ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 40

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GINECOLOGIA
ANAIS
moderada. Secundigesta, secundípara. Ao exame físi-
co apresentava-se em regular estado geral, descorada
2+/4+. Abdome: massa palpável até cicatriz umbilical.
Ao exame especular: moderada quantidade de san-
gue coletado em fundo de saco posterior. Toque vagi-
nal: útero aumentado, compatível com gestação de 18
semanas. Realizado ultrassonografia transvaginal que
identificou útero com volume de 831,6cm3 e nódulos
intramurais. Optado por realização de histerectomia
total abdominal. No intraoperatório identificado útero
de dimensões aumentadas, amolecido, sem nódulos
palpáveis. Relatório de congelação: neoplasia muscular
lisa. O quadro histológico sugere leiomioma. Paciente
evoluiu bem e recebeu alta 3 dias após o procedimento.
No retorno ambulatorial, anatomopatológico revelou
massa volumosa, pediculada, com áreas de hialinização
e de transformação mixóide. Encaminhada ao ambula-
tório de ginecologia oncológica para seguimento. Dis-
cussão: Na maioria das vezes os sintomas são similares
aos dos leiomiomas. Não raro, o diagnóstico de sarco-
ma uterino é feito somente no anatomapatológico de
peça cirúrgica de histerectomia, com diagnóstico clínico
prévio de leiomioma uterino. O caso clínico apresenta-
do comprova tal afirmação. Por isso, é necessário que
todo nódulo miomatoso de crescimento rápido, espe-
cialmente na pós menopausa seja investigado.
Instituição:
Universidade Federal de São Paulo – SP
LIQUEN ESCLEROSO ANOGENITAL
Autores:
Olmos, R.O.; Almeida, M.A.P.V.A.; Cardial,
M.F.T.C.; Fernandes, C.E.F.; Almeida, C.M.A.
Sigla:
G089
Introdução: O líquen escleroso é uma dermatose infla-
matória crônica com predileção pela área vulvar e pe-
rianal. Predomina no sexo feminino (10:1), sendo que o
acometimento anogenital tem pico máximo de incidên-
cia em crianças de 1 a 13 anos e em mulheres adultas
em torno dos 50 anos. Descrição do caso: I.A.C., sete
anos, sexo feminino, branca, natural e procedente de São
Bernardo do Campo (SBC), estudante do ensino primá-
rio, católica. Encaminhada devido a quadro de lesão em
região perineal há três anos, caráter intermitente, com
sangramento vivo esporádico associado à dificuldade
para evacuar. Referia prurido vulvar e em toda a região
perineal. Ao exame físico, área de hipocromia na região
dos grandes lábios, em regiões perineal e perianal, com
liquenificação; presença de fissuras perianais, plicoma e
clitóris discretamente edemaciado. Estabelecido diag-
nóstico clínico de líquen escleroso e iniciado tratamento
com corticosteróide tópico. Relevância: O liquen esclero-
so tem sua importância por acarretar piora da qualidade
de vida das pacientes acometidas, por sua relação com
carcinoma espinocelular e por ser comumente confundi-
do com abuso sexual em crianças. Comentários: O líquen
escleroso é uma doença inflamatória crônica com etio-
logia desconhecida, sendo mais provável a auto-imune,
já que é freqüente sua associação com alopecia areata,
vitiligo e tireoidopatias. Além da região anogenital, pode
acometer também a nuca, ombros, região lombossacra,
periumbilical, axilar e mucosa oral. Quando não genital,
geralmente é assintomático e, quando vulvar, apresenta
como principal sintoma o prurido. Pode ocorrer disúria,
dispareunia, perda da anatomia da região genital com
apagamento dos pequenos lábios e clitóris, e nas crian-
ças é comumente confundido com abuso sexual devido
ao quadro clínico que frequentemente se acompanha de
hiperemia vulvar e fissuras anais, decorrentes da coçadu-
ra. Há relação estabelecida com carcinoma espinocelular,
sobretudo em pacientes na pós menopausa. O diagnós-
tico é clinico e histopatológico. O tratamento é feito com
corticosteróides tópicos e, em alguns casos, agentes
imunomoduladores tópicos (tacrolimus, pimecrolimus).
Instituição:
Faculdade de Medicina do ABC Paulista –
Santo André – SP
MALFORMAÇÃO MÜLLERIANA RARA: SEPTO
UTERINO, DUPLICAÇÃO CERVICAL
E SEPTO VAGINAL
Autores:
Gonçalves, F.R.B.; Lopes, G.M.; Berteges, C.M.F.C.;
Alvim, M.R.; Barros, C.F.; Silveira, F.A.
Sigla:
G091
INTRODUÇÃO: Estima-se que as anomalias congênitas da
vagina, colo e útero ocorram entre um a seis por cento.
O septo uterino é a malformação uterina congênita mais
comum, porém apenas 14% apresentam septo uterino e
cervical completos. Ainda mais rara é associação da ocor-
rência de septo vaginal longitudinal (BADALOTTI et al,
2007). Durante a embriogênese do sexo feminino, ocorre
a fusão dos ductos paramesonéfricos (de Müller) e a rea-
bsorção unidirecional do septo, no sentido caudal para a
cranial, formando um lúmen único- o canal uterovaginal.
No entanto, uma teoria alternativa propõe que os duc-
tos de Müller iniciem sua fusão no seu segmento médio
prosseguindo simultaneamente em ambas as direções.
Neste sentido, a malformação rara descrita seria expli-
cada pela inexistência de fusão desses ductos na porção
caudal com direção cefálica e reabsorção septal parcial
(GOMES et al, 2008 e BAGNOLI et al, 2010). RELATO DE
CASO: Paciente, 23 anos, casada, nuligesta, em uso de an-
ticoncepcional oral, menarca aos 12 anos, fluxo menstrual
de médio volume com leve dismenorreia, procurou o am-
bulatório de ginecologia devido dispareunia intensa. Ao
exame ginecológico, apresentava genitália externa nor-
mal, sendo visualizado ao exame especular, septo antero-
-posterior nos dois terços superiores da vagina com dois
colos aparentes nos lados esquerdo e direito. Ao toque:
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...209