ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 141

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OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
de literatura, na análise de 66 casos a obstrução ocorreu
em 53 pacientes durante a gestação e, em 13 durante o
puerpério. A 1a causa de obstrução intestinal complican-
do a gestação e o puerpério são as aderências, seguido
pelo volvo de sigmóide e intussuscepção. Outras causas
são: hérnia, carcinoma, apendicite e idiopática. Paciente
de 24 anos, 4G4PC, apresentando no 3o dia de puerpério
dor e distensão abdominal, náuseas, vômitos e parada
de eliminação de gases e fezes há 3 dias. Ao exame fí-
sico, desidratada, estável hemodinamicamente porém
taquicárdica. Abdome distendido, doloroso à palpação
difusamente, timpanismo difuso à percussão, ruídos hi-
droaéreos aumentados, sem sinais de peritonite, com fe-
rida operatória em bom aspecto e ao toque retal ampola
retal vazia. Laboratório evidenciava discreta leucocitose
e aumento das provas inflamatórias. Rx (radiografia) de
abdome com importante distensão colônica compatível
com sinal do U invertido e do “ grão de café” . Solicitada
tomografia de abdome e pelve que mostrou acentuada
distensão de segmento colônico em alça fechada, com
aparente torção do mesocólon sigmóide inferindo volvo
de sigmóide sem sinais de complicações perfurativas ou
vasculares. Optado por tratamento de suporte – Hidrata-
ção e antibioticoterapia, seguida de retossigmoidoscopia
rígida com alocação de sonda retal número 30 a 10 cm
da borda anal. Paciente evoluiu com melhora clínica, re-
torno da eliminação de flatos e evacuações e diminuição
da distensão abdominal. Rx de controle mostrou dimi-
nuição da distensão do cólon. Nova retossigmoidoscopia
rígida mostrou mucosa levemente hiperemiada, sem si-
nais de necrose, sendo a sonda retirada. Paciente evoluiu
bem e recebeu alta no 3o pós operatório. Neste caso, o
volvo de sigmóide pode ter ocorrido devido a mobilida-
de do cólon combinado com uma distorção do sigmóide,
associado a rápida mudança no tamanho do útero após
o parto. O diagnóstico deve ser precoce para evitar a res-
secção do sigmóide e a colostomia diminuindo assim a
morbidade e prevenindo os riscos de morte materna.
Instituição:
Universidade Federal de São Paulo – SP
HIPÊREMESE GRAVÍDICA GRAVE ASSOCIADA
A PATOLOGIA SISTÊMICA
Autores:
Aveiro, A.C.; Galão, E.A.; Veloso, M.L.L.B.; Soares,
A.S.S.; Vicensoto, W.; Marquart, K.G.F.
Sigla:
O133
INTRODUÇÃO. Hiperêmese gravídica é definida como
vômitos incoercíveis com repercussão clínica e perda
de peso maior ou igual a 5% do peso pré-gestacional.
Possui etiopatogenia pouco conhecida e provavelmente
multifatorial. DESCRIÇÃO DO CASO. Paciente 28 anos, G3
P2 ces A0, admitida em serviço terciário após interna-
ções em serviço primário devido a quadro de vômitos
incoercíveis e evolução com anúria. Paciente submetida a
investigação inicial teve diagnóstico de insuficiência agu-
da pré-renal que, porém, permitia hidratação vigorosa,
evoluiu com reversão total do quadro. Houve também
diagnóstico de hipocalemia e reposição de potássio via
oral com reversão. Na internação paciente apresentou
suspeita de hematêmese e foi submetida a endoscopia
digestiva alta que evidenciou hérnia de hiato por desliza-
mento e gastrite enantemática leve.À ultrassonografia de
abdome total apresentou: esplenomegalia leve, ectasia
de veia porta, veia esplênica e veia mesentérica superior,
vesícula biliar com bile espessa e cálculos e presença de
circulação colateral porta-sistêmica peri-esplênica com
shunt esplêno-renal. Exames laboratoriais evidenciaram
plaquetopenia e alteração subclínica de função tireoi-
diana. Houve avaliação de glândula tireoide com usltras-
sonografia que evidenciou aumento glandular difuso.
Associado foi submetida a avaliação psicológica devido
a labilidade emocional observada. Paciente, então, teve
diagnóstico de hiperêmese gravídica complicada com
insuficiência renal pré renal de causa multifatorial, her-
niação de hiato, hipertensão porta, tireotoxicose transi-
tória e psicossomática. RELEVÂNCIA. Na hiperêmese gra-
vídica a repercussão clínica pode ser grave, porém, pode
mascarar patologias associadas. COMENTÁRIO. A inves-
tigação de quadros graves como causa da hiperêmese
promoveu diagnóstico e tratamento de doenças de base.
Instituição:
Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto-FAMERP / Departamento de Ginecologia e Obste-
trícia – São José do Rio Preto – SP
AVALIAÇÃO DE GLOMERUloPATIAS EM
MULHERES QUE TIVERAM SÍNDROME
HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO
Autores:
Facca, T.A.; Sabino, A.R.P.; Sato, J.L.; Fama, E.A.B.;
Mastroianni, K.G.; Sass, N.
Sigla:
O134
Objetivo: Avaliação clínica e laboratorial de pacientes
com glomerupatias que tiveram gestação complicada
por síndrome hipertensiva. Métodos: estudo retrospec-
tivo com 52 mulheres que iniciaram acompanhamen-
to no ambulatório de glomerulonefrite da UNIFESP no
período de 1989 a 2014 e tiveram gestação complicada
por síndrome hipertensiva. Resultados: Idade de 15 a
52 anos dp± 7,83 (média 30,67). Total de 88,5% (46/52)
teve gestação com síndrome hipertensiva, 13% (6/46)
com eclâmpsia, 2,4% (2/46) síndrome HELLP e as demais
84,8% (39/46) pré-eclâmpsia ou doença hipertensiva es-
pecífica da gravidez. Outros 11,5% (6/52) tinham nefro-
patia prévia que agudizou ou se manifestou na gestação.
A maior parte 86,5% (45/52) evoluiu com hipertensão
com proteinúria e/ou hematúria logo após a gestação
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