ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 122

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
entre os pré-termos de 33 semanas. Destes, 130 (4,43%)
foram prematuros extremos, 126 (4,3%) foram graves, 897
(30,6%) foram moderados e 1778 (60,66%) foram quase-
-termo. A ocorrência de RPMO foi de 29,17% (855 partos),
sendo que dentre as faixas de IG, a mesma ocorreu em
38 (29,23%) dos prematuros extremos, em 36 (28,57%)
dos graves, em 284 (31,66%) dos moderados e em 497
(27,39%) dos quase-termo. CONCLUSÃO: A ocorrência
de RPMO em gestações pré-termo no CO-HBAP é seme-
lhante à de outros centros, conforme à literatura (29,17%
contra 20 a 40%). Quanto à faixa de prematuridade, a
ocorrência de prematuros graves é menor se comparada
às literaturas (4,3% contra 15%), enquanto em prematu-
ros moderados a ocorrência é maior (30,6% contra 20%).
Por conseguinte, não existem diferenças entres os dados
dos prematuros extremos (4,43% contra 5%) nem dos
prematuros quase-termo (60,66% contra 60%). Quanto à
incidência de RPMO conforme a idade gestacional, não
houve diferença importante entre as faixas (29,23% nos
prematuros extremos, 28,57% nos prematuros graves,
31,66% nos prematuros moderados e 27,39% nos pre-
maturos quase-termos), portanto, apesar da alta taxa de
RPMO no CO-HBAP – o que indica a necessidade de um
acompanhamento pré-natal de maior qualidade – a ocor-
rência desta patologia em prematuros mais susceptíveis
à complicações perinatais (extremos e graves) não é um
fator importante para a elevação desta taxa.
Instituição:
Fundação Universidade Federal de Rondô-
nia – UNIR – Porto Velho – RO
RESULTADOS GESTACIONAIS DE QUATRO
GESTAÇÕES COM ROTURA PREMATURA DE
MEMBRANAS COM IDADE GESTACIONAL
ENTRE 16 E 22 SEMANAS CONDUZIDAS
CONSERVADORAMENTE
Autores:
Chagas Sales, M.C.S.; Bacha, C.A.B.
Sigla:
O090
Ainda é preconizada em nosso meio a interrupção da
gestação na rotura de membranas antes de 22 semanas.
Diferentemente, na França, a sobrevida de 46% foi atingi-
da por alguns centros com a conduta conservadora, com
bons resultados, pois as temidas deformidades ósseas
e hipoplasia pulmonar são raras (2 a 5%) e o risco de
infecção pode ser controlado por exames laboratoriais.
Seguindo o modelo francês, conduzimos em nosso ser-
viço pacientes com ruptura prematura precoce de mem-
branas antes da viabilidade fetal em idade gestacional
de 16, 16, 18 e 22 semanas, com ILA 3,2; 6,2, 4,3 e 6,1,
respectivamente, após decisão conjunta com a equipe
médica. O 1ºcaso foi captado já com duas semanas de
ruptura, motivo pelo qual não foi utilizado ATB. Porém,
nos demais casos foi usada Ampicilina: venosa por sete
dias nos casos 2 e 3 e, no caso 4, venosa por dois dias,
seguida por cinco dias de uso oral. O caso de ILA inferior
a 4,5 teve uma internação inicial de 1 semana com várias
(4-5) re-internações. Já os com ILA superiores, tiveram
três dias de internação. Todos foram seguidos ambulato-
rialmente, em consultas inicialmente a cada 3 dias (casos
1,2 e 4), depois semanais (para os casos 1 e 2) ou de
21/21 dias (caso 4), ou 15/15 dias e após mensal (caso
3). Ao completar 26 semanas, as duas primeiras gestan-
tes receberam uma dose de corticóide, enquanto a 3ª
recebeu com 33 semanas e a 4ª não recebeu. Os dois
primeiros casos apresentaram sangramento vaginal e
oligohidrâmnio absoluto, culminando com a interrupção
da gestação, quando foi feito Sulfato de Mg (neuropro-
teção) e repique do corticóide. Os demais casos, tam-
bém foram interrompidos por oligohidramina, mas sem
necessidade de sulfatar nem repicar corticoide. Todos os
casos foram resolvidos com cesariana. O 1ºRN nasceu
com 29,2 semanas e 930g; O 2ºRN, com 30,2 e 1320g; O
3ºRN com 37,4 e 2830 g; O 4ºRN com 35 e 2676g. En-
quanto nos dois primeiros casos os RN necessitaram de
cuidados pediátricos intensivos por cerca de 1 mês, o RN
do terceiro caso precisou de apenas 4 dias de cuidados e
o do 4º caso, 10 dias. Assim, evidencia-se que a condu-
ta conservadora é indicada em casos selecionados, sem
anidrâmnio, infecção ou manipulação.
Instituição:
Maternidade Unimed – Belo Horizonte – MG
TUMOR DE KRUKENBERG NA GESTAÇÃO
Autores:
Souto, M.D.; Dias, A.C.M.G.; Guimarães, D.C.; Lo-
pes, M.G.F.; Costa, L.F.
Sigla:
O091
Introdução: O tumor de Krukenberg (TK) é um adenocar-
cinoma mucinoso metastático do ovário1. Ele é bilateral
em sua maioria2. A idade média é 45 anos, podendo aco-
meter dos 21 aos 80 anos3. Descrição do caso: G.C.M.,
feminino, 14 anos, primigesta, com dor abdominal, náu-
sea e vômito. Emagrecida, pálida; útero palpável e gran-
de massa abdominal à esquerda. Exames laboratoriais:
anemia, leucocitose leve. Ao ultrassom obstétrico: “ges-
tação de 25 semanas e 4 dias, feto único, vivo, peso 846g
e massa em flanco esquerdo”. Ressonância magnética:
“massas peritoneais, ascite, linfonodomegalias, lesão
infiltrativa em cólon transverso. Útero gravídico sem in-
vasão”. Feito paracentese de alívio e corticóide para ma-
turação pulmonar fetal. Realizada cesariana com idade
gestacional de 31 semanas. Inventário abdominal com
massas ovarianas bilaterais e em cólon transverso asso-
ciado a carcinomatose peritoneal e mesentérica; feito
omentectomia e exérese de massas anexiais. Biópsia de
ovário: duas massas, 5758g, extensa neoplasia glandular,
células em anel de sinete. Paciente encaminhada ao CTI
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