ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 102

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
Instituição:
Pontifícia Universidade Católica de Campi-
nas – Campinas – SP
DIREITO AO ABORTO E VIOLÊNCIA
SEXUAL: DESAFIOS ENFRENTADOS
PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO
RECONHECIMENTO DESTA PRÁTICA
Autores:
Prata, M.C.S.; Campos, R.S.P.; Souza, L.B.L.N.;
Hime, L.F.C.C.
Sigla:
O045
O aborto é evidenciado como prática frequentemen-
te associada a experiências de coerção sexual e figura
entre as principais causas de mortalidade materna no
Brasil. Objetivo: refletir sobre os enfrentamentos dos
profissionais de saúde envolvidos na assistência a mu-
lher violentada, no que se refere à garantia legal ao
aborto. Métodos: Revisão da literatura em bases de da-
dos cochrane, lilacs, medline e scielo dos artigos publi-
cados nos últimos 10 anos. Resultados e Discussão: Foi
evidenciado que embora existam leis que garantam o
aborto a mulher violentada, ainda há uma lacuna entre
a lei e sua aplicação. Mais de 200 municípios no país
declaram não terem centro de atendimento à mulher
vítima de violência sexual. Os princípios morais e reli-
giosos incorporados na educação brasileira favorecem
o desrespeito, pelo profissional de saúde, ao direito da
mulher violentada por optar pelo aborto. Há carência
na formação dos profissionais de saúde, no que se re-
fere à compreensão das desigualdades de gênero e dos
protocolos de conduta de assistência à mulher violenta-
da implicando em dificuldade de percepção do evento
violência como de saúde pública. Reconhecer a violên-
cia como um agravo de saúde é desafiador e envolve
a necessidade de incorporação de novos hábitos pro-
fissionais, diante de um universo historicamente guiado
por condutas pautadas na identificação fisiopatológica
de um agravo. Evidenciou-se que mulheres com prova
física da violência apresentam maior aceitação do direito
ao aborto do que aquelas apenas com abalos emocio-
nais, mostrando o quanto a falta de conhecimento do
profissional ainda pode interferir no direito reprodutivo
da mulher. Conclusão: O estudo contribuiu para a com-
preensão dos conflitos vivenciados pelos profissionais,
que impedem o exercício do direito legal ao aborto no
Brasil. Ficou evidente a ansiedade gerada no profissional
em lidar com a decisão da mulher pelo aborto, visto os
aspectos multifatoriais deste agravo. Discutir esta pro-
blemática fomenta políticas de saúde no incremento de
ações que invistam em capacitação, atualização e treina-
mento profissional, para que cada vez mais uma mulher
violentada tenha seu direito reprodutivo garantido.
Instituição:
Universidade de São Paulo – SP
SÍFILIS CONGÊNITA – UMA DOENÇA
RECRUDESCENTE
Autores:
Dias, C.C.D.; Barato, M.B.; Neves, P.N.; Milani,
V.M.
Sigla:
O046
Objetivo: Relatar os casos de sífilis congênita diagnosti-
cados na maternidade do Hospital Santa Casa de Miseri-
córdia de Ribeirão Preto e alertar para a necessidade de
novas medidas de saúde pública para controle desta epi-
demia, recrudescente em Ribeirão Preto. Método: revisão
dos prontuários da gestante e do recém-nascido, e análi-
se dos dados encontrados. Resultados: no período com-
preendido entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013
foram assistidas 4438 parturientes. Destas, 24 tiveram
sorologias positivas para sífilis, sendo diagnosticados 8
casos em 2011, 3 em 2012 e 13 em 2013, o que sinaliza
para uma curva ascendente. A idade das pacientes esteve
compreendida entre 17 e 37 anos. Oito pacientes não
realizaram acompanhamento pré-natal. No grupo de 16
pacientes que realizaram pré-natal, 5 foram tratadas por
sífilis durante a gravidez, todas em 2013. Destas, 2 ne-
cessitaram repetir o tratamento na maternidade. Entre
as 24 pacientes diagnosticadas com sífilis, 8 declararam
ser usuárias de drogas. Ocorreram 8 partos prematuros,
2 com amniorrexe prematura, 2 óbitos fetais, 2 recém
nascidos pequenos para a idade gestacional, e 1 recém
nascido com investigação positiva na análise do liquor e
alteração no RX de ossos longos, que necessitou trans-
ferência para serviço pediátrico de atenção terciária. O
VDRL foi reagente em 16 recém-nascidos e todos foram
tratados e encaminhados para seguimento. Conclusões:
na amostra estudada, destaca-se a elevada morbidade
perinatal, a ausência de pré-natal em 30 % dos casos, o
consumo de drogas ilícitas em igualmente 30% dos ca-
sos. Estes dados refletem a necessidade de planejamento
assistencial para grupos vulneráveis, com busca ativa das
gestantes e alerta à população para as evidências da pro-
pagação epidêmica da sífilis congênita.
Instituição:
Faculdade de Medicina Barão de Mauá e
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto –
Ribeirão Preto – SP
TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA: RELATO
DE CASO
Autores:
Nunes, C.N.; Caliman, L.P.C.; Salimena, J.C.S.;
Nunes, V.N.N.
Sigla:
O047
Introdução: A tromboflebite pélvica séptica é uma sín-
drome que envolve a vascularizacão pélvica associada
a infecções no estado pós-parto. Descrição do caso:
1...,92,93,94,95,96,97,98,99,100,101 103,104,105,106,107,108,109,110,111,112,...209