ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 84

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OBSTETRÍCIA
ANAIS
ro grupo é representado pelas mulheres menores de 19
anos (660 ou 19%), o segundo com o restante das mu-
lheres (2825 ou 81%) (Gráfico 1). Em seguida considera-
mos apenas as menores de 19 anos que tiveram parto via
vaginal (538 ou 81,52%) para análise e traçamos seu per-
fil de acordo com sua paridade, tendo como resultados
78% primigestas, 19% secundigestas, 2% tercigestas e
por fim 1% quartigestas (Gráfico 2). Nossa próxima aná-
lise envolveu minunciosa avaliação perineal relacionada
às lesões teciduais. Em 83 pacientes (16%) dos casos foi
avaliado períneo como íntegro, 138 (26%) lacerações de
primeiro grau, 45 (9%) de lacerações de segundo grau, e
em 260 (49%) dos casos foi indicada episiotomia (Gráfico
3). Entre as 260 episotomias foi avaliado o perfil epide-
miológico das parturientes e constatou-se que tratava-se
de 238 (91,54%) de primigestas e 19 (7,31%) multíparas
(Gráfico 4).
CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico dos
partos em adolescentes do HESAP chama a atenção o
fato que 1 em cada 5 parturientes é adolescente. Outro
fato encontrado é que a taxa de episiotomias em adoles-
centes do HESAP é de 49%, quando comparado com os
estudos Klein-93,7% Argentine Episiotomy Trial- 82,6%
Eltorkey e Nuaim-83,0% e Dannecker 76,7% encontra-se
abaixo da média. Podemos concluir que a maternidade
do HESAP, com sua equipe multiprofissional e alguns
fatos de humanização como acompanhante na sala de
parto, liberdade de escolha de posição, uso de métodos
não-farmacológicos para alivio da dor (bola, banho, mas-
sagem) contribuiu para o menor trauma perineal.
Instituição:
Hospital Estadual de Sapopemba – SP
INSERÇÃO DE DIU DURANTE A CESÁREA
COMO JANELA DE OPORTUNIDADE PARA
ANTICONCEPÇÃO EFETIVA: ESTUDO
DE COORTE PROSPECTIVO EM UMA
MATERNIDADE PÚBLICA BRASILEIRA
Autores:
Zaconeta, A.C.M.; Santoro, T.M.S.; Oliveira, A.C.;
Wanderley, M.S.; Motta, L.D.C.; Casulari, L.A.
Sigla:
O006
OBJETIVOS: No puerpério, o Dispositivo Intrauterino
(DIU) habitualmente é inserido seis semanas após o par-
to. Retornar ao hospital nessa fase pode ser inconvenien-
te para as mulheres e requer uma logística institucional.
Se a inserção de DIU durante a cesárea se mostrar segura
e efetiva, o momento da cirurgia pode ser uma janela de
oportunidade para a oferta de contracepção duradoura.
Os objetivos do presente estudo são: a) determinar a taxa
de permanência do DIU seis semanas e seis meses após
a sua inserção durante a cesárea e b) determinar a taxa
de perfuração e infecção associadas ao procedimento.
MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo. No período de
20/02/12 a 12/06/13, o DIU TCu-380A foi oferecido no
momento da indicação da cesárea e inserido logo após
a extração placentária em 100 mulheres atendidas em
uma maternidade pública. Foi realizada avaliação clínica
e ecográfica após seis semanas e seis meses. Critérios de
inclusão: maioridade e indicação obstétrica de cesárea.
Critérios de exclusão: Idade gestacional 12 horas, exame
físico sugestivo de vaginite ou cervicite, risco aumentado
para doenças sexualmente transmissíveis e antecedente
de dismenorréia intensa ou menorragia antes da gesta-
ção. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade de Brasília. RESULTADOS: Avaliação com
seis semanas: houve 05 expulsões, 04 remoções (2 por
sangramento, 1 por endometrite e 1 por desejo da pa-
ciente) e 1 perda de seguimento. Portanto, das 99 mu-
lheres que completaram o acompanhamento, 90 (91%)
permaneceram com o DIU in situ. Avaliação com seis
meses: houve mais 3 expulsões, 4 remoções (todas por
sangramento) e 3 perdas de seguimento. Portanto, das 96
mulheres que completaram o acompanhamento 80 (83%)
permaneceram com o DIU in situ. Houve dois casos de
endometrite (2,1%), um dos quais foi tratado sem retirar
o DIU. Não houve nenhuma perfuração uterina. CONCLU-
SÃO: A inserção do DIU durante a cesárea mostrou ser
estratégia exequível e segura em uma maternidade públi-
ca, com alto índice de permanência após seis semanas e
persistência do benefício seis meses após o parto.
Instituição:
Hospital Universitário de Brasília – Universi-
dade de Brasília – Brasília – DF
OS BRASILEIROS PREFEREM O PARTO
CESÁREA? UMA ENQUETE POPULACIONAL –
RESULTADOS PRELIMINARES
Autores:
Torloni, M.R.; Reiter, M.; Riera, R.; Daher, S.; Be-
trán, A.P.
Sigla:
O007
Objetivos: Este estudo avaliou a preferência da sociedade
brasileira em relação ao parto cesáreo (PC) e possíveis
motivos envolvidos nesta escolha. O Brasil se destaca por
ser um dos países com maiores taxas de PC no mundo.
Esta tendência seria decorrente do aumento de PC sem
indicação médica. A preferência dos brasileiros pelo PC
é citada como um dos fatores que estaria contribuindo
para estas taxas, porém existem poucos dados nacionais
sobre as preferências da população geral em relação à
via de parto. Métodos: Pesquisa de opinião pública reali-
zada em 2013, por profissionais treinados (IBOPE) envol-
vendo 2002 participantes em todo o território nacional.
A amostra foi representativa da população, segundo o
último censo. As entrevistas foram domiciliares usando
um questionário desenvolvido pelos pesquisadores para
avaliar a opinião dos brasileiros em relação à preferên-
cia pela via de parto e fatores envolvidos nesta escolha.
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