ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 139

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OBSTETRÍCIA
XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
de forma adequada; 93,10% não realizaram o exame de ul-
trassonografia com Doppler e 62,07% realizaram tratamen-
to associando metildopa a outro anti-hipertensivo. A idade
gestacional correspondeu à prematuridade em 51,72% no
momento da internação e a resolução do parto foi via cesa-
riana em 82,60% dos casos. Quanto aos resultados fetais e
perinatais, 43,47% dos RN tinham peso adequado; 78,26%
tinham Apgar maior que 7 no primeiro minuto e 100%, no
5º; e 24% não tiveram complicações. CONCLUSÕES: Os fa-
tores: idade acima de 30 anos; raça não-branca; comorbi-
dades associadas; realização adequada do pré-natal; trata-
mento feito adequadamente; não realização ultrassom com
Doppler; prematuridade; parto cesariana; e baixo peso dos
RN foram semelhantes à maioria dos achados da literatura,
porém, os demais dados foram divergentes aos encontra-
dos na literatura.
Instituição:
Centro Universitário São Camilo – Hospital
Geral de Carapicuíba – SP
PARTO NORMAL VS. CESARIANA EM
GESTANTES COM PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE:
RESULTADOS MATERNOS
Autores:
Florentino, A.V.A.; Amorim, M.M.R.; Souza,
A.S.R.; França Neto, A.H.; Katz, L.; Costa, M.A.
Sigla:
O128
Introdução: pré-eclâmpsia grave representa uma condição
que se associa com aumento da morbidade e da mortalida-
de materna, sendo frequente a necessidade de antecipação
do parto. Diretrizes internacionais sugerem benefícios do
parto normal, porém estudos relacionando complicações
maternas e perinatais de acordo com a via de nascimen-
to são escassos. Objetivos: determinar a associação entre
a via de nascimento (parto normal ou cesárea) e as com-
plicações maternas em mulheres com pré-eclâmpsia grave.
Métodos: realizou-se um estudo de coorte com 500 ges-
tantes com pré-eclâmpsia grave. A variável independente
ou de exposição foi a via de nascimento, vaginal ou cesa-
riana, enquanto as complicações maternas pós-parto foram
consideradas as variáveis dependentes (desfechos). Análise
de regressão logística foi realizada para determinar o risco
ajustado (OR) e seu intervalo de confiança a 95% (IC 95%).
Todas as gestantes concordaram voluntariamente em par-
ticipar e assinaram o termo de consentimento livre e escla-
recido. O projeto foi aprovado pelo CEP local. Resultados:
verificou-se 22% de trabalho de parto espontâneo, 28,2%
de indução do parto e 49,8% de cesarianas eletivas. Entre as
pacientes cujo trabalho de parto foi induzido, 67,4% (n=95)
tiveram parto vaginal. A taxa global de cesárea foi de 68,2%.
O risco de morbidade materna grave foi significativamen-
te maior em mulheres submetidas a cesariana (54,0% vs.
32,7%), independente da presença ou não de trabalho de
parto. Os fatores que permaneceram associados com mor-
bidade materna grave depois da análise multivariada foram
o diagnóstico de síndrome HELLP (OR=3,73; IC 95%=1,55-
9,88) e a realização de cesariana (OR=1,91; IC 95%=1,52-
4,57).
Conclusões: cesarianas são frequentemente realiza-
das em mulheres com pré-eclâmpsia grave e se associam
com significativa morbidade materna pós-parto. Indução
do parto deve ser considerada uma opção quando é neces-
sária a interrupção da gravidez nesses casos.
Instituição:
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando
Figueira – IMIP – Recife – PE
CARCINOMA DE PLEXO CORÓIDE NA
GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Autores:
Rocha, T.P.; Hase, E.A.; Andrea, P.; Francisco,
R.P.V.; Zugaib, M.
Sigla:
O129
Introdução: Carcinoma de plexo coróide é uma neoplasia
rara do sistema nervoso central (SNC), com prognóstico
desfavorável e incidência maior em crianças, na faixa etá-
ria de 3 anos. A ressecção completa primária está rela-
cionada a melhor prognóstico e nos casos de ressecção
parcial são preconizadas radioterapia e quimioterapia
adjuvantes. Alguns estudos mostram tendência de pro-
gressão de tumores do SNC grau II e III na gestação, pro-
vavelmente pelo aumento do VEGF (Vascular Endothelial
Growth Factor) estimulando angiogênese tumoral. Des-
crição do caso: BCAS, 19 anos, primigesta, encaminhada
ao pré-natal da Clínica Obstétrica do HC-FMUSP com 9
semanas e 1 dia e antecedente de carcinoma de plexo
coróide supratentorial operado e recidivado. História de
ressecção subtotal de lesão expansiva parietal esquerda
em novembro de 2009, seguida de radioterapia e quimio-
terapia adjuvantes, e ressecção de lesão residual temporal
esquerda em fevereiro de 2013. Inicialmente apresentou-
-se estável clinicamente, sem indicação de interrupção da
gestação para controle da doença. Com 17 semanas e 4
dias procurou Pronto Socorro do HC-FMUSP com quei-
xa de cefaléia progressiva, vômitos, afasia e hemiparesia
direita. Ressonância magnética evidenciou nova lesão
temporoparietal esquerda de 5,5x5,5x4,0cm em leito ci-
rúrgico prévio provocando herniação subfalcina e desvio
da linha média de 0,8cm. Optado por craniotomia tem-
poral esquerda e ressecção tumoral, sem intercorrências.
Evoluiu com melhora clínica importante, e programada
radioterapia no pós parto. Com 30 semanas foi realiza-
da cesárea, sem intercorrências, recém-nascido feminino,
1600g, apgar 1-3-5. Recebeu alta no 2º pós parto para
radioterapia adjuvante. Relevância e comentários: O caso
clínico tem relevância por se tratar de neoplasia rara,
agressiva, prevalente em crianças jovens, incomum após
os 18 anos e na gestação. Ilustra a necessidade de manejo
individualizado na gestação por equipe multidisciplinar,
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