ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 135

294
OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
geral, febre e trombocitopenia. Descrição de caso: C.O.A.,
32 anos, feminino, natural de Miracema, admitida com
quadro de Febre Hemorrágica. Ao exame, encontrava-se
hipocorada (+/4+), desidratada, anictérica, acianótica,
febril, com petéquias em abdome, prurido, gengivorra-
gia, PA 107x22mmHg, FC 80bpm. Exames laboratoriais:
Leucócitos 2.870, Plaquetas 11.000/mm³, Hematócri-
to 33, Uréia 11,7g, Creatinina 0,9mg. Exame obstétrico:
G4P1A1, gestação de 36 semanas e cinco dias, BCF 1
– 144bpm, BCF 2 – 136bpm. Paciente encaminhada ao
centro de terapia intensiva, onde foi submetida a suces-
sivas transfusões de plaquetas devido à queda signifi-
cativa destas (5.000/mm³). No quarto dia de internação
apresentou crises convulsivas e evolução para parto va-
ginal. Sorologia para dengue confirmada. Recém-nasci-
dos encaminhados para UTI neonatal. Primeiro gemelar:
sexo feminino 2125g, 47 cm, Apgar 1’5, 5’8. Plaquetas
201.000/mm³ ao nascer, permanecendo acima da média.
Alta após 12 dias. Segundo gemelar: sexo masculino,
1535g, 44 cm, Apgar 1’7,5’9. Plaquetas 103.000/mm³,
evoluindo com plaquetopenia 43.000/mm³, e posterior-
mente atingindo 117.000. Alta após 16 dias. Identificação
viral de dengue congênita confirmada em ambos geme-
lares. Novos exames laboratoriais: Leucócitos 7.500/uL,
Hematócrito 26%, Plaquetas 185.000/mm³, Uréia 15,8g/
dl, Creatinina 0,7mg/dl. No décimo dia de internação a
gestante teve alta. Relevância: Existem poucos casos re-
latados de transmissão vertical de dengue na literatura.
Comentários: Com o aumento do número de casos de
dengue, as gestantes tornam-se um grupo mais suscep-
tível a essa infecção. A conduta mais adequada quan-
do há suspeita diagnóstica de dengue na gravidez é a
conservadora, não antecipando o parto. Na presença do
parto iminente, o RN deve ser cuidadosamente acom-
panhado em sua evolução clínica até a segunda semana
de vida.
Instituição:
HSJA – Itaperuna – RJ
DEFICIÊNCIA DO FATOR V DE LEIDEN E
GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Autores:
Pretti, P.I.A.; Rozas, A.A.; Honorato, D.J.P.; Wata-
nabe, E.K.; Bressan Filho, N.P.; Rozas, A.
Sigla:
O119
Introdução: A gravidez fisiologicamente se caracteriza
por um estado de hipercoagulabilidade, associado a um
aumento do risco de fenômenos tromboembólicos. Des-
sa maneira as trombofilias merecem destaque por serem
causa frequente de perdas fetais recorrentes e compli-
cações obstétricas severas. Podem ser divididas em ad-
quiridas e hereditárias, sendo a deficiência do Fator V de
Leiden (FVL) uma desordem hereditária caracterizada por
mutação genética que leva a uma resistência a degrada-
ção da proteína C ativada, elevando o risco de trombose.
A prevalência na população é de 1-15% (heterozigose)
e de 0,02-0,1% (homozigose). Descrição do caso: IRRS,
30 anos, natural e procedente de Sorocaba, branca, se-
cundigesta com um parto normal há 5 anos (óbito fe-
tal intra-útero com 28 semanas de gestação) e história
clínica de acidente vascular cerebral e trombose venosa
profunda em membro inferior esquerdo há 2 anos. Após
eventos clínicos apresentados foi encaminhada a Hema-
tologia sendo feito o diagnóstico de deficiência do FVL
em heterozigose. Fez uso durante a gestação de Eno-
xaparina 40mg/dia. Encaminhada para resolução com
38 semanas e 5 dias e com orientação de suspensão da
heparina 24 horas antes do parto, deu entrada na mater-
nidade com o seguinte exame obstétrico: altura uterina
de 36cm, batimentos fetais presentes, dinâmica uterina
ausente e colo grosso, posterior, pérvio para 3 cm com
apresentação cefálica. Foi indicada indução de parto com
misoprostol seguindo critérios de Bishop. Evoluiu para
parto normal de recém- nascido vivo, masculino, peso
3015g e Apgar 8/9. Quarto período sem intercorrências.
No puerpério imediato prescrito associação de Clexane
dose plena (60mg EV de 12/12h) + Marevan 5mg/dia e
coagulograma diário até atingir faixa esperada de INR
(>2 e <3). Paciente recebeu alta após controle labora-
torial, em boas condições clinicas, somente com uso de
Marevan 5mg 1x/dia e encaminhamento ao ambulatório
de Hematologia para seguimento.Comentários: a pes-
quisa de trombofilias durante o pré-natal deve ser incen-
tivada, principalmente nas pacientes com história de fe-
nômenos tromboembólicos prévios, contribuindo assim
com uma melhor assistência ao binômio materno-fetal.
Instituição:
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
de Sorocaba – PUCSP – Sorocaba – SP
DEFICIÊNCIA ADQUIRIDA DE
ANTITROMBINA III EM PACIENTES COM
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA
DA GESTAÇÃO (DHEG) GRAVE E SUA
CORRELAÇÃO COM A PROTEINÚRIA:
ESTUDO PRELIMINAR
Autores:
Malhone, C.; Baptista, F.S.; Bortollotto, M.R.F.L.;
Alves, E.A.; Francisco, R.P.V.
Sigla:
O120
Objetivos: A antitrombina é um regulador da cascata de
coagulação, inibindo a trombina e outras proteases da
coagulação. A deficiência de antitrombina é associada a
um risco aumentado de eventos tromboembólicos du-
rante aos períodos de gestação e puerpério. Por outro
lado, uma deficiência adquirida de ATIII é um achado co-
mum em pacientes com pré-eclâmpsia. Entretanto, mui-
1...,125,126,127,128,129,130,131,132,133,134 136,137,138,139,140,141,142,143,144,145,...209