ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 46

205
GINECOLOGIA
ANAIS
ultrassom que mostrava útero miomatoso e ao exame: vi-
sualizados colo epitelizado, com sangramento intenso, e
haste do DIU saindo por orifício a cerca de 1 cm do orifício
externo do colo, sugerindo fístula/falso pertuito para a va-
gina. Diagnosticada perfuração cervical do DIU, paciente
interna para histerectomia e retirada do DIU. Evoluiu com
infecção de ferida operatória após o procedimento, sendo
submetida a antibioticoterapia e ressutura após. O exa-
me patologico revelou salpingite do anexo retirado com o
útero. CONCLUSÃO: A perfuração cervical pelo DIU, mais
de uma década após a sua inserção é rara; e esta pode
ter causado um quadro de complicação infecciosa. Após
revisão de literatura acerca das complicações dos DIUs,
usamos nosso caso para destacar alguns pontos, como:
fatores de risco para perfuração e contra-indicações do
uso dos DIU; manejo das perfurações; importância do se-
guimento adequado dos DIUs ambulatorialmente, visto
que boa parte das perfurações é diagnosticada pela perda
da cauda do DIU, e apesar da maioria ocorrer logo após a
inserção, nosso relato exemplifica uma usuária com perfu-
ração anos após iniciar o uso.
Instituição:
Centro de Atenção Integral a Saúde da Mu-
lher – UNICAMP – Campinas – SP
PNEUMOTÓRAX CATAMENIAL:
UM RELATO DE CASO
Autores:
Schultz, C.; Brito, L.X.B.A.; Brito, B.B.A.; Barbosa,
T.R.; Schultz, A.J.; Barbosa, L.R.
Sigla:
G104
O pneumotórax catamenial é uma complicação pleural da
endometriose. É raro e acomete mulheres em idade fértil.
O diagnóstico geralmente é tardio e há um espectro de
achados à exploração cirúrgica que variam desde ausência
de lesões até fenestrações diafragmáticas com implantes
endometriais. Objetivo é atentar para o tratamento ime-
diato devido aos danos irreversíveis e até mesmo óbito.
A descrição a seguir refere a paciente com 35 anos com
história de pneumotórax espontâneo de repetição. O pri-
meiro episódio ocorreu com quadro de tosse, dor toráci-
ca e dispnéia. Realizado toracostomia e drenagem pleural
fechada, com débito de líquido hemorrágico 500 ml e ar.
Evoluiu com expansão pulmonar completa. Após 1 mês
houve recidiva. Radiografia de tórax com sinal de pneu-
motórax nível hidroaéreo até o terço inferior. Feito nova
toracostomia e indicado toracotomia exploradora. O ato
operatório evidenciou líquido pleural hemorrágico, acas-
tanhado, semelhante ao sangramento menstrual, implan-
tes em fenestrações diafragmáticas, em pleura parietal e
visceral, de característica vermelho púrpura, sugestivos de
focos endometriais. Realizado biópsia diafragmática e dos
outros implantes que revelaram estroma endometrial com
células estromais volumosas envolto por macrófagos con-
tendo hemossiderina, confirmando endometriose. Sub-
metida a pleurodese mecânica. Atualmente em controle
clínico-ginecológico ambulatorial. Conclusão: representa
cerca de 3-6% dos casos de pneumotórax espontâneos
na população feminina, associando-se com endometriose
pélvica 20% a 40% dos casos. Tipicamente ocorre nas 72h
que antecedem ou sucedem a menstruação. A idade mé-
dia de apresentação é de 34 anos, com uma média de cin-
co episódios de pneumotórax previamente ao diagnóstico
correto. O lado direito é o acometido na maioria dos casos
(91,7%) devido à maior concentração de fenestrações dia-
fragmáticas. Nos casos de endometriose diafragmática, a
preferência pela direita pode ser explicada pelo fluxo de
líquido peritoneal no sentido horário. O pneumotórax ca-
tamenial deve ser considerado como hipótese diagnóstica
etiológica nos casos de pneumotórax espontâneo de repe-
tição em mulheres jovens em idade fértil.
Instituição:
Hospital São José do Avaí – Itaperuna – RJ
POLIMORFISMOS DA P53 EM MULHERES
COM E SEM EXPRESSÃO DE RNAM E6/E7 DE
PAPILOMAVÍRUS HUMANO
Autores:
Chuery, A.C.S.; Silva, I.D.C.G.; Speck, N.M.G.; Ri-
balta, J.L.C.
Sigla:
G105
Objetivo: Avaliar a associação entre a presença de polimorfis-
mos da p53 e a expressão do RNAm E6/E7 de Papilomavírus
humano (HPV). Métodos: estudo de corte transversal que
analisou 175 amostras de secreção endocervical de mulhe-
res de 16 a 69 anos de idade (média etária de 34 anos), que
realizaram teste RNAm E6/E7 de HPV. Do total, 127 tinham
captura híbrida (CH) para HPV de alto risco positiva, das
quais 75 apresentavam teste E6/E7 positivo (grupo positivo)
e 52, teste E6/E7 negativo (grupo negativo). As 48 amostras
restantes apresentavam teste E6/E7 negativo e CH para HPV
de alto risco negativa, sendo consideradas grupo contro-
le. Foram estudados os polimorfismos da p53 nos códons
11,72 e 248, por meio da técnica de PCR-RFLP (Restriction
Fragment Lenght Polymorphism). Para análise estatística,
utilizou-se o teste qui-quadrado ou Exato de Fisher, consi-
derando o valor de p<0,05 como diferença estatisticamente
significante. Resultados: para o polimorfismo do códon 72,
o genótipo Arginina/Arginina (Arg/Arg) foi observado em
49,3% no grupo positivo, 32,7% no negativo e 20,8% no
controle (positivo vs. controle: p=0,0004). Analisando a fre-
quência alélica, encontrou-se alelo Arg em 67,3% no grupo
positivo, 53,8% no negativo e 38,5% no controle, enquanto
que o alelo Prolina (Pro) foi observado em 32,7%, 46,1% e
61,5%, respectivamente (p<0,001). A odds ratio da mulher
com genótipo Arg/Arg apresentar teste E6/E7 positivo em
comparação ao grupo controle foi de 4,52 (intervalo de con-
fiança 95%: 1,92-10,66; p<0,001). Não houve diferença entre
os grupos com relação aos genótipos ou frequência alélica
para os polimorfismos dos códons 11 e 248. Analisando por
1...,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45 47,48,49,50,51,52,53,54,55,56,...209