ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 113

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OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
tência à saúde destinada à população. Os altos números
encontrados traduzem a necessidade da mudança na as-
sistência pré-natal no Brasil, ampliando a oferta e qualidade
das consultas realizadas, de forma a prevenir intercorrências
durante a gestação, parto e puerpério, o que deverá dimi-
nuir a mortalidade materna no país.
Instituição:
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
– Salvador – BA
PERFIL DA MORTALIDADE MATERNA NO
BRASIL NO ANO DE 2011: UM PANORAMA
DAS DIFERENÇAS REGIONAIS
Autores:
Silva, J.E.A.; Casqueiro, J.S.
Sigla:
O070
OBJETIVO: Apresentar o perfil epidemiológico da morta-
lidade materna (MM) nas regiões brasileiras – Norte (N),
Nordeste (ND), Sudeste (SD), Sul(S) e Centro-Oeste (CO)
– no período de 2011. METODOLOGIA: Estudo descritivo
sobre o perfil epidemiológico da mortalidade materna no
Brasil no ano de 2011, mostrando as diferenças regionais a
partir das variáveis: causa do óbito materno, escolaridade,
raça/cor, estado civil, idade da mãe e momento da morte.
Os dados foram retirados do Departamento de Informá-
tica do SUS – Datasus e analisados utilizando-se o Mi-
crosoft Excel 2010.RESULTADOS: Na região N, a principal
causa da MM, com 27,04%, está relacionada com trans-
tornos hipertensivos do parto, gravidez e puerpério, assim
como no CO com 31,93%, enquanto nas regiões ND, SD
e S, a principal causa foi outras afecções obstétricas não
descritas com 26,40%, 32,03% e 37,2% respectivamente.
Nas regiões N, ND, SD e CO, os óbitos ocorreram, em sua
maioria, dentro da faixa etária de 20 a 29 anos, já na região
S, a faixa de idade mais acometida foi de 30 a 39 anos.
31,63% dos óbitos maternos na região N, 25,38% no ND,
28,57% no S e 32,77% no CO acorreram em mulheres com
4 a 7 anos de escolaridade, enquanto que na região SD, a
maior parte dos óbitos – 32,59% – ocorreu em mulheres
com tempo de estudo de 8 a 11 anos. 51,42% das mulhe-
res que foram a óbito nesse ano eram solteiras e 50% da
cor parda, sendo que na região Sul, 74,40% era brancas
e na Sudeste, 41,85%. 52,36% dos óbitos ocorreram no
período do puerpério até 42 dias, apresentando uma ho-
mogeneidade do padrão entre as regiões. DISCUSSÃO: A
MM é um desafio de saúde pública, já que reflete o nível
socioeconômico, a qualidade da assistência, a iniquidade
entre os gêneros e a política de promoção da saúde públi-
ca existente e tem sido de difícil controle. O coeficiente de
mortalidade materna reflete as desigualdades regionais e
sociais, já que podemos ver maior número de óbitos em
mulheres com baixa escolaridade, raça parda e com pato-
logias potencialmente controláveis com um bom pré-na-
tal. CONCLUSÃO: A caracterização da realidade da MM no
Brasil permite a implantação de estratégias direcionadas
as verdadeiras necessidades da população.
Instituição:
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
– Salvador – BA
INFECÇÃO PUERPERAL E ÚLCERA
PERFURADA EM PACIENTE SUBMETIDA À
CESARIANA: RELATO DE CASO
Autores:
Araújo, C.F.D.; Souza, M.A.C.; Nóbrega, M.M.;
Barros, C.G.; Menezes, S.R.C.O.P.F.; Araújo, M.L.M.F.N.
Sigla:
O071
INTRODUÇÃO: A infecção puerperal, é um termo geral para
descrever qualquer processo infeccioso após o parto. Eleva-
ção de temperatura igual a 38°C (exceto as primeiras 24 ho-
ras) presença de taquicardia, drenagem uterina purulenta e
dor abdominal acompanhada de hipersensibilidade do úte-
ro, útero amolecido e hipoinvoluído. A incidência aumenta-
da de infecções uterinas no puerpério varia de acordo com
alguns fatores, o principal é a via de parto. DESCRIÇÃO:
WMS, 17 anos, negra, estudante, união estável, procedente
de Goianinha. Puérpera no 7ºDPO (Dia de Pós-Operatório),
há 04 dias com quadro de dor abdominal, febre e vômitos.
Cesárea por DCP. Pré-natal sem intercorrências. Ao exa-
me: FC: 132 bpm; FR: 54 irpm; PA:110x70mmHg; T: 36,7°C.
Abdome: Distendido, doloroso à palpação, RHA ausentes,
útero doloroso na mobilização; Ao toque: Colo pérvio 2cm,
doloroso ao toque; Sonda vesical drenando urina hemo-
concentrada. Submetida à Laparotomia Exploradora. Diag-
nóstico operatório de peritonite generalizada, necrose de
útero e anexo esquerdo, úlcera perfurada de estômago. Re-
alizada rafia da úlcera, histerectomia total abdominal, ane-
xectomia esquerda e salpingectomia direita deixado dreno
tubo-laminar em goteira parieto-cólica esquerda. Antibióti-
co terapia com ceftriaxona e metronidazol, introduzido Me-
ropenem no 5º DPO e Fluconazol no 7º DPO, por persistên-
cia de picos febris e saída de secreção serossanguinolenta
pela ferida operatória. No 9º DPO realizado TC de abdômen
mostrando coleções líquidas. No 10º DPO reabordagem ci-
rúrgica: Liberadas aderências de alças intestinais e drenadas
coleções de líquido citrino. Evoluindo commelhora do qua-
dro inicial e afebril, recebendo alta no 14º DPO. REVELÂN-
CIA E COMENTÁRIOS: Estima-se que a infecção puerperal
seja responsável por cerca de 1/3 dos óbitos maternos em
países desenvolvidos e, provavelmente, é a principal causa
de morte materna no Brasil. A paciente apresentou quadro
clínico típico de infecção puerperal, mesmo tendo recebido
profilaxia antimicrobiana periopératória em dose única. O
coeficiente de mortalidade associada a infecção é quase 25
vezes maior nas mulheres submetidas a cesariana, compa-
rada as que tiveram partos vaginais.
Instituição:
Maternidade Escola Januário Cicco – Natal – RN
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