ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 86

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
e 97 % apresentou índice de Apgar acima de 7 no primei-
ro minuto. Não observamos nenhuma malformação ne-
onatal. Conclusões Perfil: jovens, baixo nível educacional,
social e econômico, vítimas de violência doméstica, que
apresentam deficiência em manter vínculo, multiparida-
de, exibem padrão de consumo: POLIUSO, alta taxa de
evasão do pré-natal. A maioria dos partos das pacien-
tes que finalizaram a gestação longe das drogas foi por
via vaginal (a literatura reporta aumento de 4 vezes no
número de cesárias, nessa população), os RN com boa
vitalidade ao nascimento. Não foi possível inferir dados
sobre o desenvolvimento neuro-comportamental dos
recém-nascidos.
Instituição:
Amparo Maternal ACSC – São Paulo – SP
PARIDADE, ESTADO NUTRICIONAL E GANHO
DE PESO GESTACIONAL
Autores:
Paulino, D.S.M.; Peres, G.B.; Nascimento, S.L.;
Surita, F.G.
Sigla:
O010
Objetivos: Analisar a relação entre estado nutricional
pré-gestacional, ganho de peso gestacional e paridade
em puérperas do CAISM. Métodos: Estudo observacio-
nal controlado, com 290 puérperas, 130 primíparas e 160
com mais de um parto anterior. Foram avaliados o estado
nutricional pré-gestacional por meio do Índice de Massa
Corporal – IMC (kg/m²), ganho ponderal no período ges-
tacional e paridade. Análises de frequência, prevalência e
cruzamentos entre variáveis por meio dos testes t de Stu-
dent ou Mann-Whitney para variáveis contínuas e Qui-
-quadrado ou Exato de Fisher para variáveis categóricas
foram realizados. Utilizou-se o software Epiinfo e o nível
de significância assumido foi de 5%. Resultados: Houve
diferença na idade média de primíparas e multíparas
(24,99 ± 4,62 vs. 28,58 ± 5,41; p<0,001). No início do pré-
-natal, a maioria das primíparas era eutrófica (54,62%),
enquanto a maioria das multíparas encontrava-se com
sobrepeso ou obesidade (62,51%). As médias de peso
pré-gestacional (65,56 ± 14,11 vs.71,79 ± 16,71, p<0,001)
e do peso gestacional final (77,66 ± 13,96 vs. 82,45 ±
15,69 p<0,01) foram maiores nas multíparas. A média
de ganho de peso gestacional foi maior nas primíparas
(12,10 ± 5,25 vs. 10,66 ± 5,85 p= 0,030). Não houve di-
ferença de adequação de ganho ponderal por categorias
de IMC. Primíparas de baixo peso não apresentaram ga-
nho ponderal adequado, e metade das multíparas desta
categoria de IMC apresentou ganho ponderal adequado.
Conclusões: As multíparas apresentaram maior preva-
lência de inadequação do estado nutricional pré-ges-
tacional. O ganho de peso gestacional correlacionou-se
inversamente com a paridade. O estado nutricional pré-
-gestacional não exerceu influencia sobre a adequação
do ganho de peso. Este estudo reforça a importância da
orientação do ganho de peso gestacional independente
da paridade e IMC pré-gestacional, a relação da maior
paridade com maior peso pré-gestacional e o maior ga-
nho ponderal entre primíparas, apontam para provável
retenção de peso após cada parto, aumentando o risco
de obesidade e co-morbidades futuras. Estratégias para
mudar esse panorama e o aumento da obesidade entre
as mulheres são necessárias.
Instituição:
Departamento de Tocoginecologia – Facul-
dade de Ciências Médicas – Universidade Estadual de
Campinas. Hospital Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti –
Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM)
– Campinas – SP
VIVÊNCIAS EMOCIONAIS DE MULHERES
OBESAS COM PESO ADEQUADO DURANTE
A GESTAÇÃO – UM ESTUDO CLÍNICO
QUALITATIVO
Autores:
Faria, D.B.; Surita, F.G.; Vieira, C.M.; Turato, E.R.
Sigla:
O011
Objetivo: Compreender vivências emocionais de mulhe-
res obesas com sucesso na adequação de peso durante
acompanhamento pré-natal em serviço obstétrico de re-
ferência. Métodos: Desenho clínico-qualitativo, com fun-
damentos psicanalíticos. Amostra de sujeitos concluída
pelo critério de saturação de informações, com entrevista
semidirigida de questões abertas. Entrevistas realizadas
no ambulatório de pré-natal especializado do CAISM/
Unicamp. A técnica de tratamento de dados inclui: trans-
crição na íntegra das entrevistas; leituras flutuantes para
desvelar núcleos de sentidos; categorização em tópicos
para discussão; e análise qualitativa de conteúdo. Resul-
tados: Discutiram-se categorias teóricas que emergiram
dos núcleos de sentido encontrados no conjunto das 13
entrevistas analisadas: 1) Medo como potencializador de
mudança: a possibilidade de se sentirem culpadas por
causarem algum problema ao bebê ou a si própria, mo-
biliza mudanças no hábito alimentar e cuidados com a
saúde. 2) O corpo começa a ser pensado: as mulheres
associaram a obesidade a um estado psicológico, como:
ansiedade. Percebem que a vontade de ingerir/mastigar
está ligada às emoções. 3) Desafio da dieta-independên-
cia ou morte: adotar novos hábitos alimentares e per-
ceberem-se controlando o peso, possibilita sentirem-se
vitoriosas e transformadas. Concomitantemente, o his-
tórico de insucessos e estados mentais colocam desafio
diário para essas mulheres. 4) O discurso pronto: o diá-
logo objetivo com os diferentes profissionais da equipe
favorece que o discurso da paciente revele mais seu co-
nhecimento sobre o tema do que sua experiência. 5) Re-
lação com a equipe de saúde: os profissionais que fazem
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