ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 144

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
dias, oligoâmnio, resistência aumentada na circulação ute-
roplacentária, nas artérias umbilicais (diástole zero), cen-
tralização fetal e ducto venoso normal. Realizado cesárea,
após resolução da gestação houve melhora dos parâme-
tros laboratoriais, porém com dificuldade de controle da
PA, necessitando introdução de Enalapril e Hidroclorotiazi-
da. Houve piora da acuidade visual e só apresentou melho-
ra progressiva da acuidade visual e regressão do descola-
mento de retina após o uso de corticóide. RELEVÂNCIA: O
descolamento de retina é uma complicação rara, que aco-
mete cerca de 1 a 2% das pacientes com PE grave podendo
se desenvolver no pré e pós-parto. Geralmente é bilateral e
não se acompanha de alterações vasculares da doença ou
de sinais de retinopatia. Na maioria das vezes não neces-
sitam de abordagem cirúrgica, recuperando-se semanas
pós parto, apenas com acompanhamento clínico. COMEN-
TÁRIOS: Ainda há poucos estudos sobre este tema e ne-
nhum deles especifica a relação entre valores pressóricos
e comprometimento retiniano. Provavelmente a isquemia
retiniana decorre das alterações vasculares da PE. Portanto,
mesmo com o seguimento de pré-natal adequado, lesões
desse tipo não poderão ser prevenidas.
Instituição:
UNESP – Botucatu – SP
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA E
SEGUIMENTO PRÉ-NATAL ESPECIALIZADO:
RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS EM
SERVIÇO DE REFERÊNCIA
Autores:
Moreno, M.T.; Cortez, A.C.; Costa, M.L.; Cavi-
chiolli, F.S.; Surita, F.C.; Parpinelli, M.A.
Sigla:
O140
Introdução: As síndromes hipertensivas na gestação são
a principal causa de morbimortalidade materna no Brasil.
A hipertensão arterial crônica relaciona-se a risco aumen-
tado para pré eclampsia superajuntada, lesão de órgãos
alvo, descolamento prematuro de placenta, restrição de
crescimento intrauterino, recém-nascidos pequenos para
idade gestacional e prematuridade. O manejo de ges-
tantes hipertensas em Pré-Natal Especializado, abrange
atendimento multidisciplinar, com avaliação de risco car-
diovascular, investigação de função renal e uso sistemático
de profilaxia para surgimento de pré-eclâmpsia, com ácido
acetil salicílico (AAS) e carbonato de cálcio. Também faz
parte do protocolo assistencial avaliação rigorosa de vi-
talidade fetal. Objetivos: Descrição do desfecho materno
e perinatal de gestantes portadoras de Hipertensão arte-
rial crônica acompanhadas pelo pré-natal especializado
CAISM-UNICAMP, durante o período de 18 meses (1de
janeiro de 2012 a 31 junho de 2013). Métodos e Resul-
tados: estudo retrospectivo com avaliação de prontuários
médicos. Foram acompanhadas 113 gestantes, com média
de idade de 33 anos, 80% com companheiro fixo, segundo
grau completo em 49,4% e ensino superior 8,2%. O tempo
médio desde o diagnóstico de hipertensão foi de 7 anos,
com 65% de uso prévio de medicação anti-hipertensiva e
53% de obesidade. Do total de casos acompanhados, 95%
fizeram uso de AAS e carbonato de cálcio, com média de
início de uso ao redor de 18 semanas. O número médio de
consultas no nosso serviço foi de 9, com idade gestacional
média de encaminhamento de 16 semanas. A maioria das
gestantes fez avaliação cardiológica durante o pré-natal
(83%), com diagnóstico de cardiopatia em 3,5% dos ca-
sos. Ocorreu pré-eclâmpsia sobreposta em 21% dos casos,
com 13% de internação em Unidade de Terapia Intensiva.
A Idade gestacional média de resolução foi de 37 semanas
e o peso médio ao nascimento 2960g. A via de parto foi
cesárea em 68% dos casos. Conclusão: Gestantes com Hi-
pertensão arterial crônica devem ser seguidas em Pré-Na-
tal especializado, com acompanhamento multidisciplinar,
para controle clínico rigoroso e avaliação fetal sistemática.
Instituição:
Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo
Pinotti CAISM/UNICAMP – Campinas – SP
GESTAÇÃO COMPLICADA PELO LUPUS
ATIVO
Autores:
Gomes, D.H.; Prado, D.K.L.; Orrico, M.L.L.; Souza,
D.; Brisighelli Neto, A.; Martins, D.C.
Sigla:
O141
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença rara,
incidindo, mais frequentemente, em mulheres jovens.
Neste relato de caso, M.C.D.M., sexo feminino, 30 anos,
tercigesta, idade gestacional de quinze semanas, procurou
o Hospital Universitário São Francisco (HUSF) com queixa
de dor nas articulações e foi diagnosticada portadora de
Lupus. As principais manifestações eram nefrite com níveis
das frações C3 e C4 do complemento diminuídos e anemia
hemolítica auto-imune e apresentava ainda artralgia, rash
malar, ulcerais orais, anticorpos antinuclear e anti-DNA re-
agentes. Com 32 semanas de gestação, a paciente evoluiu
com derrame pericárdico e a manutenção da nefrite lúpi-
ca. Múltiplos estudos têm investigado o impacto da gra-
videz no LES, alguns encontraram exacerbações em 74%
dos casos, sendo os estrogênios a potencial grande causa.
Algumas gestações têm riscos específicos, em particular
mulheres com doença renal. A nefrite lúpica ativa tem sido
associada com uma percentagem de 8-24% de abortos
espontâneos e 4-24% de morte fetais e neo-natais. O
prognóstico fetal depende fundamentalmente da ativida-
de da doença, com perda fetal variando de 25-52% em
pacientes com LES ativo e 8-12% das pacientes com LES
inativo no início da gravidez. O LES também está associa-
do com um aumento da percentagem de prematuridade,
ela poderia variar entre 4% e 60% e geralmente o peso ao
nascimento é mais baixo quando comparado com a po-
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