ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 32

191
GINECOLOGIA
ANAIS
Objetivos: Avaliar a acurácia do ultrassom transvaginal com
preparo de cólon no diagnóstico da endometriose profun-
da, considerado o resultado cirúrgico como padrão ouro.
Desenho: estudo retrospectivo das 63 mulheres com endo-
metriose profunda. Materiais e métodos: Foram seleciona-
das todas as mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico
no período de julho de 2008 até janeiro de 2013. Todas
haviam realizado um ultrassom transvaginal com preparo
intestinal prévio a cirurgia. Para avaliar a acurácia do ul-
trassom no diagnóstico de endometriose profunda foram
calculadas a sensibilidade, especificidade, valor preditivo
positivo e negativo (VPP e VPN). Resultados: As mulheres
tinham idade 35±6,7 anos, 51% delas eram nuligestas, 81%
queixavam-se de dor pélvica crônica e 35% infertilidade.
O ultrassom apresentou sensibilidade de 84%, especifici-
dade 50%, valor preditivo positivo 75% e valor preditivo
negativo de 65% para diagnóstico de endometriose pro-
funda. A sensibilidade, especificidade, VPP e VPN para o
diagnóstico de endometriose ovariana foram de 76,5%,
77%, 70,5%, 82% e adenomiose de 81%, 80%, 59%, 92%
respectivamente. Conclusão: O ultrassom teve alta acúracia
no diagnóstico de endometriose profunda, ovariana e ade-
nomiose, mostrando as vantagens em investir em capaci-
tação de ecografistas para tal diagnóstico levando a redu-
ção de procedimentos cirúrgicos na suspeita diagnóstica.
Instituição:
Universidade Estadual de Campinas –
Campinas – SP
ENDOMETRIOSE UMBILICAL SEM CIRURGIA
PÉLVICA PRÉVIA: RELATO DE DOIS CASOS.
Autores:
Schultz, C.; Castro, R.M.; Brito, L.X.B.A.; Schultz,
A.J.; Bauer, L.M.; Barbosa, L.R.
Sigla:
G070
A endometriose é estrogênio-dependente associada a
dor pélvica e infertilidade. Acomete 10% das mulheres em
idade reprodutiva. As etiologias são fluxo menstrual retró-
grado, transformação metaplásica ou mesmo deposição
iatrogênica em procedimentos cirúrgicos. A endometrio-
se umbilical ocorre em 0.5 a 1% dos casos como doença
primária em pacientes sem cirurgias prévias. Dessa forma,
postulam-se novas hipóteses etiopatogênicas, como as
que envolvem particularidades imunológicas e inflama-
tórias do microambiente pélvico-peritonial e o transpor-
te vascular e linfático de células endometriais. Objetivo:
A descrição de endometriose umbilical, em pacientes no
menacme, sem cirurgias pélvicas prévias através do caso
de 2 pacientes de 26 e 29 anos, nulíparas, com disme-
norréia, dispareunia, ciclos irregulares e sangramento um-
bilical no período menstrual. No exame físico tumoração
endurecida azulada na região umbilical uma em torno de
0,5 cm e na outra de 0, 8 cm. O ultra-som evidenciou ima-
gens hipoecogênicas sugestivas de endometriose. Exérese
do nódulo íntegro. À patologia estruturas glanduliformes
endometriais típicas, cercada por estroma denso, tecido fi-
broso com hemossiderose focal. Firmou-se endometriose.
Evoluíram com melhora do sangramento umbilical com
alta ambulatorial após um ano. Conclusão: A presença de
focos fora da cavidade pélvica e na ausência de cirurgias
prévias não encontram respaldo na etiopatogenia clássica.
No caso da endometriose umbilical primária, por não ha-
ver associação com a manipulação endometrial ou conta-
to direto com o fluxo menstrual retrógrado, ganham des-
taque teorias que contemplam alterações imunológicas e
do microambiente pélvico. Trabalhos atuais reportaram a
presença de tecido endometrial na rede linfática perium-
bilical e pélvica. Assim, acreditamos que as teorias fazem
parte de um único e enigmático processo etiopatogênico,
em que mecanismos interagem podem se manifestar em
vários locais e de maneira efêmera. Devemos atentar para
a possibilidade de endometriose umbilical na presença de
nodulações ou sangramento umbilicais, ainda que não
exista relato de cirurgia pélvica com manipulação endo-
metrial. O tratamento é a excisão cirúrgica.
Instituição:
Hospital São José do Avaí – Itaperuna – RJ
ESCORE DE RISCO DE FRAMINGHAM EM
MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS
POLICÍSTICOS
Sigla:
G071
Autores:
Santos, A.G.P.; Pigari, V.G.; Silveira, L.V.A.; Matsu-
bara, B.B.; Moura, R.; Pontes, A.
Objetivo: Avaliar o risco de Framingham em mulheres com
SOP. Pacientes e método: Foram analisados os dados clí-
nicos, bioquímicos e ultrassonográficos de mulheres com
idade entre 18-40 anos com e sem diagnóstico de SOP,
do HC-FMB no período de 1997 a 2010. Para verificar o
risco de primeiro evento coronariano em dez anos, foi uti-
lizado o escore de risco de Framingham (ERF), modificado
pelo NCEP-ATPIII, 2002. O teste do qui-quadrado, o tes-
te exato de Fisher e análises de regressão logística multi-
variada corrigidas para idade e índice de massa corporal
(IMC), foram empregados nas análises estatísticas e o nível
de significância considerado foi de 5%. Resultados: Foram
identificadas 267 mulheres com SOP e 190 sem SOP se-
guidas no período de um a 13 anos. A mediana de idade
foi de 25 anos (SOP) e de 29,5 (não SOP) (p<0,0001). As
pacientes com SOP apresentaram maior prevalência de
obesidade (p=0,017), circunferência da cintura (p= 0,012),
hipertensão arterial sistêmica (p=0,047), intolerância à gli-
cose (p=0,027), Diabetes mellitus do tipo 2 (p=0,007), hi-
percolesterolemia (p=0,005) e hipertrigliceridemia (0,002)
em relação às não SOP. As pacientes com SOP apresen-
taram uma prevalência de 7,5% de ERF alto contra 1,3%
nas não SOP (p=0,008), e a análise de regressão logística
multivariada mostrou uma chance cinco vezes maior de
evento coronariano quando se comparou às não SOP (OR
1...,22,23,24,25,26,27,28,29,30,31 33,34,35,36,37,38,39,40,41,42,...209