POR CAUSAS
DIRETAS NO BRASIL E NAS REGIÕES
NORDESTE E SUDESTE DE 2000 A 2010
Autores:
Casqueiro, J.S.; Silva, J.E.A.
Sigla:
O069
OBJETIVOS: Analisar comparativamente a taxa de óbito ma-
terno por causas diretas no Brasil e nas regiões Nordeste e
Sudeste de 2000 a 2010. MÉTODOS: Os dados foram retira-
dos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e
analisados utilizando-se o Microsoft Excel 2010. RESULTA-
DOS: Entre os anos de 2000 e 2010, mais de 70% do total
de mortes maternas foi por causa direta no Brasil, sendo
que no ano de 2001 observa-se a maior taxa, 76,6%, e o
ano de 2009 a menor, 63,2%. Quando analisamos as regiões
Sudeste e Nordeste, vemos que, nesses 10 anos, as taxas de
óbito materno diretas totais foram de 72,1% e 71,9%, res-
pectivamente. No ano de 2005 no Sudeste encontramos a
maior taxa, 79,2%, enquanto no ano de 2009 encontramos
a menor, 59%. No Nordeste, a pior taxa, 76,9%, foi vista no
ano de 2001, enquanto a melhor foi em 2010, 67,4%. Quan-
do comparamos as regiões Sudeste e Nordeste, vemos que,
de 2001 a 2007, a região Sudeste apresentou as maiores ta-
xas de óbitos maternos por causa direta. No entanto, a par-
tir desse ano, o Sudeste tem apresentado menores taxas,
66,9% em 2010. A região Nordeste também apresentou um
declínio progressivo da referida taxa de 2007 a 2010, com
67,4% em 2010. CONCLUSÕES: Foram encontradas altas
taxas de mortalidade materna por causas diretas nos anos
estudados. As regiões Nordeste e Sudeste se assemelham
em números e seguem a tendência do Brasil, com cerca de
70% de óbitos por causas diretas. É um número alarmante,
já que mortes maternas por causa direta são aquelas rela-
cionadas à presença e qualidade da assistência pre-natal
e, portanto, são preveníveis e evitáveis. Apesar da região
Sudeste ter maior numero de médicos por 1000 habitantes
e maior PIB per capita, essa apresentou maiores taxas de
óbitos maternos por causas diretas entre os anos de 2001
e 2007, o que nos leva a questionar a qualidade da assis-
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