ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 132

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
vascularização. Radiografia de tórax mostrava múltiplas
imagens nodulares radiopacas bilaterais a maior me-
dindo 3,7 cm. Nesta ocasião a paciente apresentava um
beta-hCG de 282445mUI/m, TSH de 0,05µIU/mL e T4L de
2,08ng/dL, sem manifestação clínica de hipertireoidismo.
Nos exames para estadiamento, as tomografias de crâ-
nio e abdômen eram normais. Devido ao risco de rotura
uterina e prole constituída foi optada por histerectomia
total, realizada sem intercorrências. No exame anatomo-
patológico foi confirmado diagnóstico de coriocarcino-
ma com extensão até terço externo do miométrio com
margens. Paciente recebeu 9 ciclos de metotrexate e 1
ciclo de actinomicina D com boa resposta. Paciente evo-
luiu bem, com negativação do beta-hCG no seguimento.
O recém-nascido foi avaliado com dosagens seriadas
beta-hCG, todas negativas. Comentários: Coriocarcino-
ma após gestação normal, por trata-se de doença rara, é
difícil diagnóstico, sendo de grande valia a análise histo-
patológica das placentas nestes casos. Acometimento fe-
tal é muito raro, apesar de seu comportamento ser mais
agressivo daqueles precedidos por molas hidatiformes.
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento
adequado dessas pacientes.
Instituição:
Divisão de Clínica Obstétrica do HC-FMUSP – SP
DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DA MOLA
HIDATIFORME PARCIAL – RELATO DE CASO
Autores:
Moreira, M.F.S.; Maesta, I.; Consonni, M.; Rami-
rez, L.A.C.; Dufloth, R.
Sigla:
O112
Introdução. No rastreamento ultrassonográfico de rotina
pré-natal, a visualização de placenta espessada conten-
do múltiplos cistos é sinal de triploidia fetal. A triploidia
pode ser de origem diândrica ou digênica (80% e 20%
dos casos, respectivamente). Embora raro (risco de 0,5-
5%), a triploidia diândrica (mola hidatiforme parcial)
pode evoluir para neoplasia trofoblástica, necessitan-
do de acompanhamento específico. Descrição do caso.
Paciente de 31 anos de idade, nulípara, com desejo re-
produtivo, procura obstetra após 9 semanas de atraso
menstrual. Em ultrassonografia de rotina de primeiro
trimestre foi visualizado embrião único com batimentos
cardíacos presentes e uma placenta espessada com áreas
císticas. Durante seguimento ultrassonográfico, diagnos-
ticou-se morte embrionária, aumento da área placentária
com pequenas vesículas e cistos de ovário tecaluteínicos
> 6 cm. A paciente foi encaminhada ao nosso centro com
suspeita de mola parcial. Na admissão, ela queixava-se
de náuseas e aumento do volume abdominal maior que
o esperado para a idade gestacional, sendo o tamanho
uterino compatível com 18 semanas de gravidez. O nível
sérico do hCG foi de 391.106 mUI/mL e a função tireoi-
diana estava dentro dos parâmetros de normalidade. As-
piração uterina a vácuo foi guiada por ultrassonografia
e a paciente fez seguimento ambulatorial para monito-
ramento dos títulos de hCG. Seguindo o esvaziamento
uterino, o valor do hCG teve queda para 6.737 em uma
semana, e com 15 semanas passou a 5,0 mUI/mL. Imuno-
histoquímica e análise molecular completa incluindo ca-
riótipo dos genitores foi realizado sendo ambos normais.
O cariótipo do tecido placentário identificou triploidia
69XXX no estudo de FISH (Hibridização Fluorescente in
Situ). Análise de marcadores polimórficos de microssa-
télites revelou presença de um alelo materno e um ale-
lo paterno. Comentários. Como a origem genética não
pôde ser claramente determinada neste caso de triploi-
dia, a paciente foi considerada como apresentando mola
parcial. Assim, acompanhamento ambulatorial com a uti-
lização de contracepção eficiente foi feito, o que levou a
postergar os planos de uma nova gravidez e influenciou
a vida reprodutiva do casal.
Instituição:
Universidade Estadual Paulista – Botucatu – SP
RELATO DE CASO: GESTAÇÃO GEMELAR
COM MOLA HIDATOFORME PARCIAL
Autores:
Toloni, L.H.D.; Madlum, C.M.; Lima, L.C.; Koiff-
man, A.C.F.; Mezzacappa, M.S.; Magahama, G.
Sigla:
O113
INTRODUÇÃO: A mola hidatiforme é infrequente, porém
pode causar complicações se o seguimento não for rea-
lizado de forma adequada. Há duas entidades de mola:
completa ou parcial. Esta é resultado de fecundação de
um óvulo e dois espermatozóides ou um espermatozóide
diplóide. Aquela se origina de óvulo com núcleo inativo
fecundado, ou seja, todo conteúdo genético é paterno.
Sendo que a mola parcial é ligada a triploidias. Assim
sendo, é de grande importância o diagnóstico precoce
para diminuir o risco de doença persistente e demais
complicações inerentes. RELATO DE CASO: L.A., 29 anos,
parda, natural e procedente de São Paulo, dona de casa.
Gestante de 13 semanas, quintigesta, quartípara, sem
acompanhamento de pré-natal, procurou nosso serviço
com queixa de sangramento vaginal e dor em abdome
inferior. Ao exame físico: bom estado geral, altura uterina
de 17 cm, batimento cardíaco fetal presente e ao exa-
me especular sangramento coletado em fundo de saco
em pequena quantidade. Solicitada ultrassonografia que
revelou dois sacos gestacionais: um contendo embrião
com 76 mm de CCN e translucência nucal 14 mm; e outro
saco gestacional anembrionado com conteúdo sugestivo
de degeneração trofoblástica. Inicialmente proposta con-
duta expectante, porém paciente evoluiu com sangra-
mento aumentado, anemia e eliminação espontânea de
material heterogêneo e do feto após dois dias. Realizada
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