XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
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GINECOLOGIA
ca e progressiva, a endometriose provoca sintomas que
prejudicam a vida diária das mulheres que sofrem desta
condição dolorosa, especialmente no que diz respeito ao
trabalho, a questão financeira e a perda de habilidade
para desempenhar suas atribuições. Pensando neste ce-
nário, nosso objetivo foi investigar como a endometriose
podia interferir na capacidade funcional de desempe-
nhar funções trabalhistas das mulheres acometidas por
dor crônica. Métodos: Foram selecionadas mulheres com
diagnóstico de endometriose através de comprovação
cirúrgica propedêutica (videolaparoscopia diagnóstica e
cirúrgica) e em seguimento assíduo há no mínimo seis
meses no ambulatório de dor pélvica crônica. O estudo
teve caráter qualitativo baseado em entrevistas com gru-
pos focais, onde as mulheres expunham, coletivamente,
suas experiências de dor. As interpretações dos dados
obtidos, através das transcrições, tiveram como referen-
cial a Teoria Fundamentada nos Dados qual compreende
a realidade a partir do conhecimento da percepção ou
significado que certo contexto ou objeto tem para a pes-
soa. Resultados: A análise das transcrições, obtidas atra-
vés da gravação das entrevistas, revelaram quatro temas
emergentes, em outras palavras, que surgiram durante as
sessões de discussão, relacionados com o impacto social
da dor em mulheres afetadas pela endometriose, den-
tre eles a questão relacionada ao trabalho (capacidade
funcional) foi a que trouxe grande repercussão entre as
mulheres durante os grupos focais. Conclusão: Nossos
resultados mostraram que as mulheres tinham insegu-
rança para desenvolver suas atribuições, inferioridade
perante os colegas de trabalho devido a perda ou dimi-
nuição das habilidades funcionais, e muitas vezes a culpa
e a tristeza decorrentes da dependência financeira de um
membro da família.
Instituição:
Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo – Ribeirão Preto – SP
LEIOMIOSSARCOMA COM CARCINOMATOSE
Autores:
Gualtieri, F.G.; Loreto, T.M.; Kuster, M.G.B.; Porto,
C.A.M.; Feldner Junior, P.C.
Sigla:
G087
INTRODUÇÃO: Leiomiossarcoma uterino (LMS) é uma
neoplasia maligna rara, agressiva, de prognóstico des-
favorável. Dentre os fatores de risco estão obesidade,
nuliparidade e uso prolongado de terapia hormonal. É
responsável por 1% dos cânceres uterinos, de incidência
estimada em 0,4:100000, com pico na 4ª e 5ª décadas. A
taxa de recidiva é superior a 50% em 2 anos, com metás-
tases principalmente por via hematogênica em pulmões
e fígado. Menos de 40% apresentam sobrevida maior
que 5 anos. DESCRIÇÃO DO CASO: RROGS, 34 anos, ter-
cigesta, uso de anticoncepcional oral por 10 anos. Refere
massa em fossa ilíaca esquerda, endurecida e indolor,
com início em 07/2011. À ultrassonografia transvaginal,
miomatose uterina. Realizada cirurgia em 16/12/2011 e
diagnosticado em exame de congelação LMS e carci-
nomatose peritoneal no inventário da cavidade, proce-
dendo-se histerectomia total e salpingectomia bilateral,
com exérese de todos os implantes. Quimioterapia ad-
juvante por 6 ciclos. Manteve seguimento com oncolo-
gia e oncoginecologia. Em 02/2014, notou aumento do
volume abdominal, indolor, com forte dor em faixa, ir-
radiada para flancos. Identificada massa sólida de 20cm
abdominopelvica, confirmada por exame de imagem.
Decidido por laparotomia exploradora em 30/04/2014,
com exérese de toda a massa e de inúmeros implantes,
e enterectomia, não sendo possível citorredução ótima
(extrapolando o conceito de cirurgias ovarianas) devido
sangramento intenso, sendo necessário uso de droga
vasoativa e hemoderivados, ocorrendo hipotermia du-
rante procedimento. RELEVÂNCIA: Caso de câncer ute-
rino raro de apresentação e evolução atípicas. Paciente
fora da faixa etária de incidência, sem os fatores de ris-
co conhecidos, com disseminação através de implantes
peritoneais, recidiva em período superior a dois anos,
apresentação atípica da massa em cirurgia e citorredu-
ção subótima. COMENTÁRIOS: LMS e sua disseminação
são objetos de estudo pela alta taxa de recidiva e de
sobrevida baixa. Uma opção de terapia adjuvante seria
radioterapia pélvica, mas paciente apresentava carcino-
matose com disseminação ao diagnóstico. A investiga-
ção etiológica e das vias de disseminação colaboraria
para melhor prognóstico.
Instituição:
Departamento de Ginecologia da Universi-
dade Federal de São Paulo – UNIFESP – SP
LEIOMIOSSARCOMA NO MENACME
Autores:
Pereira, N.F.G.; Izique, R.; Moura, K.F.Q.; Chazan,
F.; Bonduki, C.E.; Gomes, M.T.V.
Sigla:
G088
Introdução: Sarcomas uterinos são tumores raros, res-
ponsáveis por cerca de 3% dos tumores malignos uteri-
nos e 1 % de todas as neoplasias malignas ginecológi-
cas. Afetam mulheres entre 40 e 60 anos, sendo a raça
negra mais atingida. São classificados em: Neoplasias
mistas (epiteliais e mesenquimais), leiomiossarcomas
e sarcomas endometriais. O quadro clínico geralmente
é caracterizado por alterações menstruais do tipo hi-
permenorragia e metrorragia, associado ou não à dor
pélvica. Frequentemente é possível palpar uma tumo-
ração abdminopélvico. Objetivo: Relatar um caso raro
na literatura médica e seu aparecimento em uma mu-
lher na pré menopausa. Relato de Caso: M.M.P., 28 anos,
branca, sangramento vaginal em grande quantidade
há 1 dia. Apresentava ciclos menstruais irregulares há
cerca de 1 ano, com aumento de fluxo e dismenorréia
