ANAIS - XIX CONGRESSO PAULISTA DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA - page 37

XIX
Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia
196
GINECOLOGIA
endometriose. Métodos: Estudo de corte transversal com
inclusão de 50 mulheres com diagnóstico cirúrgico de
endometriose divididas em grupo 1: endometriose sem
dor há pelo menos 30 dias (n=25) e grupo 2: endome-
triose com dor (n=25). Avaliou-se idade, intensidade da
dor (escala visual analógica – EVA), uso de medicamentos
e a função sexual por meio do Índice de Função Sexual
Feminina (IFSF), que contém domínios desejo, excitação,
lubrificação, orgasmo, satisfação e dispareunia. Escore
total. Resultados: A média de idade para os grupos 1 e 2
foi respectivamente 36,83±6,04 anos e 35,00±5,52 anos
(p Conclusões: Os dois grupos de mulheres com endo-
metriose apresentavam disfunção sexual. A presença de
dor pela endometriose acentua este perfil, o que indica
que o tratamento da dor pode apresentar impacto posi-
tivo na queixa álgica e em outras manifestações, incluin-
do a função sexual.
Instituição:
Universidade Estadual de Campinas –
Campinas – SP
GENISTEÍNA IMPLICA EM MENOR
RISCO DE CÂNCER DE ENDOMETRIO
DO QUE ESTROGÊNIO EM RATAS
OVARIECTOMIZADAS
Autores:
Carbonel, A.A.F.; Santos, M.A.; Sasso, G.R.S.; Si-
mões, R.S.; Baracat, M.C.P.; Soares Júnior, J.M.
Sigla:
G082
Objetivo: Avaliamos se o tratamento genisteína ou 17β-
estradiol teria o mesmo efeito quando realizado de ime-
diato ou tardiamente em ratas induzidas à menopausa
por ovariectomia. Métodos: Sessenta ratas fêmeas adul-
tas foram divididos em seis grupos tratados: GI:veículo
imediatamente após a ooforectomia; GII: veículo 30 dias
após a ovariectomia; GIII: genisteína (50mg/kg) por gava-
gem imediatamente após a ovariectomia; GIV: genisteína
(50mg/kg) por gavagem 30 dias após a ovariectomia; GV:
estrogénio (17β – estradiol, 10μg/Kg) por via subcutânea
imediatamente após a ovariectomia; GVI: estrogénio (17β
– estradiol; 10μg/Kg ) por via subcutânea 30 dias após a
ovariectomia. Todos os animais foram tratados durante 30
dias consecutivos. No final do tratamento parte do útero
foi removido e imediatamente imerso em nitrogênio líqui-
do para avaliar os receptores de estrogênio (Esr1, Esr2 ), de
proliferação celular (Ccna1, Ccna2, Ccnd1, Cdkn1a, Cdkn1b,
Cdkn2a, Ccne1, Ccne2, Mki67) e angiogênese (Vegf). Outra
parte foi imerso em formoldeído a 10% para os estudos
histológicos subseqüentes de Ki-67 e VEGF-a. Resultados:
Os dados morfológicos mostraram que os grupos tratados
tardiamente com 17β-estradiol ou genisteína apresentou
endométrio mais desenvolvido do que um tratado imedia-
tamente após a ooforectomia (p<0,05). Percebemos uma
maior porcentagem de proliferação celular (Ki-67) em gru-
pos onde o início de tratamento com 17 β-estradiol ou ge-
nisteína foi tardiamente. O mesmo foi observado quanto
a umuno marcação do VEGF-a (p<0,05). A expressão dos
genes dos receptores de estrogênio, proliferação celular
e vascularização foi mais elevado quando os animais fo-
ram tratados tardiamente com 17- β estradiol. A expressão
dos genes nos grupos tratados com genisteína foi menor.
Conclusão: A genisteína tem menor risco de câncer em
comparação com o 17β- estradiol e esse risco é maior se
o tratamento for iniciado tardiamente com 17β-estradiol.
Instituição:
Universidade de São Paulo – FMUSP / Uni-
versidade Federal de São Paulo – UNIFESP – SP
ICTIOSE UTERINA: UM RELATO DE CASO E
REVISÃO DA LITERATURA
Autores:
Soares, M.C.C.; Lasmar, R.B.; Rodrigues, F.R.; Bra-
gança, K.L.; Meletti, N.F.T.; Freitas, I.S.
Sigla:
G083
Ictiose uterina é uma rara condição em que toda a su-
perfície do endométrio é substituída por epitélio escamo-
so estratificado queratinizado, representando, portanto,
uma extensa metaplasia escamosa do endométrio. Em-
bora a ictiose uterina seja considerada uma modificação
benigna, a associação com alterações anaplásicas e dis-
plásicas tem sido reportada na literatura. R.P.F, sexo fe-
minino, 64 anos, negra, viúva, natural do estado do Rio
de Janeiro. Paciente foi encaminhada da rede básica de
saúde ao Hospital Antonio Pedro (HUAP-UFF) com um
histórico de conização prévia devido a um neoplasia in-
traepitelial cervical de alto grau/ carcinoma in situ (NIC III)
em 2005 e surgimento de nova citologia, em 2009, com
células escamosas atípicas não podendo excluir lesão in-
traepitelial de alto grau (ASC-H). Em 2011 foi feita bióp-
sia do colo que revelou lesão intraepitelial de alto grau
(HSIL), foi, então, indicada e realizada histerectomia total
abdominal. O laudo histopatológico revelou metaplasia
escamosa típica ou ictiose uterina substituindo e atape-
tando todo o endométrio, com extensas áreas de carci-
noma escamoso in situ, comprometendo colo uterino e
limite da vagina, este em múltiplas áreas (multifocal). Sua
etiologia incerta e seu duvidoso potencial de associação
com malignidade torna o tema relevante, assim como a
raridade do caso. A ictiose uterina é uma condição rara
de etiologia desconhecida, mas parece estar relacionada
com traumatismo crônico, infecção crônica, piometra, de-
ficiência de vitamina A, pólipo endometrial, mioma sub-
mucoso, uso de dispositivo intrauterino (DIU), radiação e
administração de estrogênio. A princípio é uma alteração
benigna, porém há descrição da sua concomitância com
processos neoplásicos, seja do colo uterino ou do próprio
endométrio. Sua relação com o vírus HPV não está bem
esclarecida, podendo ser a infecção pelo vírus o gatilho
para uma possível transformação carcinomatosa. O diag-
1...,27,28,29,30,31,32,33,34,35,36 38,39,40,41,42,43,44,45,46,47,...209