ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 128

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
des coriônicas de tamanho variável, cariótipo geralmente
triplóide. Evolui com sangramento genital, geralmente
entre o 2º/3º mês, associado à hiperêmese pelos altos ní-
veis de gonadotrofina coriônica. Em 5-10% dos casos de
MH as gestantes apresentam sintomas de hipertireoidis-
mo pela semelhança entre o TSH e αhCG. Na MHP à ultra-
-sonografia observa-se embrião/feto, placenta espessada
com múltiplas imagens císticas e ovários com cistos teca-
luteínicos. A insuficiência respiratória aguda (IRA) ocorre
em 2-11% dos casos de MH, resultante da embolização
trofoblástica que oclui pequenos vasos, causando hiper-
tensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita, compli-
cação que surge durante ou após a evacuação uterina,
ou antes, como neste caso. ABAO, 15 anos, primigesta,
internada em 17/02/12 com dor abdominal e vômitos
há 17 dias. Idade gestacional (IG) de 16 semanas/2 dias.
EF: regular estado geral, desidratada, PA: 145/77 mm Hg,
pulso 140/minuto, AU 25 cm, BCF; 144/minuto, colo im-
pérvio. Realizada US, solicitados βHCG, T3,T4,TSH, eletró-
litos, função renal, hepática, urina e RX tórax. Corrigido o
distúrbio hidro-eletrolítico, prescrito antiemético. US: IG
15 semanas e 6 dias, feto único, vivo, placenta espessada,
com áreas císticas. Ovários multicísticos, volume de 442
cc e 505 cc. Exames: βHCG >100.000 mUI/ml, anemia, T3 e
T4 elevados, TSH baixo. No 3º dia apresentou IRA, trans-
ferida para UTI, submetida à intubação orotraqueal. PA
160/100 mmHg, FC 150 bpm, mantida com suporte ven-
tilatório. Indicada interrupção da gestação com 200 mcg
de misoprostol via vaginal, após 4 horas expulsou feto
(120 g) e placenta com vesículas (620 g), curetagem ute-
rina após. AP confirmou MH. No dia seguinte apresentou
secreção espessa e fétida pela cânula orotraqueal, pres-
critos ceftriaxona, claritromicina e enoxaparina, mantida
com suporte ventilatório por mais 2 dias, evoluiu com PA
normal. Alta da UTI após 9 dias. βHCG negativo 3 meses
após o esvaziamento uterino.
Instituição:
Hospital Municipal Maternidade Escola de
Vila Nova Cachoeirinha Dr. Mário de Moraes Altenfelder
e Silva – SP
ASSOCIAÇÃO ENTRE MOLA HIDATIFORME
COMPLETA E RUPTURA DE CISTOS TECA-
LUTEÍNICOS OVARIANOS, COM ABDOME
AGUDO E PROGRESSÃO PARA NEOPLASIA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
Autores:
Braga Neto, A.R.; Obeica, B.; Moraes, A.; Marco-
lino, L.; Vasques, F.; Lozoya, C.
Sigla:
O104
OBJETIVO. Relatar caso de paciente com MHC e ruptu-
ra de cistos teca-luteínicos dos ovários, evoluindo com
hemoperitônio e NTG.RELATO DE CASO. Paciente CPF,
17 anos de idade, data da última menstruação: em 20 de
fevereiro de 2012, apresentou um sangramento vaginal
em 10 de junho de 2012. Ela foi submetida a ultrasso-
nografia, com diagnóstico de mola hidatiforme completa
– MHC com presença de cistos teca-luteinicos gigantes e
bilaterais . Ela foi encaminhada para Centro de Doenças
Trofoblásticas no Hospital Universitário Antônio Pedro
(Universidade Federal Fluminense) – CDT-HUAP/UFF, e
submetido à aspiração uterina em 11 junho de 2013, com
saída de 2 litros de material molar. No dia seguinte, ela
desenvolveu febre, taquicardia, dor abdominal com sinais
de irritação peritoneal. A ultrassonografia mostrou gran-
de quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal. A
laparotomia foi realizada, e revelou cistos teca-luteínicos
com numerosas áreas com sinais de ruptura e sangra-
mento ativo). Sutura do ovário foi realizada e o paciente
recuperou-se bem, com alta dois dias após laparotomia.
Durante o acompanhamento, os níveis de hCG diminuir
até julho de 2012, e, em seguida, começou a aumentar. A
ultrassonogfrafia já não mais mostrava cistos teca-luteíni-
cos, mas exibiu imagem compatível com a invasão mio-
metrial. A radiografia de tórax mostrou opacidades no-
dulares espalhadas no hemitórax esquerdo, confirmada
pela tomografia computadorizada de tórax. A paciente foi
diagnosticada neoplasia trofoblástica gestacional – NTG
III: 5. Em 2 de agosto de 2012, a paciente iniciou o trata-
mento com methotrexate com resgate do ácido folínico
(1/0,1 mg/kg), em um total de 4 ciclos, sem efeitos co-
laterais relatados; suficiente para determinar a remissão
da NTG em outubro de 2012. Após oito meses de alta
acompanhamento (junho de 2013), a paciente desconti-
nuou o anticoncepcional e engravidou. Conclusão. Cistos
teca-luteínicos podem ocorrer entre 40-70% das pacien-
tes com MHC e é um fator de risco para a ocorrência de
NTG. Apesar de rara, a ocorrência de ruptura e hemope-
ritônio deve ser suspeitada em casos de abdome agudo
em pacientes com essas alterações ovarianas.
Instituição:
Hospital Universitário Antonio Pedro – Rio
de Janeiro – RJ
TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO
PLACENTÁRIO – SÉRIE DE CASOS DO RIO DE
JANEIRO
Autores:
Braga Neto, A.R.; Obeica, B.; Rezende-Filho, J.;
Vasques, F.; Amim Júnior, J.; Vieira, B.
Sigla:
O105
Analisar o quadro clínico e tratamento de pacientes
com tumor trofoblástico de sítio placentário (TTSP).Mé-
todos. Análise retrospectiva e descritiva de prontuários
de pacientes com TTSP acompanhadas nos Centros de
Referência incluídos nesse estudo, acompanhadas entre
1959-2012.Resultados. Foram identificados 14 (1,1%)
casos de TTSP em 1.243 pacientes com neoplasia trofo-
1...,118,119,120,121,122,123,124,125,126,127 129,130,131,132,133,134,135,136,137,138,...209